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League of Legends: como o maior e-sport do mundo pode ajudar a desenvolver soft skills importantes

Além de ser o principal e-sport do mundo, League of Legends também é apreciado no meio corporativo por ser uma experiência capaz de aprimorar soft skills importantes.

Quem faz parte do mundo empresarial com certeza já se deparou com um termo que está cada vez mais presente em vagas e entrevistas de emprego no meio corporativo: soft skills. Mas você sabe o que isso significa?

Em termos gerais, soft skills são aquelas habilidades que estão ligadas ao comportamento e à personalidade do colaborador de uma empresa. 

Diferente das hard skills, que são habilidades técnicas mensuráveis aprendidas em ambientes como cursos e treinamentos administrativos, as soft skills são mais subjetivas e costumam se desenvolver com o tempo e de acordo com as vivências de cada um. E essas vivências podem ser tanto reais quanto virtuais.

Sim, os jogos virtuais que muitos vêem apenas como um simples entretenimento são uma ótima ferramenta para a aquisição e o aprimoramento de soft skills. E um dos principais exemplos disso é o jogo League of Legends. 

Com mais de 100 milhões de jogadores ativos, o jogo de MOBA (multiplayer online battle arena) desenvolvido pela Riot Games é considerado o maior e-sport (esporte eletrônico) do mundo. Mas seu sucesso não se resume ao mundo gamer.

Como todo bom jogo de estratégia, League of Legends possui muito em comum com a rotina de uma corporação. Jogá-lo é, além de diversão, uma maneira de desenvolver soft skills extremamente valorizadas pelos administradores de empresas.

Quer entender melhor a relação entre o mundo de League of Legends e o mundo dos negócios? Então dê start na sua habilidade de aprendizado e explore os próximos parágrafos com a gente.

Na vida ou no jogo, saber colaborar é essencial

As semelhanças entre o universo dos negócios e o League of Legends podem ser identificadas logo na premissa do jogo.

O modo mais comum de se jogar LOL consiste em uma partida competitiva entre dois times com cinco jogadores cada. Cada partida conta com diversos objetivos estratégicos e a meta final é derrotar a base inimiga, que no game se chama Nexus.

Para vencer essas partidas, os gamers devem se organizar e formar a combinação de personagens mais eficiente e mais eficaz em meio a inúmeros e diferentes personagens. Cada um desses personagens tem suas hard skills fortes e fracas (assim como os candidatos de um processo seletivo, por exemplo) e é aí que entra a primeira e principal soft skill ensinada por League of Legends: o trabalho em equipe.

Para vencer no jogo, o grande segredo – e maior desafio – é garantir que todos os cinco membros do time atuem juntos em um ambiente onde as condições táticas-operacionais mudam em um ritmo muito acelerado. Tal situação também é extremamente familiar para quem convive no meio corporativo, onde mudanças de cenário e mercadológicas se alteram dinamicamente.

4 soft skills que fazem a diferença – seja no mundo dos negócios ou no de League of Legends

Equipe em campeonato profissional de League of Legends
Fonte: Complex

Como você leu nos parágrafos, anteriores, a principal soft skill que um jogador de LOL desenvolve durante as partidas é a do trabalho em equipe. Mas não para por aí.

Os desafios com os quais os times de Lead of Legends se deparam durante sua trajetória no game guardam diversas analogias com a rotina de uma empresa. E, em muitos dos casos, as mesmas habilidades precisam entrar em ação para que as coisas avancem.

1) Trabalho em equipe

Em um jogo onde 5 pessoas diferentes precisam se unir para vencer, a capacidade de trabalhar em equipe depende principalmente da comunicação entre os jogadores.

Isso porque, apesar de todos fazerem parte do mesmo time, ninguém consegue controlar as ações do outro. Decisões ineficazes e desencontradas em momentos-chave da partida são comuns e, como o jogo acontece em tempo real, as ações assertivas precisam ser tomadas rapidamente.

