A Faculdade Ana Carolina Puga – FAPUGA, credenciada pela Portaria nº. 086, de 06 de fevereiro de 2018, mantida pela PUGA & NUNES EDUCACIONAL LTDA, por meio da Comissão do Processo Seletivo, abrirá inscrições para o seguinte Curso Superior:
1) Administração (Grau Bacharelado), autorizado pela portaria nº 131, de 27 de fevereiro de 2018. No turno noturno, 40 vagas totais anuais;
A Faculdade Ana Carolina Puga – FAPUGA, reserva-se o direito de cancelar o ingresso no curso ofertado caso o número de candidatos seja inferior ao número de vagas ofertadas. Neste caso, os alunos poderão optar por outro curso oferecido pela IES, respeitando o número de vagas autorizadas e remanescentes, ou poderão ser ressarcidos da taxa de inscrição. Havendo excedente de vagas no processo seletivo, a IES oferecerá um novo processo seletivo para preenchimento das vagas remanescentes.
A FAPUGA, excepcionalmente, pode oferecer para alunos com ótimo desempenho acadêmico, bolsa Mérito de 100% (cem por cento) de desconto nas mensalidades. Para a manutenção da bolsa Mérito, o aluno deve manter aproveitamento igual ou superior a 90% na média semestral, obtendo média igual ou superior a 9,0 entre as notas das disciplinas cursadas no semestre, referentes tanto as notas de N1 quanto as notas de N2. A média semestral também deve ser igual ou superior a 9,0.
O Programa Institucional Aluno Indica Amigo, tem por objetivo incentivar os alunos da Faculdade Fapuga a realizarem indicações de pessoas amigas do seu relacionamento para também se tornarem alunos da Instituição.
Será concedido desconto de até 10% (dez por cento) sobre a parcela da semestralidade para o aluno que indicar um amigo para a Faculdade Fapuga, e esse amigo se tornar também aluno da Instituição, no semestre 2025/1 (graduação presencial).
Quem receberá o desconto será o aluno favorecido (aquele que indicar). O amigo será o aluno novo que foi indicado. Para ter direito ao desconto, o aluno favorecido deverá estar regularmente matriculado no semestre letivo.
O processo de seleção será classificatório, constando de prova que versará sobre a Redação, totalizando no máximo 10 pontos.
Poderá participar do processo seletivo candidatos que optarem por utilizar a nota de desempenho no ENEM (de uma das edições – de 2013 a 2024 – indicada pelo candidato no Formulário de Inscrição), consideradas as Provas Objetivas e a Redação. Serão desclassificados do Processo Seletivo os candidatos que obtiveram nota zero na Redação do ENEM.
As inscrições e provas agendadas individualmente ocorrerão no período de 30 de setembro de 2024 a 15 de março de 2025.
Todos os processos deste edital serão realizados virtualmente, sendo assim, inscrições, realização das provas do processo seletivo e a divulgação dos candidatos aprovados serão pelo próprio sítio de internet da IES, www.fapuga.edu.br.
Os aprovados devem fazer a matrícula direto pelo portal do aluno da IES, com os seguintes documentos:
● RG;
● CPF;
● Certidão de nascimento ou de casamento;
● Título de eleitor;
● Carteira de reservista para alunos do sexo masculino;
● Certificado de conclusão do Ensino Médio;
● Histórico escolar;
● Foto 3×4;
● Comprovante de residência
A IES reserva-se o direito de não realizar o curso, caso o número de matriculados seja inferior ao quórum mínimo de 25 alunos por curso.
Nesse caso, após a última fase do Processo Seletivo 2025/2, o candidato poderá solicitar sua transferência para um curso com vagas.
A inscrição para o processo seletivo é gratuita e restrita a todos que concluíram o Ensino Médio. O regulamento para o Processo Seletivo encontra-se publicado no Manual do Candidato que estará disponível no ato da matrícula in-loco.
Todo mundo que administra uma empresa já se pegou, em algum momento ou outro, às voltas com questões referentes ao marketing.
O marketing é essencial para qualquer tipo de negócio, não importa o tamanho ou segmento. E por mais que as tendências que surgem de tempos em tempos nos sirvam como guias, a verdade é que desenvolver uma boa estratégia de marketing é muito mais do que seguir o que está na moda.
E em uma realidade em que o digital tornou o marketing ainda mais competitivo, massivo e agressivo, é imprescindível buscar maneiras de não ser só mais um na multidão. E a gamificação pode ser uma ótima aposta.
No artigo de hoje, vamos mostrar como as estratégias dos games podem se fundir com a estratégia de vendas e divulgação da sua empresa. Pronto para inovar?
Índice
Gamificação no marketing: afinal, o que é?
A aplicação dos conceitos da gamificação no marketing possui um significado muito amplo e profundo. Porém, podemos resumi-la como a criação de experiências e narrativas que falem diretamente com a psiquê humana. Parece complexo, mas na verdade não é.
Se você está minimamente familiarizado com os conceitos fundamentados pelo especialista em gamificação Yu-kai Chou e seu Octalysis Framework, sabe que a principal “mágica” da gamificação consiste no fato de que ela trabalha diretamente com os gatilhos e emoções que impulsionam o comportamento humano. Ela é a chave para algo extremamente caro às empresas: fidelidade e engajamento sólidos por parte dos clientes.
A gamificação é um diferencial único quando falamos de um cenário em que as marcas brigam por atenção a todo instante. E isso é agravado quando pensamos que o poder de escolha dos consumidores é muito maior hoje do que há 20 anos, por exemplo.
Criar experiências, ações e histórias que façam com que o cliente se sinta conectado à marca é essencial para conquistar a preferência do público. As empresas devem ter em mente que o consumidor de hoje não é um ser passivo, que aceita o que lhe é oferecido sem questionar nem pesquisar.
Outro ponto importante a ser ressaltado é que a gamificação não pode parecer um elemento solto dentro do marketing. Sua adoção deve estar completamente alinhada à identidade e à mensagem da marca. Não é sobre gamificar por gamificar, mas sim identificar elementos da gamificação que se alinhem com a jornada que a empresa deseja construir para os seus clientes.
Em suma, podemos dizer que a gamificação no marketing consiste, basicamente, em criar experiências, imersivas, prazerosas e significativas para o consumidor. Ao explorar os gatilhos psicológicos encontrados nos jogos, os profissionais de marketing podem criar campanhas que engajam e fidelizam, transformando profundamente a relação cliente-marca.
Utilizando o Octalysis Framework no marketing
Para quem ainda não está familiarizado, o Octalysis Framework é uma metodologia desenvolvida pelo especialista em gamificação Yu-kai Chou, uma das maiores autoridades globais no assunto.
Desenvolvido após 17 anos de pesquisas e estudos, o Octalysis Framework é retratado visualmente como um octógono no qual cada lado representa aquilo que o autor chama de Core Drives, ou seja, as chaves que despertam emoções e motivam os seres humanos a tomarem atitudes – incluindo a compra de algo.
A primeira indústria a dominar estes tais Core Drives foi justamente a dos jogos, e seu sucesso passou a servir de espelho para o restante do mercado.
Entender o Octalysis é crucial para garantir que a aplicação da gamificação no marketing seja feita da forma correta. Os Core Drives servem como guia para selecionar os elementos que mais irão combinar com o público e a intenção de cada campanha.
Em um mundo em que o consumidor é constantemente bombardeado com infinitas opções, seguir os conceitos do Octalysis pode ser o segredo, se é que se pode utilizar esta palavra em um contexto tão amplo quanto o marketing, para criar ações que realmente se diferenciam do resto da massa.
E se apenas isso não for o suficiente para convencer alguém dos benefícios que a gamificação traz para o marketing, é sempre importante ressaltar que grande parte das empresas que fizeram isso observaram um aumento sensível em seu ROI, o retorno sobre investimento. Isso ocorre porque a gamificação, quando feita do jeito certo, é capaz de aumentar o volume de conversão, vendas e retenção de clientes.
A gamificação no marketing na prática
Entendidos os princípios da gamificação determinados pelo Octalysis Framework, é hora de transportá-los para o universo do marketing. E como você verá abaixo, a gama de possibilidades é ampla e diversificada.
Desafios e missões
O ano é 2014. A maior empresa de produtos à base de amendoim do Brasil anuncia o lançamento da versão cremosa de seu principal produto, a Paçoquita. A novidade causa furor entre os amantes do doce e tem início uma busca desenfreada em supermercados de todo o Brasil. Sem conseguir atender a toda a demanda, o fabricante decide transformar a escassez do item em estratégia de marketing. Assim, tem início a Caça ao Tesouro Paçoquita Cremosa, uma campanha que transformou a procura pela novidade em uma missão digna das melhores histórias de aventura. O resultado de tudo isso? Uma enorme repercussão e um produto que se mantém no mercado até os dias de hoje.
Este case de uma década atrás segue sendo um excelente exemplo da adoção de um dos elementos mais interessantes da gamificação: as missões e desafios que mexem com o desejo humano de conquistar coisas e superar obstáculos (neste caso, conquistar um pote de Paçoquita Cremosa e superar o obstáculo da distribuição inicial irregular do produto).
Porém, essa é só uma das formas de aplicação deste Core Drive nas campanhas de marketing. De tarefas simples, como acessar um mapa para descobrir onde encontrar um produto, a missões complexas e cheias de fases, tudo depende dos interesses e motivações do público-alvo.
Imagine este outro exemplo, desta vez hipotético: uma empresa de bebidas decide lançar uma campanha de verão que consiste em incentivar os clientes a coletar pontos virtuais a cada compra realizada. Posteriormente, tais pontos podem ser trocados por recompensas como descontos, edições limitadas ou até mesmo o ingresso em uma campanha maior.
Além do óbvio impulsionamento nas vendas, uma estratégia como esta cria uma interação constante entre a marca e o cliente. E este é o grande segredo para uma relação comercial longeva.
Mais do que isso, estes elementos gamificados podem ajudar a empresa a entender melhor as pessoas que consomem o seu produto ou serviço. Ao analisar a repercussão e os níveis de adesão a esses desafios e missões, é possível coletar dados fundamentais para planejar campanhas de marketing com mais chances de acertar o alvo.
Progresso e feedback
Marcadores de crescimento, como barras de progresso e níveis de evolução, são elementos gamificados muito eficientes quando o assunto é impulsionar o engajamento e a motivação dos usuários.
A sensação de ter conquistado ou realizado algo é um motivador extremamente forte. Ao sentir que possui uma história com uma marca, o consumidor tende a se manter fiel e comprometido a ela.
Barras de progresso são um recurso particularmente útil por representarem essa sensação de forma visual. Um bom exemplo de sua utilização está nos e-commerces, que costumam implementá-las para retratar a evolução do cliente em seus programas de incentivo e fidelidade. Ao receber esse feedback visual, o cliente se sente ainda mais motivado a continuar comprando naquele lugar para ver sua barra se preenchendo. Um gatilho mental simples, mas de eficácia comprovada.
