Nicolle Merhy e Black Dragons mostram como o mercado de e-sports  não está para brincadeira

O time começou em 1997 apenas como um grupo de amigos que gostavam de jogar juntos. O que naquela época não passava de diversão, hoje está se consolidando como um time de reconhecimento no contexto no mercado de e-sports, tanto nacional como internacionalmente. Estamos falando do time de e-sports Black Dragons.

Hoje, com Nicolle Merhy a frente, o BD conta com o patrocínio de empresas como O Boticário e Dia Supermercados, além do apoio de empresas de tecnologia como a Intel. Mas não foi de uma hora para outra que essas oportunidades apareceram.

Apesar de hoje ter mais reconhecimento, quando a Nicolle entrou para o time, lá 2014, as coisas eram muito diferentes. O time começou a desenhar alguma notoriedade ao iniciar nas partidas do jogo Rainbow Six Siege, aproveitando a onda relevante no contexto de competições.

Nicolle conta, inclusive, que jogou todos os campeonatos do jogo no ano 2016, mas um tempo depois passou a se dedicar mais a administração do Black Dragons enquanto empresa. E grande parte do sucesso do time vem dessa dedicação aos negócios.

Mas quem é Nicolle Merhy?

Antes de ser CEO do time, Nicolle Merhy (mais conhecida pelo apelido de Cherrygumms) já se destacava como influencer e streamer, carreira que veio de sua personalidade competitiva e de pessoa apaixonada por jogos e outros esportes.

Foi o pai quem apresentou o primeiro FPS com o qual ela teve contato, e que foi a base para muito do que ela sabe hoje. Mas ela começou a se dedicar de verdade enquanto estava na faculdade.  

Por conta do sucesso, ela já trabalhou com mais de 50 marcas, nacionais e internacionais, incluindo Nike e Intel. Aos 22 anos, foi um dos destaques da Forbes Under 30. 

Ela conta que começou ela mesma a mandar e-mails em busca de patrocínios e parcerias para o Black Dragons. A princípio, ela fazia de tudo: desde design a contabilidade e comunicação. A facilidade com as marcas ajudou muito, mas enfrentou nas tentativas o desconhecimento das marcas sobre o cenário de e-sports, então o começo foi um momento de buscar pela construção de credibilidade.

Algumas lições dessa CEO de e-sports

Nesse ponto, fica uma lição da CEO: entregar além do que os clientes em potencial podem estar esperando. Cherrygumms sempre foi muito proativa em sua investidas, se dispôs a prestar consultoria para empresas e realizar palestras para setores que estavam em processo de educação, de entender o mercado de e-sports.

Ou seja, Nicolle esteve sempre atenta às necessidades do mercado e como sua experiência poderia contribuir e estreitar relação com as marcas.

Mas, além de ensinar com sua experiência, ela também destaca que aprendeu muito ao ouvir, aproveitando as reuniões e contatos com pessoas que têm experiências diferentes das suas.

O time no mercado de e-sports nacional e internacional

Os resultados são impressionantes: só em 2020, a Black Dragons obteve uma receita de 2,6 milhões. E, a partir de 2022, passou a contar com a maior empresa de comunicação independente do Brasil, a Dreamers, que é holding também do Rock in Rio.

Nas premiações em campeonatos, o time já conquistou 50 títulos nacionais e 15 internacionais. E, em 2018, seu destaque no mercado de e-sports foi causado principalmente pela conquista do mundial de Crossfire, quebrando a hegemonia chinesa no jogo. Nesse mesmo ano, foi escolhida por voto popular como melhor organização de E-Sports do Brasil.

É um mercado que vem, cada vez mais, furando a bolha. Com a popularização das lives como forma comum de entretenimento, além dos campeonatos de e-sports, que dão ainda mais seriedade a categoria. E o que pode ter sido um dia mais uma brincadeira, como um dia foram os Black Dragons, tem se convertido em carreiras sérias, com um lugar importante no mercado.