Nessas horas, é necessária a presença de alguém que saiba não apenas jogar com o seu personagem, mas também entender sobre o papel, a importância, o posicionamento e as habilidades hard skills dos personagens aliados, bem como liderar a movimentação e espírito de luta de seus colegas de time.

Traduzindo em outras palavras, é o mesmo que o lado humano do líder ou sua soft skill de liderança impulsionando, motivando e orquestrando as demais soft skills e hard skills de todo o time. E tais habilidades no mundo corporativo altamente competitivo são muito procuradas e valorizadas.

Assim como o ambiente empresarial, uma boa equipe de LOL possui um líder (em times profissionais de e-sports, também há a presença de um treinador e, às vezes, de um analista) definido. Esse líder deve ser alguém com voz ativa, capaz de guiar o time, gerenciar conflitos e dar a palavra final em decisões cruciais.

Além do líder, todos os outros membros do time também possuem funções e prioridades determinadas. E assim como o papel de um profissional em uma empresa é pautado pelas suas soft e hard skills, as atribuições de um jogador de LOL durante a partida também são influenciadas pelas suas habilidades principais.

Apesar do consenso e comunicação entre todos ser importante, as ações decisivas do jogo não podem ocorrer sem a aprovação do líder. Garantir que essa hierarquia funcione em sintonia é um dos elementos-chaves de uma partida bem-sucedida, junto, é claro, de doses fundamentais de paciência, dedicação e estratégia.

Outro fato que deve ser frisado é que quando se tem um time que reúne pessoas com opiniões, formações e personalidades diferentes, conflitos e discussões são inevitáveis e fazem parte da rotina. 

O importante nesses casos é não permitir que esses desentendimentos impactem negativamente o desempenho da equipe. E em momentos assim, uma antiga máxima pode ser extremamente útil: nada como um dia após o outro.

2) Adaptação

Dizer que o mundo dos negócios vive em constante mudança já se tornou um clichê, mas um clichê bastante verdadeiro. E se alguém deseja se manter relevante em meio a tantas transformações, é essencial treinar a soft skill de adaptação.

Dentro do League of Legends, as coisas também se alteram o tempo todo. E a habilidade de adaptação dos jogadores costuma se apoiar em três verbos que o meio corporativo também deve aprender a conjugar: observar, testar e renovar.

Observar: um jogador de LOL costuma aprender muito sobre o jogo vendo outras pessoas jogarem, principalmente aquelas que competem em torneios profissionais. Afinal, o que pode ser melhor para conquistar o sucesso do que aprender com quem já o alcançou? Essa máxima também se aplica aos negócios: se você almeja algo, comece observando quem já obteve o que você deseja.

Testar: League of Legends frequentemente promove mudanças em personagens e itens pré-existentes no jogo, além de incrementar o universo com novos elementos. Isso tira os jogadores da zona de conforto, obrigando-os a testar novos processos que podem ou não dar certo, mas são vitais para mantê-los ativos no game. 

No cenário corporativo, mudanças tecnológicas, operacionais e culturais também surgem com força dia após dia. A habilidade de adaptação é também altamente valiosa para entrevistas de emprego, estágios, programas de trainees e, principalmente, para se tornar um alto executivo. Todas as situações decorrentes das partidas de LOL podem ser amplamente aplicadas nos contextos e convivências do mundo empresarial. Todo jogador de LOL que trabalha em organizações empresariais tem maiores chances de ficar à frente da concorrência e de crescer exponencialmente.

Renovar: nos dias atuais, a versão de um produto ou serviço que chega ao mercado raramente é definitiva – principalmente se estivermos falando do ambiente digital. O mais comum hoje é que, a partir dos feedbacks do público, o produto seja constantemente aprimorado para atender às necessidades e preferências do consumidor, que nem sempre são as que os criadores pensaram inicialmente.

Algo parecido acontece com um jogador de League of Legends. Muitas vezes, o usuário se depara com estratégias que parecem muito eficientes no papel. Porém, a única forma de saber se essa teoria realmente funciona é colocando-a em prática em uma partida. 