Já os níveis de evolução podem ser adequados para segmentar os clientes com base nos seus históricos de engajamento e compra. Aplicado a um programa de fidelidade, por exemplo, esse sistema pode proporcionar uma experiência gamificada onde novos benefícios são liberados para o consumidor a cada nível avançado.
Com estes exemplos, deve ter dado para perceber em que reside a principal vantagem desses elementos da gamificação no marketing: eles incentivam o cliente a comprar mais e o tornam leal à marca, produto, serviço ou empresa.
Prêmios e incentivos
Quando falamos em aplicar elementos de gamificação no marketing, estamos falando em uma maneira estratégica de oferecer um valor que irá ressoar com os clientes e torná-los fiéis ao que consomem. E uma ótima maneira de fazer isso é oferecendo prêmios e incentivos.
Em um contexto de gamificação, nenhum prêmio é oferecido apenas por oferecer, mas sim como parte de uma estratégia cuidadosamente pensada para preencher os desejos e necessidades dos clientes.
A efetividade dessa estratégia se dá pela forma com que ela ativa uma série de gatilhos emocionais, como o desejo pela conquista, o prazer de ser presenteado e a sensação de ser alguém especial por fazer parte de um grupo específico.
Por exemplo: ao oferecer conteúdos exclusivos ou o acesso antecipado a determinados produtos, a marca constrói uma relação com o cliente que transcende a simples transação comercial. Afinal, o cliente é, antes de tudo, um ser humano que gosta de se sentir valorizado e especial. O mesmo ocorre quando o consumidor é leal à marca e acumula pontos por isso: é despertado um senso de conexão e reconhecimento.
Elementos sociais
O ser humano é social por natureza, e os desenvolvedores de jogos entendem isso muito bem. É por isso que os elementos sociais são tão importantes no processo de gamificação.
Um dos elementos sociais mais conhecidos das metodologias gamificadas é o uso de rankings e tabelas. Eles criam um senso de competição saudável e motivam os usuários a se empenhar para subir de posição. Um bom exemplo da aplicação deste conceito em um contexto de marketing são os aplicativos de estilo de vida fitness que disponibilizam tabelas em que os usuários podem comparar seu desempenho com o de seus colegas e amigos.
Desafios coletivos, que envolvem competições ou usuários trabalhando em conjunto por um objetivo comum, também são um elemento interessante para ser aplicado à gamificação no marketing. Eles proporcionam um senso de comunidade e pertencimento que pode ser extremamente motivador para um cliente.
Ações mais simples, como compartilhar conquistas nas redes sociais ou convidar amigos para conhecer algum serviço ou produto, também podem ser muito úteis para medir o comportamento e as preferências dos clientes.
Transformando a história de uma marca com a gamificação
Como você pôde perceber, aplicar a gamificação no marketing é muito mais do que simplesmente despejar elementos de forma aleatória em uma estratégia. Trata-se de uma mudança total na mentalidade e na abordagem da marca que deseja adotá-la.
Quando utilizadas de maneira hábil e profissional, os elementos-chave da gamificação são capazes de contar histórias, personalizar experiências, potencializar o poder de escolha e surpreender os clientes.
No mundo de hoje, as pessoas não procuram simplesmente produtos ou serviços. Elas buscam ideias, significados e conceitos com os quais se identifiquem e dos quais se sintam parte. E a gamificação, com seus elementos que oferecem combinações únicas de entretenimento, engajamento, valor e motivação, pode ser uma grande aliada para os negócios que desejam se adaptar a estes novos tempos.
No mercado de trabalho, os termos hard skills e soft skills já se tornaram parte do vocabulário geral. Porém, um novo conceito complementar a estes surgiu recentemente e já anda causando um certo burburinho entre os recrutadores e profissionais. Estamos falando das mad skills, ou habilidades “excepcionais”.
Em poucas palavras, podemos definir as mad skills como aquelas habilidades que são desenvolvidas de forma extracurricular, ou seja, sem ser por meio de cursos, treinamentos, etc. Diferente das hard skills, obtidas via estudo formal, e das soft skills, que são características inerentes à personalidade e à bagagem de vida de cada um, as mad skills surgem principalmente por meio de hobbies e interesses pessoais.
Sabe todos os artigos que já publicamos aqui no Fapuga News sobre como o universo gamer e o mundo dos negócios convergem com uma certa frequência? As mad skills são mais um lado dessa ligação. Mas não são só os jogos que servem como exemplo de mad skills. Coisas como cinema, música, artes, esportes, gastronomia, fotografia e colecionismo também se enquadram na classificação.
No artigo de hoje, você vai descobrir o que são as mad skills e por que cada vez mais empresas as valorizam na hora de recrutar membros para suas equipes.
Índice
O que são mad skills?
Mad skills são todas as habilidades que uma pessoa desenvolve fora de um contexto profissional ou educacional. Estas skills desafiam as noções tradicionais em relação ao que é um profissional bem capacitado para um cargo.
Mais do que isso, as mad skills são habilidades que impressionam, que desafiam as expectativas dos recrutadores. A “loucura” do nome não é literal: ela diz respeito à intensidade e excepcionalidade dos conhecimentos e hobbies.
Ao serem apresentados a este conceito, muitos podem até se perguntar “Afinal, o que os passatempos de alguém têm a ver com suas capacidades profissionais?” A resposta é tudo. As mad skills são o que torna cada profissional único à sua própria maneira.
O fato de alguém possuir mad skills bem delineadas diz muito sobre sua personalidade. Afinal, diferente de uma hard skill, por exemplo, que costuma ser buscada por imposição ou vontade de se destacar mais no mercado, a iniciativa de embarcar em uma mad skill é espontânea e individual, movida pela paixão e não apenas pela obrigação.
O impacto das mad skills no dia a dia profissional
Uma tecla em que sempre batemos por aqui é a de que atividades relacionadas ao lazer podem desencadear habilidades transferíveis ao ambiente profissional. Nosso foco maior costumam ser os games, mas o conceito de mad skills expande ainda mais esta ideia.
Aquilo que um profissional faz em seus momentos livres pode dar muitas pistas sobre o seu perfil e até mesmo de como ele irá lidar com as questões e os desafios que permeiam a rotina de trabalho.
Por exemplo: se a pessoa gosta de tocar algum instrumento musical, isso pode ser um indicativo de que se trata de alguém criativo, disciplinado ou que possui boa coordenação motora.
Ainda na seara artística, uma pessoa que se interessa e se envolve com teatro pode ser um profissional com boas habilidades para conduzir reuniões e apresentações. Já os amantes da fotografia geralmente são bons observadores, detalhistas e sensíveis.
Um praticante de esportes coletivos pode ser um profissional que trabalha bem em equipe, sabe se comunicar e tem facilidade em liderar, enquanto a prática de esportes individuais costuma indicar uma pessoa focada e disciplinada. Um realizador de trabalhos voluntários, por sua vez, pode ter um senso de empatia aguçado.
Amantes dos jogos geralmente são os mais abrangentes em questão de mad skills. Existem jogos de todos os tipos, para todos os gostos e personalidades. Por isso, não há como exatificar quais são as habilidades oriundas de seu hobby que os gamers carregam: tudo depende do que e como cada pessoa joga.
É claro que, como quase tudo na vida, as mad skills não são uma ciência exata. As características descritas acima podem ou não ser encontradas nas pessoas que possuem tais hobbies e interesses. Porém, é inegável que tudo isso serve como indicativo do perfil de cada um.
Se destacando nos processos seletivos com as mad skills
Dentro do mercado de trabalho, costuma-se dizer que as soft skills são o que verdadeiramente destacam um profissional no competitivo universo das profissões. As mad skils vêm para fazer coro a elas.
Por mais que as habilidades técnicas, as hard skills, ainda sejam e sempre serão um fator decisivo no currículo de um profissional, as soft e as mad skills entram como diferenciais de peso, pois são aquilo que realmente diferencia um profissional de outro.
Atualmente, as soft skills mais valorizadas no mercado são:
Em uma realidade em que a tarefa de analisar currículos muitas vezes fica a cargo da Inteligência Artificial, a personalidade de um candidato se torna um elemento de destaque cada vez mais potente, humanizando-o.
Segundo um estudo conduzido pela consultoria de RH Robert Half, 66% dos recrutadores consultados já estão valorizando as mad skills na hora de avaliar um candidato. Segundo estes contratantes, atividades extraprofissionais são uma pista de que aquele profissional possui:
Equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal;
Habilidades complementares;
Interesse em se desenvolver em todas as esferas da vida;
Habilidades comprovadas de liderança.
Por isso, da próxima vez em que você for montar um currículo, ir além do estritamente profissional pode ser uma bela vantagem. Compartilhe os trabalhos voluntários e comunitários que você já realizou, seus livros e esportes favoritos, etc. Mas com cuidado e parcimônia, é claro. A balança entre pessoal e profissional deve estar nivelada.
Você já tinha escutado o termo mad skills? Tinha alguma ideia de que seus hobbies podem te ajudar a se destacar no mundo profissional? Compartilhe suas impressões com a gente nos comentários.
De todos os desafios que o mundo dos negócios enfrenta dia após dia, um dos mais preocupantes atualmente é, sem dúvida, a falta de engajamento dos trabalhadores. Afinal, esse é um problema que não afeta somente a produtividade das empresas, como o bolso também: de acordo com uma pesquisa feita pelo instituto americano Gallup, os Estados Unidos perdem quase 370 bilhões de dólares anualmente devido a funcionários desmotivados.
Em um cenário como esse, a falta de atitude não é uma opção. E uma que vem sendo cada vez mais tomada para contornar essa situação é a adoção da gamificação no espaço de trabalho.
No artigo de hoje, selecionamos 5 cases de sucesso que mostram como as técnicas da gamificação ajudam a impulsionar a produtividade e a motivação dos trabalhadores ao redor do mundo.
Índice
1) Salesforce
Trabalhar com vendas é como andar em uma grande montanha russa todos os dias. Há momentos de extremo entusiasmo, em que tudo parece próspero e constante, e outros de total desmotivação.
Garantir o brilho no olhar pode ser uma missão quase impossível dependendo do contexto e do momento, e é aí que os elementos da gamificação podem ser de extrema ajuda. Rankings, competições e recompensas são, comprovadamente, grandes motivadores de vendas.
Além disso, a área de vendas sofre com uma grande escassez de bons profissionais. O dom da persuasão é algo difícil de encontrar e mais difícil ainda de ensinar.
Pensando em todos esses desafios, a Salesforce criou Trailhead, uma plataforma de aprendizagem on-line totalmente gamificada que oferece módulos de treinamento interativos sobre os produtos da empresa. Utilizando elementos típicos da gamificação, como pontos, selos e rankings, o Trailhead já impulsionou mais de 2 milhões de profissionais a querem aprender mais sobre o próprio ofício e alavancar suas carreiras.
2) McDonald’s
A relação da gigante do fast-food McDonald’s com o mundo dos games não é recente. No passado, os personagens que ilustravam os comerciais e restaurantes da rede já chegaram a estrelar os seus próprios jogos.
Porém, nada se compara ao projeto Till Training Game, um programa de treinamento gamificado utilizado para capacitar os funcionários da lanchonete.
Em um ambiente que simula o processo de pedidos e pagamentos de um restaurante do McDonalds, o Till Training Game utiliza elementos como pontos e o “passar de fase” para motivar os empregados a melhorar sua performance e engajamento no trabalho.
E os números mostram que a iniciativa deu certo certo, já que o game registrou mais de 500.000 downloads apenas no seu mês de lançamento. Além disso, a plataforma também tem ajudado a aumentar a satisfação dos clientes e a retenção de funcionários.
3) Microsoft
O Microsoft Office é uma figura onipresente em todo o mundo corporativo. Poucas são as empresas que não utilizam pelo menos um de seus recursos. Nas descrições de vagas de emprego, o tópico “conhecimentos em Pacote Office” quase sempre está presente.
Dado este cenário, não é preciso pensar muito para concluir que aprender a utilizar o Office é um requisito básico para qualquer profissional. E há uma forma muito mais estimulante de se fazer isso do que os cursos e tutoriais tradicionais.
O programa de treinamento Ribbon Hero é uma plataforma que utiliza a gamificação para ensinar os principais recursos e funcionalidades do Microsoft Office. Por meio de uma série de desafios, o usuário aprende ao mesmo tempo em que é impulsionado por recompensas e pelo próprio senso de satisfação pessoal que a linguagem dos jogos proporciona. Não à toa, o Ribbon Hero já foi baixado mais de 1 milhão de vezes.
4) Google
A preparação para o mercado de trabalho deve começar muito antes do ingresso nele. Pensando nisso, a Google desenvolveu o Code-In, uma competição de programação para estudantes de 12 a 17 anos que ocorreu anualmente entre 2010 e 2019.
Nesses quase 10 anos em que a iniciativa foi realizada, mais de 10.000 estudantes oriundos de mais de 100 países participaram de um torneio gamificado cheio de desafios que visavam desenvolver suas habilidades de programação. O incentivo extra ficava por conta do acúmulo de pontos e da possibilidade de subir no ranking geral. O resultado disso tudo? O mundo da programação foi desmistificado para um sem número de jovens e novos talentos do mundo da computação puderam ser identificados.
5) Deloitte
Formar novos e bons líderes é uma iniciativa fundamental para garantir o futuro do mundo dos negócios. E a gamificação também pode ser uma aliada eficiente deste processo.
Um exemplo muito bem-sucedido é a Leadership Academy criada pela empresa de auditoria Deloitte. Trata-se de um programa gamificado de desenvolvimento de líderes que oferece simulações, avaliações e mentorias para os seus participantes.
Todo o processo de capacitação ocorre dentro de um ambiente gamificado repleto de gatilhos que despertam a motivação do participante. Desde que foi lançada, a Leadership Academy atraiu mais de 100.000 participantes em mais de 160 países, pessoas que saíram da experiência com uma bagagem ampliada em skills como liderança, colaboração e inovação, rumo a uma carreira de sucesso como líderes de alta performance.
Superando desafios com a gamificação no espaço de trabalho
Como você pôde ver, a gamificação é uma ferramenta poderosa para o ambiente profissional. Por meio dela, é possível combater um dos desafios mais urgentes e prejudiciais para as empresas, que é a falta de motivação da força de trabalho.
As grandes empresas que mencionamos aqui são só o topo deste grande iceberg. O universo da gamificação é amplo como um jogo de mundo aberto. E como bons jogadores, é nossa missão explorá-lo e encontrarmos nosso próprio caminho e sucesso dentro dele.
Os jogos fazem parte da nossa vida. Eles estão nas casas, nas TVs, nos computadores, nos celulares, nos shopping centers, nos escritórios mais descolados e em diversos outros contextos e lugares.
Um desses lugares é, para a surpresa de alguns, a sala de aula. Há uma classe inteira de educadores que acreditam no potencial educacional dos jogos e os utilizam todos os dias para ensinar, treinar e aperfeiçoar a mais ampla gama de conhecimentos e habilidades.
Essa metodologia é conhecida como Game-Based Learning, e tem ganhado cada vez mais espaço e destaque. No artigo de hoje, você vai descobrir no que consiste esse método e por que ele possui tantos defensores apaixonados.
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Afinal, por que os jogos?
Jogos são uma das ferramentas mais motivadoras que existem. Diferente dos textos, vídeos e músicas, eles são uma mídia que permite que o jogador tenha real agência e poder de escolha, o que impulsiona o usuário a querer continuar evoluindo, crescendo, conquistando e aprendendo.
No contexto educacional, isso se traduz no fato de que o conhecimento obtido por meio dos jogos costuma ser melhor memorizado. Trata-se de uma abordagem quase experimental de aprendizagem, em que o aluno troca o papel de ouvinte passivo pelo de jogador ativo.
Isso acontece porque os jogos são, por natureza, um ambiente desenhado para a resolução de problemas complexos. Apesar de serem estruturados visando o sucesso do jogador, eles não entregam de bandeja tudo aquilo que ele deve fazer para conquistar a vitória. Cabe ao próprio jogador descobrir essas estratégias e colocá-las em prática.
É por meio desses elementos básicos dos games, como objetivos, interações, feedbacks e resolução de problemas, que acontece a parte mais visceral do aprendizado: aquela em que os jogadores aumentam seu engajamento e mantêm um alto nível de motivação.
O que é a metodologia Game-Based Learning
Em termos gerais, podemos dizer que a essência do Game-Based Learning consiste em criar atividades, aulas ou cursos nos quais os elementos e princípios formais dos jogos sejam uma característica inerente.
Dependendo da intensidade do método, muitas vezes o jogo se torna o curso em si, como é o caso, por exemplo, deFantastic Places, Unhuman Humans: Exploring Humanity Through Literature(Lugares Fantásticos, Humanos Inumanos: Explorando a Humanidade Através da Literatura, em tradução livre), um curso virtual da Brown University que analisa a humanidade a partir de criaturas fantásticas encontradas em livros.
No Game-Based Learning, a ciência dos jogos é empregada com o fim de ensinar habilidades específicas ou alcançar um determinado objetivo, geralmente ligado a conhecimentos factuais ou declarativos. Vemos isso quando um professor utiliza uma plataforma de quiz para testar os conhecimentos dos estudantes, por exemplo. Porém, também é possível utilizar o Game-Based Learning para ensinar conhecimentos processuais, por meio de simulações do que acontece no mundo real.
Ao contrário do que possa parecer, o Game-Based Learning não é aplicado somente por meio de jogos desenvolvidos com o específico intuito de ensinar. Jogos comerciais também podem ser utilizados, desde que estejam em sintonia com o conteúdo e o contexto da aula, curso ou disciplina.
Game-Based Learning vs Gamificação
Gamificação é um termo bastante utilizado em diversos lugares e veículos, inclusive aqui, no Fapuga News. Não é incomum que Gamificação e Game-Based Learning sejam vistos como sinônimos, porém essa é uma visão errônea. Apesar de haver similaridades, são coisas essencialmente diferentes.
A gamificação consiste na utilização de elementos de jogos em contextos que vão além do mundo gamer, incluindo aí o aprendizado. Já no Game-Based Learning, os jogos são a própria ferramenta de ensino. Enquanto a gamificação entra como complemento, o Game-Based Learning traz o jogo para o centro da aprendizagem.
Game-Based Learning e o desenvolvimento de habilidades
Uma das alterações mais significativas que o Game-Based Learning traz para o ambiente educacional é na forma que o conteúdo é criado, utilizado e aplicado.
No passado, o formato baseado em explicações verbais semelhantes à palestras e exercícios escritos era o mais difundido. Por sua vez, o Game-Based Learning, como já mencionamos, dá aos jogadores a possibilidade de agir e fazer escolhas. O conteúdo ensinado é essencialmente o mesmo, mas não a relação que a pessoa que está aprendendo desenvolve com ele.
Essa abordagem quase experimental fincada na ideia de que o aprendizado pode ser aprimorado por meio de ações, reflexões e experimentações contínuas é, sem dúvida, o fator determinante para a opção pelo Game-Based Learning.
Trata-se de uma metodologia que funciona quase como um hub para o desenvolvimento de habilidades como colaboração, resolução de problemas, comunicação e pensamento crítico. E quanto mais complexo o jogo, mais essas habilidades são testadas e lapidadas.
Como aplicar o Game-Based Learning
Aplicar o Game-Based Learning de forma realmente eficiente é uma tarefa que requer algum planejamento e estudo.
Por exemplo: se a intenção é ensinar os jogadores a trabalharem em equipe, então não faz sentido utilizar jogos competitivos, onde há elementos como rankings que comparam um jogador com o outro. Isso caracteriza uma discordância entre processo e objetivo.
Uma ótima aplicação do Game-Based Learning é calcada, principalmente, na definição de objetivos flexíveis e na garantia de que os estudantes/jogadores tenham uma estrutura adequada para guiar seu próprio aprendizado com base em suas próprias escolhas.
Além disso, é essencial garantir que os feedbacks sejam constantes e assertivos. Diferentemente do mundo real, os jogos são um ambiente onde erros não acarretam consequências capazes de influenciar a vida de alguém. Por isso, os jogadores devem se sentir confortáveis para aprender com os próprios equívocos, experimentar e questionar.
Como você pôde ver, o Game-Based Learning é uma metodologia que pode ser benéfica de múltiplas maneiras. Por isso, da próxima vez que tiver contato com um game, faça o exercício de olhar para ele para além do fator diversão. Você pode se surpreender.
Durante o curso da história humana, o conceito de trabalho, carreira e profissão sofreu inúmeras transformações. Não é preciso ir muito longe na linha tempo para encontrar ofícios que um dia foram opções viáveis de carreira e hoje estão basicamente extintos: telefonista, datilógrafo, radioator, lanterninha de cinema. A lista é enorme e, por mais que muitos não percebam, continua crescendo.
No exterior, há até mesmo quem diga que a maioria das crianças e jovens que hoje estão na escola trabalharão em atividades que ainda não existem, como Engenheiro de Prompts para IA e Designer de Cidades Inteligentes.
Ao nos depararmos com esse tipo de prognóstico, é comum que uma pergunta surja em nossas mentes: como se preparar para esse futuro tão distante e ao mesmo tempo tão próximo?
A resposta é só uma: dando aos jovens de hoje acesso a conhecimentos técnicos e acadêmicos robustos que os deem a capacidade de se adaptar ao que quer que apareça em seus caminhos. Porém, nada disso pode ser forçado. Os jovens devem ser movidos pela paixão ao buscar seus objetivos. E sabe o que pode ser uma ponte para isso? Sim, os videogames.
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Videogame é uma fonte de diversão e também de soft skills
A popularidade dos videogames é longeva e não dá sinais de enfraquecimento. Assim como o mercado de trabalho, eles também evoluíram e continuam a evoluir a cada novo lançamento ou inovação tecnológica.