Um jogo em tempo real possui variáveis que as teorias não são capazes de prever, e o mesmo também ocorre nos negócios. 

3) Gestão

No universo LOL, existem alguns recursos espalhados pelo mapa que aumentam temporariamente as habilidades de um personagem. Apenas um jogador pode coletar esse recurso, e cabe aos membros da equipe decidirem qual deles o fará. Essa situação é uma lição básica de gestão de recursos.

A analogia do cenário descrito acima com a rotina de negócios é mais clara do que parece: imagine, por exemplo, que você é responsável por distribuir os recursos financeiros da empresa entre todos os departamentos. Qual setor deve receber mais recursos, atenção e foco? E qual deve receber menos?

Assim como no jogo, a resposta exata é uma só: depende de cada caso. A única maneira de tomar esse tipo de decisão é ser alguém com instintos aguçados e uma skill analítica bem desenvolvida – e jogar um jogo onde se é exposto a uma situação semelhante a essa pode ser uma ótima forma de se aprimorar.

4) Resiliência

As derrotas fazem parte da vida, e esse é um fato que nem todos digerem com facilidade. Mas o que muitos não vêem é que elas também treinam uma soft skill extremamente importante para um jogador ou profissional de sucesso: a resiliência.

Jane McGonigal, autora e designer de games americana que é uma das maiores defensoras dos jogos como ferramentas de aprimoramento pessoal, define resiliência como a habilidade de se manter motivado, determinado e otimista mesmo em situações extremamente desafiadoras. É a capacidade de se fortalecer com as dificuldades ao invés de se deixar enfraquecer por elas.

Segundo estudos científicos divulgados por McGonigal, são necessários 3 elementos-chave para desenvolver a resiliência: emoções positivas (3 para cada emoção negativa), conexões sociais (ao menos 2 pessoas a quem vemos semanalmente e a quem podemos recorrer quando precisamos de ajuda) e o stress-related growth, que nada mais é do que se entregar 100% a algo difícil.

Não é preciso pensar muito para identificar que cada uma das 3 situações descritas por Jane acontecem o tempo todo em partidas de League of Legends. Há o turbilhão de emoções que vai da frustração à euforia, a ligação constante com outros jogadores e a determinação irrefreável em vencer. 

Gamers desenvolvem resiliência todos os dias. A rotina de um jogador profissional de LOL, por exemplo, é comparável à de um atleta de alta performance dos esportes tradicionais, com treinos, descansos, campeonatos e, é claro, desafios.

Em uma entrevista dada ao jornal Wall Street Journal, a mesma Jane McGonigal chega a dizer que a principal característica emocional de um gamer é o fato de ele acreditar que irá evoluir se tentar novamente. E essa é talvez uma das lições mais valiosas que o mundo dos videogames ensina ao meio corporativo.

Como vimos, jogar League of Legends pode trazer benefícios muito maiores do que a maioria das pessoas imagina. Jogos e negócios são mundos que se conectam de forma estreita, e felizmente há cada vez mais pessoas abrindo os olhos e enxergando o enorme potencial dessa integração.

O senso comum que ainda considera os games algo frívolo e incompatível com um ambiente corporativo é um desafio a ser superado. Em um de seus artigos, Jane McGonigal afirma que seu trabalho como desenvolvedora de jogos já foi acusado de “ajudar as pessoas a perderem tempo”, por exemplo.

Há, porém, um grupo crescente de administradores visionários que já valorizam a presença dos gamers em seus times e os buscam na esperança de que as soft skills que eles desenvolveram jogando impactem positivamente a rotina de trabalho. E esse é um movimento que tende a crescer cada vez mais.

E você, possui alguma soft skill específica que acha que desenvolveu graças à sua paixão por jogos? Conte para nós nos comentários. 

Graduado em Publicidade e Propaganda, atua desde 2018 como redator de marketing, conteúdo, mídias sociais e publicidade. Possui em sua bagagem passagens por importantes agências e empresas, onde pôde ter contato com diferentes mercados e temas. Atualmente, cria conteúdos sobre gamificação para o blog Fapuga News.
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