Atualmente, estima-se que existam por volta de 2,5 bilhões de gamers em todo o mundo. E ao contrário do que possa afirmar o senso comum, esse não é um grupo hegemônico. Há jogadores em todas as classes sociais, de todas as idades, homens e mulheres.
Entretanto, mesmo com todos esses números, ainda existe muita gente que insiste em dizer que jogos são uma mera diversão ou, na pior das hipóteses, uma perda de tempo. E eles não poderiam estar mais errados.
A ideia exposta no parágrafo acima é tão equivocada que até mesmo uma das maiores empresas de Recursos Humanos do mundo, a ManpowerGroup, discorda dela. Em 2023, a companhia lançou um relatório chamado Game To Work—How Gamers Are Developing The Soft Skills Employers Need (Game to Work – Como os Gamers Estão Desenvolvendo as Soft Skills que os Empregadores Precisam, em tradução livre), que foca justamente em como os gamers chegam mais preparados ao mercado de trabalho.
Nas palavras da própria Manpower, “os gamers se sobressaem quando o assunto são skills como pensamento crítico, criatividade, inteligência emocional e resolução de problemas complexos”. Além disso, a companhia diz que os jogos podem ensinar até mesmo sobre como dar feedbacks eficientes. Todas essas soft skills são, segundo os empregadores, “difíceis de encontrar e ainda mais difíceis de treinar”.
O Vice-presidente de Inovação Global e Analytics da empresa completa: “jogar promove a skill do aprendizado contínuo – e essa habilidade se torna cada vez mais crítica à medida em que as pessoas se adaptam a um panorama de trabalho que não pára de mudar”.
O entusiasmo da ManpowerGroup com o mundo dos games foi tanta que a empresa criou o Gaming Skills Translator, uma ferramenta on-line que analisa a trajetória gamer de um profissional e as traduz em habilidades valiosas para o ambiente de trabalho.
É jogando que também se aprende
O report da MenpowerGroup que mencionamos no tópico acima foi feito, em parte, a partir da análise de mais de 11.000 jogos de 13 gêneros diferentes.
Essa enorme variedade de objetos de estudo fez com que a companhia identificasse facilmente quais tipos de soft skills se desenvolvem a partir do contato com cada tipo de jogo.
Por exemplo: quem costuma jogar títulos de Estratégia, Quebra-Cabeça e Quiz, como StarCraft, Pac-Man e League of Legends, costuma se destacar na hora de resolver problemas, encontrar soluções criativas para as coisas, planejar, tomar decisões, pensar de forma crítica e analisar o seu redor. Isso os torna candidatos ideais para áreas como controle de qualidade, construção civil e operações.
Já os jogadores de Ação, Aventura e Role-Playing, como World of Warcraft, Assassin’s Creed e Pokémon, desenvolvem muitas habilidades sociais, como colaboração e comunicação, além de serem ótimos para resolver problemas e tomar decisões. Na vida profissional, eles se destacam em cargos que envolvem administração, análise, finanças e atendimento ao consumidor.
Games de Mundo Aberto na linha de Minecraft e Legend of Zelda são um campo livre para desenvolver a criatividade e as percepções visual e espacial de quem os joga, skills que podem ser muito úteis para carreiras como engenharia, design gráfico e chef de cozinha.
Os jogos de Equipe, Esportes e Corrida, como FIFA, Call of Duty e Need for Speed, treinam seus jogadores para dar e receber bons feedbacks, planejar táticas, colaborar, se comunicar com clareza e lidar com adversidades. Tudo isso pode ajudá-los, por exemplo, em uma carreira na área da saúde.
Por fim, temos os jogos de Música, como Rock Band e Just Dance, que ensinam algo muito valorizado e raro: o desejo de crescer rapidamente e desenvolver skills de forma perseverante e com muita prática. Esse tipo de jogador pode se destacar, e muito, em áreas como vendas e manufatura digital.
Tudo isso acontece por um simples motivo: jogar ajuda nosso cérebro a criar modelos cognitivos melhores, tornando mais fácil para nós prever e reagir a novas situações. Além disso, jogos on-line são como redes sociais. Nas palavras de Tim Sweeney, CEO da Epic Games, empresa por trás de Fortnite, “as pessoas jogam com amigos e com estranhos e utilizam o jogo como base para se comunicar”.
Gamificando o seu currículo
Uma das partes mais interessantes e importantes do estudo promovido pela ManpowerGroup é, sem sombra de dúvidas, o incentivo para que os gamers incluam seu lado jogador em seus currículos.
Essa realidade já existe em países como a Noruega, onde mais da metade da população jovem costuma jogar algum jogo. Lá, muitas empresas têm recrutado jovens colaboradores com base nas skills adquiridas por meio de videogames.
Uma dessas empresas é a companhia de e-commerce Komplett, que tem contratado gamers para o seu departamento de customer service. Segundo o responsável pelo setor, “os gamers desenvolvem conhecimentos e habilidades que se transferem facilmente para a indústria de e-commerce, como habilidades de TI e skills cognitivas como foco, cooperação e capacidade de desempenhar diversas tarefas”.
Outro exemplo destacado no estudo é o da Lyse Dialog, uma empresa de serviços de utilidade pública. Neste caso, a companhia percebeu que em torno de 10% dos currículos que recebia listavam, além da formação e da experiência, informações referentes à trajetória de jogador do candidato. Aqui, o principal benefício foi o fato de que a companhia conseguiu construir uma imagem positiva junto aos jovens profissionais.
O mercado de trabalho do futuro será marcado pela necessidade de profissionais capazes de se adaptar e trabalhar lado a lado com as novas tecnologias que aos poucos passam a fazer parte das nossas vidas, como a Inteligência Artificial e os robôs.
Assim como o universo profissional, o mundo dos games continuará evoluindo de forma constante. E será cada vez mais comum encontrar profissionais que se capacitam por meio dos jogos. No momento, o maior desafio é mudar a mentalidade geral e fazer com que as pessoas enxerguem os videogames como mais que simples entretenimento.
Por isso, quando você vir um jovem vidrado nos games, não pense que ele está desperdiçando seu precioso tempo. Na verdade, ele pode estar garantindo o seu futuro profissional.
Quando falamos em jogos, uma grande parte das pessoas pensa logo em entretenimento e diversão. Porém, o universo dos games vai muito além disso.
Há um segmento de extrema importância na indústria gamer que se dedica a criar títulos cujo objetivo principal é mais ensinar do que divertir, ou melhor, ensinar divertindo. Estamos falando do mercado de jogos educacionais.
Jogos educacionais existem em diversos formatos, criados para atender às mais diversas necessidades de aprendizagem. E ao contrário do que podem pensar muitos, essa metodologia de ensino não é efetiva somente para crianças e jovens. Adultos também podem se beneficiar, e muito, do aprendizado via jogos.
No artigo de hoje, vamos dissecar os diferentes tipos de jogos educacionais e mostrar por que eles podem ser tão importantes para a jornada de aprendizado. Valendo!
Índice
Os 8 tipos mais comuns de jogos educacionais
1) Quizzes
Os famosos jogos de questionário têm como objetivo principal testar o conhecimento e o entendimento do jogador por meio de perguntas de múltipla escolha. Seu maior benefício é o fato de ajudarem a desenvolver soft skills de pensamento crítico, além de serem úteis na hora de reiterar conceitos.
2) Jogos de simulação social
São os games que simulam situações da vida real, como gerenciar um negócio, administrar uma cidade ou até mesmo realizar ações cotidianas. Eles são especialmente valiosos para o ensino de negócios, já que ajudam a treinar habilidades como tomada de decisões e trabalho em equipe, além de facilitarem o entendimento de sistemas muitas vezes complexos.
3) Quebra-cabeças e jogos de resolução de problemas
Pensamento lógico, resolução de problemas e planejamento estratégico são as skills mais postas em práticas neste tipo de game. Por meio desses desafios, se desenvolvem habilidades de raciocínio e pensamento crítico.
4) Jogos matemáticos
O ensino e a absorção de conceitos matemáticos é um desafio comum para muitos educadores e alunos. Nesse contexto, os jogos educacionais baseados em conceitos e operações com números são de extremo valor, pois tornam o aprendizado mais dinâmico, interativo e leve.
5) Jogos de ensino de línguas
Além de aumentar a nossa bagagem de vida, conhecer outros idiomas é uma das hard skills mais valorizadas pelo mercado de trabalho, sendo fundamental para ocupar alguns cargos.
Entretanto, não são todos os que têm facilidade para aprender línguas estrangeiras. Jogos educacionais focados no ensino de idiomas são uma maneira didaticamente lúdica de aprender noções de gramática, sintaxe, vocabulário e pronúncia.
6) Jogos criativos e artísticos
Criatividade, imaginação e expressão artística também são elementos muito importantes para a construção da identidade humana. Esse gênero de jogo educacional costuma ser utilizado para despertar a capacidade de expressão e motivação por meio de atividades que envolvem desenhos, música, contação de histórias, etc.
7) Jogos de ciência
São jogos formulados com base em conceitos e experimentos científicos e tecnológicos. Oferecendo experiências práticas e virtuais, eles promovem e impulsionam o entendimento do aluno sobre o universo da ciência.
8) Jogos de história e geografia
Por fim, temos os jogos que fazem o estudante/jogador mergulhar em cenários históricos e geográficos, encorajando-os a explorá-los. Mapas interativos e tours virtuais são alguns dos recursos utilizados por esses games para ensinar sobre outras culturas e eventos históricos e importantes.
Apesar de esses serem os tipos mais populares de jogos educacionais, eles não são os únicos. Além disso, um único jogo pode incorporar elementos de diversos gêneros. Tudo depende do objetivo que se busca alcançar.
Por que utilizar jogos educacionais no processo de aprendizado
Jogos educacionais não são exatamente uma metodologia nova. Porém, sua popularidade tem sido maior do que nunca, por diversos motivos.
Os benefícios da utilização desses games se estendem tanto aos educadores quanto aos alunos, independente da idade. Alguns dos principais são:
Melhora no engajamento e na motivação
A capacidade de cativar os estudantes é uma das características mais únicas dos jogos educacionais. Por meio de gameplays interativos, imersivos e divertidos, é possível trazer os alunos para dentro do processo de aprendizagem de uma forma mais ativa e lúdica.
Aprendizado personalizado e colaborativo
Como pontuamos anteriormente, muitos jogos educacionais são calcados no trabalho em equipe e na colaboração. Essa é uma soft skill importante em quase todas as esferas da vida, mas é especialmente relevante no mercado de trabalho. Saber se comunicar e cooperar com o outro nem sempre é algo simples de se aprender, e os jogos podem dar um forte impulso.
Além disso, os jogos permitem que o estudante evolua no seu próprio ritmo. Por meio de feedbacks personalizados e algoritmos de aprendizagem maleáveis, é possível acolher diferentes tipos de aprendizagem e permitir que cada aluno aprenda por igual, do seu jeito.
Retenção do conhecimento
Por apresentarem o conteúdo de uma forma interativa e divertida, os jogos educacionais são uma ótima saída para quem deseja ou precisa fortalecer a memorização do que é ensinado.
O segredo é simples: quando o aluno interage diretamente com os conceitos aos quais está sendo exposto, seu cérebro recebe um estímulo maior para guardar aquela informação, fazendo com que ela seja retida por muito mais tempo.
Aprendizado na prática
Um dos melhores recursos oferecidos pelos jogos educacionais é, sem dúvida, a possibilidade de aplicar e testar na prática os conceitos que estão sendo aprendidos.
Seja resolvendo problemas matemáticos, administrando um negócio virtual ou explorando um mapa histórico, a realidade é uma só: jogos são um ambiente instigante e, acima de tudo, seguro para que os estudantes testem e tenham real dimensão daquilo que aprenderam.
Por onde começar a incluir jogos educacionais na sua metodologia
Apesar de os jogos educacionais trazerem muitos benefícios, é preciso cautela, planejamento e pesquisa na hora de adotá-los.
Antes de tudo, é preciso ter em mente que nem todo jogo é adequado para todo contexto. Em tópicos anteriores, mostramos que os jogos educacionais existem dentro de diversos gêneros e contextos. Antes de escolher algum para utilizar em sala de aula, o educador deve primeiro analisar o currículo já existente e tentar encontrar um título que de fato tenha um valor educacional que se adeque aos seus objetivos. Em outras palavras, é o jogo que deve se adaptar ao currículo, e não o contrário.
Outro ponto a ser levado em consideração é a faixa etária da turma ou grupo que será exposto ao jogo. Games muito simples ou fantasiosos podem não ter tanto apelo com alunos mais velhos, enquanto crianças certamente terão dificuldades em lidar com um título complexo demais.
Além disso, também é necessário avaliar se os custos daquele game cabem no orçamento disponível. Apesar de existirem jogos educacionais gratuitos, também há outros que precisam ser comprados ou assinados, o que faz com que o lado financeiro se torne mais um elemento a ser colocado na balança.
Uma vez que o jogo foi adotado, o trabalho ganha outros focos. Utilizar um jogo educacional implica, também, em guiar e acompanhar a trajetória do aluno com aquele game. É papel do educador tornar a experiência ainda mais instigante para o usuário, promovendo discussões e fazendo ligações entre o jogo e as aplicações daqueles conceitos no mundo real.
Jogos educacionais populares
Agora que você já entendeu o conceito de jogo educacional, é hora de conhecer alguns exemplos disponíveis no mercado.
Minecraft Education Edition
Você sabia que um dos jogos on-line mais populares da atualidade possui uma versão especial voltada para fins pedagógicos? Na edição educacional de Minecraft, o usuário constrói e explora mundos virtuais enquanto treina suas habilidades criativas, colaborativas, mediadoras e de pensamento crítico.
Duolingo
Muitos podem até não perceber, mas o bem-sucedido aplicativo de ensino de idiomas também é um jogo. Os elementos da gamificação estão todos ali: subida de níveis, selos de recompensa, interatividade. Com Duolingo, a experiência de aprender uma nova língua se torna muito mais cativante e fluída.
Dragonbox
Voltado para o ensino de matemática, Dragonbox ensina os conceitos dessa área do conhecimento por meio de quebra-cabeças e desafios. Seu maior diferencial está na forma com que o jogo simplifica ideias e equações muitas vezes complexas, tornando a tão temida matemática mais acessível e prazerosa.
Scribblenauts
Esse jogo de título inusitado é um quebra-cabeças que visa desenvolver o pensamento crítico. Aqui, o jogador controla um personagem que carrega um caderno em que tudo o que é escrito é inserido no universo do jogo e deve ser utilizado para resolver os desafios. É um grande exercício de criatividade, resolução de problemas e até mesmo de incremento de vocabulário.
Geoguesser
Nesse jogo, os usuários são desafiados a identificar locais por meio de imagens capturadas pelo Google Street View. Além de conhecimentos geográficos, ele também ajuda a aprimorar as soft skills de pensamento crítico e resolução de problemas.
TypingClub
Digitação pode soar como uma habilidade um tanto quanto antiquada aos ouvidos de muita gente, principalmente dos mais jovens. Porém, saber digitar no teclado de um computador de maneira veloz e com o mínimo de erros possível ainda é uma hard skill básica no meio profissional. Esse jogo oferece exercícios interativos e divertidos para tornar o aprendizado dessa skill mais motivador e atrativo.
Jogos educacionais existem não para substituir, mas para complementar e fortalecer as metodologias de ensino tradicionais. Sua utilização deve ser, acima de tudo, estratégica e com a intenção de dar ainda mais sentido ao aprendizado.
Dinâmicos por natureza, eles promovem uma experiência de aprendizagem verdadeiramente imersiva. Além disso, eles são, comprovadamente, uma ferramenta poderosa para impulsionar a compreensão, o engajamento e a retenção do conteúdo ensinado.
Como você pôde ler neste artigo, os jogos educacionais, quando bem empregados, são capazes de revolucionar a forma de ensinar no mais amplo dos sentidos. Eles podem ser a solução para um dos desafios mais frequentes na rotina de qualquer educador, professor, treinador ou qualquer outra nomenclatura que se utilize para designar quem ensina: a falta de motivação e engajamento dos alunos.
Se você acompanha as postagens sobre jogos e gamificação do nosso blog, certamente já sabe que a linha que separa a jornada de um jogador de uma jornada de negócios é muito mais tênue do que se possa imaginar.
A metodologia do Octalysis Framework, desenvolvida pelo empreendedor taiwanês Yu-kai Chou, escancara ainda mais essa relação. De forma clara e didática, o especialista ilustra e explica como a indústria dos jogos se aproveita das emoções e motivações humanas para tornar seus produtos atrativos, engajadores e, principalmente, relevantes e populares a longo prazo.
Pessoas não se relacionam com um jogo – ou qualquer outro tipo de produto – de um jeito linear e único. A experiência do usuário se desenvolve gradualmente, conforme as descobertas e novidades que surgem pelo percurso.
Yu-kai Chou divide esse percurso em 4 fases: Descoberta, Onboarding, Scaffolding e Fim do Jogo. Elas vêm como um complemento dos 8 Core Drives que deram origem ao Octalysis Framework, sendo inclusive consideradas pelo autor como a base do que ele chama de Ocalysis nível 2, uma versão ainda mais aprofundada do framework original. Aqui, a proposta é ver um produto como
Nesse artigo, vamos destrinchar uma a uma das 4 etapas da jornada do jogador e mostrar como elas podem te ajudar a construir um sistema gamificado ainda mais eficiente e duradouro.
Índice
1ª fase da jornada do jogador: a Descoberta
A jornada gamificada de uma pessoa começa no momento em que ela ouve falar e começa a se familiarizar com aquele produto, serviço ou experiência. A essa fase, Yu-kai Chou deu o título de “Fase da Descoberta”.
Gamificar essa etapa é uma excelente forma de impulsionar seu nome e seu engajamento inicial com o público-alvo. Para isso, é preciso retomar alguns pontos do Octalysis Framework.
Durante a fase da descoberta, a porta de entrada para a gamificação costuma ser o Core Drive de número 7: Imprevisibilidade e Curiosidade. Porém, essa não é uma maneira tão robusta de iniciar a jornada gamificada.
Trabalhar melhor o Core Drive número 5, Influência Social e Identificação, pode ser mais efetivo para conquistar de vez o interesse inicial do público. Isso é respaldado, inclusive, pelas atuais teorias de marketing que dizem que, mais que simples clientes, é preciso conquistar pessoas que comprem a ideia e divulguem a sua marca, serviço, produto ou experiência.
Mas se a ideia for utilizar a gamificação de forma interna dentro de uma empresa, talvez seja melhor dar uma atenção especial ao Core Drive 8, Perda e Prevenção, calcado na ideia de que a pessoa irá perder algo – que nesse contexto pode ser prestígio, respeito ou até mesmo a própria posição profissional – se não aderir ao que está sendo vendido ou proposto.
Além disso, a fase da Descoberta é o momento ideal para colocar em prática todo tipo de inovação e estratégias de atração. Vender seu produto ou experiência como algo grandioso, maior até do que o próprio público, é algo que estimula diretamente o Core Drive número 1, o do Significado Épico.
A gamificação é algo tão abrangente e complexo que seus princípios podem ser aplicados até mesmo por empresas na seleção de novos talentos. O departamento de Recursos Humanos do Google, por exemplo, utiliza a estratégia de propor problemas de programação complexos para os candidatos resolverem antes mesmo da entrevista. Essa estratégia é um exemplo prático do Core Drive 3, Empoderamento da Criatividade e Feedback, sendo posto em ação.
Depois de todas essas possibilidades que exemplificamos, em algum momento a fase 1 da jornada irá chegar ao fim. E isso acontece a partir do momento em que a pessoa passa a utilizar o produto de fato. É aí que se inicia a fase 2: o Onboarding.
2ª fase da jornada do jogador: Onboarding
A fase do Onboarding é aquela em que o usuário começa a conhecer as regras do jogo.
Geralmente, essa é a etapa em que as empresas mais focam, mesmo aquelas que não conhecem ou não adotam metodologias gamificadas ou baseadas na jornada do jogador.
Isso porque há uma espécie de consenso geral que diz que, se um consumidor utilizar um produto ou serviço por um curto período de tempo, ele irá se apaixonar e se tornar um usuário permanente. Porém, este nem sempre é o caso.
Um Onboarding bem feito leva em conta o fato de que a familiarização de uma pessoa com um produto ou serviço deve ser o mais dinâmica, intuitiva e fácil possível.
Nenhum consumidor gosta de ser obrigado a ler intermináveis páginas ou assistir a longos vídeos para entender como aquilo que ela está experimentando funciona. O que ele realmente quer é uma breve introdução para logo depois começar a explorar.
O Core Drive que mais tem a ver com essa fase é o segundo, Desenvolvimento e Realização. E é também uma das fases em que os videogames mais podem servir como ponto de referência e inspiração.
Jogos, de maneira geral, não vêm com grandes manuais explicando o que precisa ser feito em cada momento do gameplay. Também não costumam ser precedidos de um enorme vídeo mostrando o passo a passo de cada jogada. A história geralmente é contada por meio de cenas curtas que não mastigam as informações, mas sim guiam e sugerem ao jogador o que ele deverá fazer em seguida.
Quer um exemplo fora dos jogos? A barra de progresso do LinkedIn pode ser um ótimo. À medida em que o usuário vai completando itens em seu perfil, a barra se preenche e o nível de força do perfil sobe. Essa foi uma maneira simples e, sim, gamificada, encontrada pela rede para mostrar aos usuários o que ela quer que eles façam, com o plus de entregar uma recompensa emocional (que é justamente o progresso da barra) pelo cumprimento dessas ações.
Em suma, a melhor forma de trabalhar o Onboarding é encontrando soluções interativas que despertem gatilhos emocionais no usuário que o levem a realizar aquilo que você projetou quando criou seu sistema gamificado. É isso que anima e motiva o usuário e faz com que ele esteja pronto para a próxima fase da jornada.
3ª fase da jornada do jogador: Scaffolding
Scaffolding é um termo em inglês de difícil tradução para o nosso idioma. No meio educacional, ele costuma ser utilizado para descrever um conjunto de técnicas utilizadas para impulsionar os alunos em direção a uma compreensão mais ampla e, principalmente, a uma maior independência no processo de aprendizagem. Uma definição que também tem tudo a ver com a terceira fase da jornada da gamificação.
Nas palavras de Yu-kai Chou, a fase do Scaffolding é aquela em que o jogador/usuário utiliza tudo aquilo que aprendeu na fase do Onboarding para tentar obter o maior número possível de ganhos e vitórias.
Geralmente, essa é a fase mais divertida e também aquela em que todos os 8 Core Drives que formam o Octalysis Framework estão presentes de forma mais ou menos equilibrada. É quando o jogador ou usuário volta diariamente para realizar tarefas muitas vezes repetitivas (matar os mesmo monstros em um RPG, por exemplo) mas que, de alguma maneira, o instigam a continuar fazendo-as.
A origem dessa motivação é o que a fase do Scaffolding visa esclarecer. E o “segredo” é um só: o tal equilíbrio entre todos os Core Drives que mencionamos no parágrafo anterior. Se você planejar sua gamificação com isso em mente para essa fase, verá seus usuários se tornarem motivados e engajados.
O fim do Scaffolding se dá quando o jogador sente que já experimentou tudo o que aquele produto, serviço ou experiência gamificada têm para oferecer. É a hora em que ele crê que está próximo do Fim do Jogo.
4ª fase da jornada do jogador: Fim do Jogo
E chegamos ao fim, pelo menos em partes.
A fase do Fim de Jogo é constantemente negligenciada quando se desenvolve um processo gamificado. Não olhar para ela com o devido cuidado é praticamente uma garantia de que muitos usuários veteranos irão se entediar e abandonar o jogo.
Mas o que muitos não se dão conta é de que esses usuários veteranos são justamente os maiores embaixadores e divulgadores daquele jogo, produto, serviço ou experiência.
A atitude mais importante a se tomar é justamente encontrar formas e recursos para manter essas pessoas ligadas a você. Geralmente, mas não sempre, isso é feito adotando táticas que atingem diretamente os Core Drives que Yu-kai Chou descreve como White Hat, ou seja, aqueles que causam sensações e emoções positivas (Significado Épico, Realização, etc.).
Por exemplo: se um usuário veterano sente que, dentro daquele sistema gamificado, ele ocupa uma posição mais elevada que a de seus colegas, seu orgulho fará com que ele se mantenha dentro do sistema por mais tempo.
Alimentar seu projeto gamificado com novos recursos e ferramentas que permitam que o usuário coloque sua criatividade e inventividade em prática é outra alternativa para manter o engajamento em altos níveis.
Também é possível empregar um elemento que Yu-kai Chou chama de “Sunk Cost Tragedy” (Tragédia do Custo Irrecuperável, em tradução livre). Em poucas palavras, Sunk Cost Tragedy é aquele momento do jogo em que o jogador já dedicou tanto tempo a aquele game que se torna difícil, quase impossível, abrir mão de todos os níveis, habilidades, pontos, itens e tudo mais que já tenha sido conquistado. A sensação de perda – das conquistas e das horas gastas jogando – é justamente o que prende o usuário.
Quem está familiarizado com o Octalysis Framework logo identifica o Core Drive referente a esse tipo de motivação: o de número 8, Perda e Prevenção.
Fora dos jogos, um grande exemplo de Sunk Cost Tragedy são as redes sociais. Peguemos o Instagram, por exemplo: muitos usuários desejam abandonar o aplicativo. Porém, isso implicaria em perder todas as fotos, curtidas, seguidores e contatos conquistados por meio da rede. É uma motivação desconfortável – por isso Chou a chama de Black Hat, o oposto do bem-estar trazido pelos motivadores White Hat – porém extremamente eficiente.
Como você viu, a jornada de um jogador pode servir de espelho não só para a indústria dos games, mas para todos os segmentos de mercado. Se bem aplicados e trabalhados de forma equilibrada, esses princípios serão a grande chave para a geração de clientes e parceiros de longo prazo para a sua empreitada. Mais um ponto para a gamificação!
Aqui no Fapuga News, um dos nossos temas preferidos é a simbiose entre o mundo dos games e o mundo dos negócios, que se dá de diversas maneiras. Uma delas é a transferência de ferramentas comumente utilizadas por gamers para o ambiente corporativo, e vice-versa.
Dentre essas ferramentas, uma das mais populares e com mais potencial na atualidade é o Discord. Criado originalmente para facilitar a comunicação entre equipes de jogos on-line, o serviço vem, nos últimos anos, expandindo sua atuação para outros segmentos, incluindo o corporativo.
Contando atualmente com mais de 150 milhões de usuários ativos por mês e quatro bilhões de minutos diários de conversas em seus servidores, o Discord consolida a cada dia seu espaço entre os gigantes das plataformas de comunicação. E os motivos para isso são muitos.
Neste artigo, vamos mostrar porque o Discord, ao contrário do que muitos ainda pensam, é uma solução viável, adequada e muito eficiente para a comunicação dentro das empresas. E para ilustrar isso, não poderíamos utilizar outro exemplo que não o da nossa própria IES.
O Discord é um dos canais oficiais de comunicação tanto da Fapuga, nossa faculdade, quanto do Nepuga, nosso núcleo de especialização na área de estética. As razões pela qual escolhemos esta plataforma dentre tantas que existem no mercado é o que iremos explorar nos próximos parágrafos.
Contando atualmente com mais de 150 milhões de usuários ativos por mês e quatro bilhões de minutos diários de conversas em seus servidores, o Discord consolida a cada dia seu espaço entre os gigantes das plataformas de comunicação. E os motivos para isso são muitos.
Neste artigo, vamos mostrar por que o Discord para empresas, ao contrário do que muitos ainda pensam, é uma solução viável, adequada e muito eficiente para a comunicação, utilizando o próprio case da nossa IES como exemplo.
Índice
O que é e como funciona o Discord
Como dissemos anteriormente, o Discord era uma plataforma destinada inicialmente à interação entre gamers. Porém, já faz alguns anos que a companhia mudou seu direcionamento e passou a se posicionar como uma solução de comunicação capaz de fazer frente a nomes consolidados como Microsoft Teams, Zoom e Slack.
Quando optamos por usar o Discord como nossa ferramenta de comunicação principal, dois dos fatores que mais pesaram foram a facilidade de acesso e a enorme possibilidade de customização que o serviço oferece.
Além disso, nosso Discord é 100% configurado para atender às necessidades específicas da Fapuga e do Nepuga. Ao invés de nos adaptarmos à plataforma, é ela que se adapta a nós.
Nosso principal servidor interno é o Nepuga/Fapuga Staff, de acesso restrito a colaboradores. Nele está centralizado tudo o que diz respeito aos processos da nossa rotina de trabalho.
É por meio desse servidor que os funcionários podem acessar todas as políticas internas da instituição, inclusive aquelas relacionadas à utilização do próprio Discord (como, por exemplo, a de manter o status como “Disponível” durante todo o expediente de trabalho, por exemplo).
O servidor principal também é o meio de comunicação interno oficial da IES. Dentro dele existem diversos canais, grupos de conversa que atendem a diversos fins.
O canal Geral, por exemplo, é um espaço aberto para conversas e discussões de temas de interesse coletivo da equipe. Já o grupo Recados do Administrativo serve como uma espécie de mural virtual onde todos podem ver, de forma instantânea, os comunicados emitidos pelo RH e pela diretoria.
Há também os canais de acesso restrito aos membros de determinado departamento ou projeto. Nesses grupos, o foco principal da interação é acompanhar o andamento das demandas de trabalho e outras conversas relacionadas àquele time.
Até aqui, você pode estar pensando que o Discord é uma plataforma de comunicação como qualquer outra do mercado. Porém, os diferenciais da solução são inúmeros e iremos mostrá-los no próximo tópico.
O que diferencia o Discord de outras plataformas
Um dos maiores pontos de vantagem do Discord é a sua facilidade de acesso. Com ele,não há a necessidade de criar novos usuários para acessar as comunidades de outras empresas ou grupos. A partir de um único login, é possível acessar ou ser inserido em qualquer servidor ou canal. Isso é especialmente útil para nós, visto que utilizamos a plataforma não só para comunicação interna como também para a interação com alunos e parceiros.
Por exemplo: nossos colaboradores têm acesso a uma série de cursos on-line de tecnologia da Alura. Graças às facilidades do Discord, podemos utilizar o mesmo usuário que usamos aqui para acessar o servidor da Alura e entrar em contato direto com a equipe da plataforma de cursos sempre que houver desejo ou necessidade.
E já que estamos falando em facilidade de acesso aos servidores, não poderíamos deixar de mencionar aquilo para o qual o Discord foi originalmente desenvolvido: os jogos.
Uma das metodologias mais proeminentes da nossa IES é a gamificação. Acreditamos que os jogos têm um poder que vai além da simples diversão, ajudando a treinar o cérebro e desenvolver soft skills da mais alta relevância para o mercado de trabalho.
Por esse motivo, incentivamos que os games façam parte da rotina dos nossos colaboradores. Nosso servidor de staff conta, inclusive, com canais específicos para que os membros da nossa equipe joguem juntos seus jogos preferidos. Além disso, eles podem utilizar o mesmo usuário que usam na empresa para acessar servidores de videogames e interagir com outros jogadores.
Outro ponto que diferencia o Discord das demais opções do mercado é a sua alta capacidade de trabalhar em conjunto com outras plataformas. Aqui na Fapuga e no Nepuga, utilizamos o Trello para gerenciar nossas demandas e tarefas. E graças à integração com o Discord, todas as movimentações feitas em qualquer card de qualquer workplace do Trello são notificadas via bot em canais do Discord específicos para cada departamento. Isso nos ajuda a ter um mapeamento e uma visibilidade ainda maiores dos trabalhos que estão sendo feitos, além de dispensar a necessidade de ficar acessando outra plataforma a todo momento.
Discord e a gamificação
A palavra gamificação surgiu algumas vezes durante este artigo. Se você acompanha o nosso blog, certamente já sabe o que ela significa. Caso contrário, aqui vai uma breve explicação: gamificação é o ato de transportar as mecânicas e os elementos dos jogos para as atividades do mundo real, principalmente as educacionais e as profissionais.
A gamificação faz parte do nosso processo educacional. Por meio dela, acompanhamos de perto a evolução acadêmica dos nossos alunos. No sistema gamificado adotado tanto pela Fapuga quanto pelo Nepuga, o progresso no curso se transforma em pontos que geram prêmios à medida em que são acumulados.
O Discord é uma parte importante desse processo. A interação nos servidores é uma das atividades que ajudam os estudantes a angariar pontos. Além disso, possuímos servidores que são abertos aos que desejam estudar conosco e aos alunos matriculados e egressos.
Mais do que isso, o Discord é uma plataforma gamificada por natureza. Dentro de um servidor há um sistema de níveis muito semelhante ao dos games. Quanto mais um usuário interage no servidor, mais ele sobe de nível.
No final de 2023, a equipe da Fapuga e Nepuga participou de um projeto de integração entre os departamentos, com o intuito de desenvolver a convivência e fortalecer os laços entre todos.
O Discord também fez parte desta iniciativa. Nosso departamento de TI criou um bot exclusivo chamado “Nepuga XP”, que foi utilizado para gamificar o fórum de interações do projeto.
Bots do Discord
E já que mencionamos os bots, por que não dedicar um tópico inteiro a essas ferramentas que facilitam, e muito, a rotina das empresas. Por meio deles, é possível desafogar o trabalho dos funcionários ao automatizar diversas tarefas e processos.
O Discord é uma plataforma 100% pronta para a implementação de bots. Atualmente, existem centenas de opções criadas por diversos desenvolvedores dedicados a explorar ao máximo as possibilidades da plataforma.
Além do Nepuga XP, desenvolvido internamente por nós, nossos servidores do Discord também contam com outros bots que tornam a nossa rotina mais fluida e ágil.
Um desses bots é o Reminder, que envia notificações no chat toda vez que algum colaborador faz aniversário. Apesar de simples à primeira vista, esse recurso funciona quase como uma ferramenta de endomarketing, visto que ajuda o aniversariante a se sentir visto e acolhido pelo time.
Trello Notification é o bot que garante a integração entre o Discord e o Trello que mencionamos em um tópico anterior. Ainda relacionado à plataforma, temos também o Nepuga TI BOT, outro bot criado por nós que serve para notificar os colaboradores responsáveis pelas demandas do Trello quando alguma tarefa está chegando ao seu prazo final.
Xenon é o bot que utilizamos para realizar o backup de tudo o que é dito e compartilhado no Discord. Esse bot é especialmente útil para a equipe de TI, visto que automatiza um processo que muitas vezes demanda um tempo que, graças à tecnologia, pode ser utilizado em outras tarefas.
Por fim, também temos o bot Nepuga. Esse bot é o grande responsável por alimentar nossos canais de conteúdo.
Atualmente, nosso servidor interno possui 6 canais movimentados pelo conteúdo selecionado por esse bot. Em Redes Sociais Nepuga, o bot detecta e compartilha quando uma nova postagem é feita em um dos perfis mantidos pela IES no Instagram. Isso ajuda a equipe a ficar por dentro do trabalho desenvolvido pela nossa equipe de marketing e se engajar ainda mais com a empresa.
Já no caso dos canais de conteúdos de Hard Skills, Soft Skills, Tech Skills e Health Skills, o bot é programado para coletar e compartilhar vídeos oriundos de sites como YouTube, TikTok e Instagram e compartilhá-los nos grupos para que todos possam ver. Em cada canal, o bot é programado para disparar apenas conteúdos que têm a ver com aquele tema. Aqui, a intenção principal é auxiliar o desenvolvimento profissional e pessoal da nossa equipe, expondo-os a conteúdos e conhecimentos que julgamos relevantes.
Já no canal Promoções, o Nepuga bot é integrado a um perfil de anúncios de promoções do X (antigo Twitter) para alertar aos nossos colaboradores sobre ofertas de produtos que possam ser do seu interesse, em especial itens de informática.
Facilidade e gratuidade
Como você viu, o Discord é muito mais do que uma plataforma de comunicação completa. Ele é a solução, muitas vezes desconhecida, para muitos dos problemas e anseios das pessoas que administram negócios na atualidade.
Em um mundo em que colaboradores e parceiros vêm e vão em uma velocidade cada vez maior, comunicação e engajamento são palavras-chave para retê-los. Quando todos os envolvidos compartilham dos valores e propósitos de uma empresa, gera-se uma sensação de acolhimento que se traduz em relações duradouras.
Como bem pontuou o coordenador do nosso departamento de TI, Diego Evangelista, “O Discord tem se mostrado uma ferramenta extremamente versátil e eficaz, diferenciando-se de outras plataformas de comunicação principalmente pela sua capacidade de ser customizado às nossas necessidades específicas. Em comparação com outras plataformas, o Discord nos proporciona uma flexibilidade e uma adaptação ao ambiente educacional que são incomparáveis, tornando a troca de informações mais dinâmica e a experiência de usuário mais integrada e satisfatória. Esses benefícios têm sido fundamentais para otimizar nossas operações diárias e melhorar continuamente o ambiente de aprendizagem que oferecemos.”
Além disso, o Discord possui um outro grande diferencial: é um serviço 100% gratuito. Sim, não é preciso pagar nada para utilizar todos os recursos e configurações que abordamos neste artigo. Há a opção de assinar planos pagos, que oferecem algumas vantagens como maior capacidade de compartilhamento de arquivos, compartilhamento de tela em HD e mais opções de emojis. Porém, a versão gratuita já atende muito bem as principais necessidades de todos.
Esse último benefício esbarra em uma questão crítica para grande parte das empresas: o fator econômico. Ao não ter que pagar por uma boa plataforma de comunicação, é possível economizar ou até mesmo redirecionar recursos para outras áreas do negócio.
E você, gostou de conhecer nosso case de sucesso? Esperamos que sim e esperamos que ele possa se tornar uma referência para alavancar a comunicação do seu negócio.
Quando o empresário taiwanês Yu-kai Chou começou a estudar sobre gamificação para criar aquilo que seria seu grande legado para o tema, o celebrado Octalysis Framework, um ponto logo chamou sua atenção: enquanto alguns jogos tendem a experimentar grandes picos de popularidade que logo se retraem, outros conseguem manter sua fama de forma consistente por anos ou até mesmo décadas.
Chou percebeu que isso acontece devido à forma que esses jogos são criados e os tipos de motivação que eles geram em seus jogadores.
Dessa observação, nasceram as definições de gamificação White Hat e gamificação Black Hat. Quem já está familiarizado com o Octalysis Framework sabe que esse método é representado por um octógono no qual se encontram 8 elementos chamados de Core Drives, que controlam a motivação humana.
Yu-kai Chou divide esses Core Drives em duas categorias, que são, justamente White Hat e Black Hat. Nos próximos parágrafos deste artigo, você vai descobrir o que são esses conceitos e como eles se aplicam no processo de gamificação.
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O que é a teoria White Hat vs Black Hat
Como mencionado no início do artigo, a teoria da gamificação White Hat vs Black Hat nasceu de uma curiosidade de Yu-kai Chou: por que alguns jogos fazem sucesso, viciam seus jogadores durante algum tempo e logo depois passam por uma queda de popularidade? E por que existem outros que conseguem manter um legado e uma base de jogadores consistente através dos anos?
Estudando mais a fundo, Chou percebeu que a grande razão para isso estava na forma que esses jogos foram criados e nos Core Drives que motivavam seus jogadores durante as fases mais avançadas do game.
Enquanto os jogos que viralizam e “somem” oferecem apenas Core Drives que motivam com base em sentimentos como urgência, obsessão e vício, os que possuem uma trajetória mais consistente costumam proporcionar aos jogadores uma sensação contínua de bem-estar e satisfação.
Essa constatação fez com que Chou se lembrasse de dois conceitos que aprendera quando estava imerso na área de SEO (Search Engine Optimization): White Hat e Black Hat.
Dentro do universo do SEO, uma técnica White Hat consiste em construir um site da maneira recomendada e desejada pelas ferramentas de busca. Já o termo Black Hat se refere a metodologias que as ferramentas de busca de forma desonesta, se aproveitando das falhas dessas plataformas para impulsionar o ranqueamento de sites de modo mais rápido.
Motores de busca fazem tudo o que está ao seu alcance para barrar sites que praticam Black Hat SEO, aprimorando seus algoritmos para identificar e eliminar esse tipo de página dos resultados de suas pesquisas. Porém, o cérebro humano não funciona da mesma forma.
Coisas que nos despertam sentimentos de obsessão, preocupação e até mesmo estresse acabam sendo sedutoras e nos impulsionando, ainda que de forma inconsciente. A gamificação do tipo Black Hat se aproveita desse tipo de motivação segundo. Mas apesar disso, a estratégia Black Hat pode ser bem-vinda em alguns momentos de um contexto gamificado.
A importância do White Hat e Black Hat na gamificação
Core Drives White Hat são aquilo que Yu-kai Chou descreve como elementos motivadores que fazem com que nos sintamos poderosos e satisfeitos, com total controle sobre nossas vidas e ações. Por sua vez, os Core Drives Black Hat são definidos por ele como aqueles que nos tornam obcecados, ansiosos e estressados. Se por um lado eles possuem um alto poder de motivar nossas ações, a longo prazo podem nos causar a sensação de falta de controle sobre nossos próprios comportamentos.
Uma leitura superficial logo leva a crer que a gamificação White Hat é a melhor opção em todos os sentidos. Porém, ela possui um ponto fraco importante: trata-se de uma estratégia que falha em criar um senso de urgência.
A gamificação Black Hat ajuda a criar a urgência muitas vezes necessária para que o sistema gamificado realmente funcione. Se uma empresa implementa uma gamificação baseada unicamente em White Hat em um ambiente onde os usuários são constantemente bombardeados por estímulos Black Hat, eles provavelmente ficarão sem senso de urgência e sempre procrastinando, o que prejudica a experiência. Por isso, o equilíbrio entre os dois tipos de gamificação costuma ser uma saída necessária.
Utilizando a gamificação Black Hat de forma consciente
O que Yu-kai Chou sempre faz questão de deixar claro é que a gamificação Black Hat não é necessariamente um sinônimo de ruim ou antiético. Algumas pessoas utilizam técnicas Black Hat para impulsionar o cumprimento das suas metas de médio e longo prazo, por exemplo.
As técnicas Black Hat, quando bem desenvolvidas e aplicadas, nos levam a tomar certas ações de forma rápida e sem que nos sintamos 100% no controle de tudo. Se isso é algo bom ou ruim, depende das intenções e do resultado final de tais ações.
Por isso, é importante manter uma lição importante em mente: quando falamos em gamificação, é fundamental garantir, acima de tudo, que o usuário se sinta bem por estar inserido naquela experiência. Em outras palavras, com boas doses de técnicas White Hat.
O impacto do Black Hat no sucesso (ou não) de uma empreitada
As teorias de Yu-kai Chou sobre gamificação White Hat e Black Hat são tão fores que podem até mesmo servir de base prever se algo será ou não um sucesso. Um estudo de caso utilizado pelo próprio autor no livro que publicou sobre o tema é o da empresa de jogos Zynga, corporação por trás de FarmVille.
Por mais que não utilize o termo oficialmente, a Zynga é uma expert no uso de técnicas de gamificação Black Hat, o que sempre gerou bons resultados à primeira vista. Porém, a empresa sofria de um problema crucial: seus jogos eram viciantes, mas falhavam em fazer seus jogadores se sentirem, justamente aquilo que as técnicas White Hat.
O resultado disso? À medida em que o usuário ia jogando, a novidade e o entusiasmo do início ia se esvaindo cada vez mais. Além disso, novos lançamentos da empresa falharam em atingir os resultados esperados.
Esse case ilustra muito bem a importância de um bom entendimento tanto sobre White Hat quanto Black Hat. Conhecendo a fundo as duas frentes, fica mais fácil medir resultados antecipadamente e implementar um sistema gamificado de forma mais segura, com menos risco de falhas.
A necessidade de equilíbrio que mencionamos anteriormente se mostra mais uma vez importante. Se uma estratégia de gamificação é formatada sem nenhuma técnica Black Hat, provavelmente não haverá aquele sucesso viral. Mas se não houver, também, alguma técnica White Hat, o usuário logo irá se cansar e abandonar o jogo em busca de algo melhor.
Na última semana, o Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NAP) da Fapuga realizou um evento muito diferente do cotidiano em sala de aula, através de uma feira de habilidades proposta aos alunos.
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Na oportunidade, os alunos dos cursos de Administração e Gestão Hospitalar foram convidados a mostrarem um pouco do que fazem de melhor, além de um convite a se perceberem e mostrarem como gestores, no que compreende diferentes habilidades da atuação.
Projeto idealizado pelo Núcleo de Apoio Psicopedagógico, mas com a participação ativa dos graduandos
Apesar da idealização realizada por Bianca Rafaela, coordenadora do NAP, ela conta como os graduandos participaram ativamente nas diferentes etapas do projeto. Dessa forma, não foi somente durante a apresentação final que os alunos puderam demonstrar ativamente suas habilidades.
“Eu particularmente vejo um reflexo de como essa experiência no geral foi útil, porque a gente pôde vê-los como gestores, desde as pessoas que se apresentaram, das perguntas pertinentes dos alunos que estavam ali acompanhando, das pessoas que colaboraram com a organização da decoração, da confraternização”, comenta Bianca.
Uma experiência pensada para o momento da formação
A experiência foi pensada analisando as necessidades dos alunos neste momento da graduação. Estando no segundo ano deste percurso de formação, os alunos já obtiveram muito aprendizado, mas ainda têm diversos questionamentos, incluindo sobre as próprias aptidões.
Assim, atribuí-los como agentes deste evento deu a chance de não serem alunos passivos, que apenas recebem os conteúdos em sala de aula, mas pensarem ativamente nas aptidões e habilidades que estão desenvolvendo, e como elas refletem em suas capacidades enquanto gestores.
Como explica Bianca: “a gente constrói oportunidades para que essas pessoas possam desenvolver essas habilidades, e que vão contribuir nessa formação que vai além do mercado de trabalho, essa na verdade é a consequência. Primeiro, eu preciso construir essa percepção, para daí aplicar nas minhas relações e entender como elas vão ser úteis nos diversos espaços.”
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A oportunidade de utilizar a estrutura da faculdade na demonstração de talentos diversos
Ao todo, o evento deu espaço para 6 apresentações:
Exibição de artesanato feito com material reciclado;
Exposição de trabalho autoral de fotografia;
Mostra em vídeo e relato de aluno sobre suas habilidades e experiências enquanto baterista;
Apresentação sobre a arte da regência;
Prato típico do Piauí, mostra e história de tradição culinária;
Exposição de loções com fragrâncias autorais.
No modelo presencial de ensino, a oportunidade de utilizar a estrutura da faculdade para realizar interações como esta vem enriquecer e muito no processo de formação.
Ao colocar em prática seus conhecimentos e habilidades, o estudante desenvolve autoconfiança em suas capacidades profissionais. Essa autoconfiança é essencial para se sentir preparado para os desafios do mercado de trabalho e para buscar oportunidades de crescimento profissional.
Na trajetória de um profissional, um dos momentos mais almejados e aguardados é aquele em que, após anos de dedicação e aperfeiçoamento, finalmente surge a oportunidade de assumir um cargo de liderança.
Porém, se tornar um líder também é algo que pode gerar inseguranças e incertezas. O tino para a gestão nem sempre é inato. E desenvolver essa skill costuma ser um grande desafio para muita gente.
E onde entram os jogos nisso tudo? Há muito mais em comum entre os videogames e os negócios do que os olhos da maioria podem enxergar. As posições presentes no organograma de uma companhia podem ser muito parecidas com os papéis que um jogador desempenha durante uma partida.
Jogos, assim como a vida profissional, são pautados por escolhas. Assim como um jogador precisa decidir ações decisivas para o seu progresso, um profissional também se vê muitas vezes tendo que optar entre caminhos distintos na carreira. Como, por exemplo, escolher entre continuar sendo um contribuidor individual (tradução do termo em inglês “individual contributor”, usado para descrever pessoas que não direcionam suas carreiras para cargos administrativos ou gerenciais) ou um líder.
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Jogar Diablo é como ser um contribuidor individual
Os famosos jogos de RPG (role-playing game) são aqueles em que o jogador controla o personagem como se ele fosse uma extensão de si próprio. O usuário desempenha as tarefas sozinho para ganhar itens e recompensas que o permitam aprimorar seu personagem e desbloquear missões mais complexas e apuradas.
Nos títulos da franquia Diablo, uma das mais populares do gênero, por exemplo, o jogador assume a identidade de um aventureiro que deve cumprir os diferentes desafios que surgem durante a história do jogo, geralmente centrados em explorar novos territórios, matar monstros e derrotar chefões. À medida em que esses desafios vão sendo cumpridos, o personagem evolui e passa a receber missões cada vez mais avançadas.
Qualquer semelhança com o curso natural de uma carreira profissional não é mera coincidência. E as correlações não param por aqui.
Em um RPG, é papel do jogador completar as tarefas com o mínimo possível de interferência externa. Se um monstro está muito difícil de matar, é o jogador quem deve reforçar seus ataques até a derrota do adversário. Dentro de uma empresa, existem diversas situações análogas a essa. Se você recebeu a incumbência de resolver um problema técnico, por exemplo, é possível buscar a orientação de colegas ou especialistas, mas a tarefa de agir para solucionar a questão ainda assim será sua.
Além disso, os RPGs possuem uma mecânica parecida com o processo de capacitação de um profissional. Enquanto de um lado se coletam itens e recompensas que fazem o personagem evoluir, do outro se buscam cursos, treinamentos, workshops, palestras e outras formas de aperfeiçoar suas habilidades e crescer no trabalho.
Outra similaridade está no foco. No RPG, o jogador tem a opção de focar em uma tarefa específica de acordo com suas intenções. Se seu desejo é aumentar o nível de seu personagem ou obter itens mágicos, ele pode continuar matando monstros repetidamente. Do mesmo modo, se um profissional possui uma tarefa que precisa de um pouco mais de foco, é mais fácil se dedicar exclusivamente a ela sendo um colaborador individual do que um líder com diversas outras atribuições para dar atenção.
Jogar StarCraft é como ser um gestor
Diferentemente dos RPGs, os jogos de estratégia em tempo real (RTS) não são centrados em um único personagem, mas em um exército inteiro. Geralmente, são títulos ambientados em um campo aberto onde dois adversários batalham e constroem bases em tempo real. O papel do jogador é desempenhar o papel de líder, criando estratégias para comandar o exército e derrotar o oponente.
O fato é que há muito em comum entre jogar um game de estratégia em tempo real e desempenhar um papel de liderança profissional.
Em ambos os casos, o objetivo final nunca é conquistado sozinho. Tanto um jogador de RTS quanto um líder precisam delegar funções e garantir que todos os componentes de seu exército/equipe trabalhem na mesma sintonia para que a batalha/projeto dê certo. Os resultados do trabalho também levam um pouco mais de tempo para serem observados, e a busca de evolução e capacitação não é mais estritamente individual, mas sim visando as habilidades e performances de todos.
Diferente de um jogador de RPG ou um IC, quem joga um RTS ou coordena um time frequentemente se vê responsável por diversas coisas ao mesmo tempo, e as atividades dos dois contextos muitas vezes são equivalentes.
Se numa partida de StarCraft é necessário enviar unidades de trabalho para coletar recursos, numa empresa o líder precisa solicitar orçamentos e fazer headcount. Enquanto as novas unidades do exército do jogo precisam ser treinadas, funcionários recém-contratados também necessitam de orientação. Se de um lado o monitoramento do oponente deve ser constante, do outro é preciso se manter consciente em relação às necessidades de negócios.
Cargos híbridos e intermediários
Dentro das empresas também existem cargos que parecem estar em algum lugar entre o IC e o líder. Tech Managers, por exemplo, costumam dividir seu tempo entre as tarefas comuns de um contribuidor individual e a gestão de um time pequeno.
No mundo dos videogames há títulos como Spellforce 3, que combina elementos tanto de RPG quanto de RTS. Nesse jogo, o jogador controla um personagem criado por ele e até 3 companheiros, cada um com habilidades diferentes, como nos RPGs. Ao mesmo tempo, alguns mapas requerem a construção de bases de operações e construções avançadas para coletar recursos, além de ser necessário recrutar unidades para lutar contra grupos maiores de inimigos ou completar certas tarefas, situações comuns aos RTSs.
Além desse, há também os jogos do tipo Musou, um gênero de games japoneses em que se controla um personagem muito forte, capaz de lutar contra centenas de inimigos simples. O objetivo das missões quase sempre consiste em ganhar a batalha, encontrar uma rota de escape ou defender alguma fortaleza.
Mas apesar de o jogador ser capaz de controlar apenas um personagem de cada vez e passar a maior parte do tempo lutando sozinho, é possível interagir e instruir outros personagens (geralmente controlados pela própria inteligência artificial do jogo). Essas interações são importantes para o sucesso das missões, já que o jogador está liderando todos em direção ao mesmo objetivo. Mas caso os personagens do jogo não sejam capazes de completar o desafio, o jogador pode entrar em ação para evitar que a derrota aconteça. Percebeu as semelhanças com a administração de uma equipe profissional?
Definir sua vida profissional é como escolher um jogo
Alguns jogadores que são bons em RPGs não necessariamente conseguirão desempenhar bem as missões de um RTS. Porém, também existem alguns com habilidades mais híbridas que podem se destacar nos dois gêneros.
No mundo empresarial, acontece o mesmo: um ótimo IC nem sempre será um grande gestor, e vice-versa. O que não significa que não existam profissionais que se destaquem nas duas posições ou ainda aqueles que ficam confortáveis com um meio-termo.
Em geral, somos levados a crer que passar de IC para gestor é um grande upgrade na carreira. Mas a realidade é que, dependendo do mercado e do perfil do profissional, isso nem sempre é o caso. Não existe uma fórmula certa para atingir os seus objetivos, e isso é uma máxima tanto nos jogos quanto na vida.