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Como jogos como StarCraft e Diablo podem te ajudar a definir os próximos passos da sua carreira profissional

Na trajetória de um profissional, um dos momentos mais almejados e aguardados é aquele em que, após anos de dedicação e aperfeiçoamento, finalmente surge a oportunidade de assumir um cargo de liderança.  Porém, se tornar um líder também é algo que pode gerar inseguranças e incertezas. O tino para a gestão nem sempre é inato. […]

Na trajetória de um profissional, um dos momentos mais almejados e aguardados é aquele em que, após anos de dedicação e aperfeiçoamento, finalmente surge a oportunidade de assumir um cargo de liderança

Porém, se tornar um líder também é algo que pode gerar inseguranças e incertezas. O tino para a gestão nem sempre é inato. E desenvolver essa skill costuma ser um grande desafio para muita gente.  

E onde entram os jogos nisso tudo? Há muito mais em comum entre os videogames e os negócios do que os olhos da maioria podem enxergar. As posições presentes no organograma de uma companhia podem ser muito parecidas com os papéis que um jogador desempenha durante uma partida.

Jogos, assim como a vida profissional, são pautados por escolhas. Assim como um jogador precisa decidir ações decisivas para o seu progresso, um profissional também se vê muitas vezes tendo que optar entre caminhos distintos na carreira. Como, por exemplo, escolher entre continuar sendo um contribuidor individual (tradução do termo em inglês “individual contributor”, usado para descrever pessoas que não direcionam suas carreiras para cargos administrativos ou gerenciais) ou um líder.

Jogar Diablo é como ser um contribuidor individual

Os famosos jogos de RPG (role-playing game) são aqueles em que o jogador controla o personagem como se ele fosse uma extensão de si próprio. O usuário desempenha as tarefas sozinho para ganhar itens e recompensas que o permitam aprimorar seu personagem e desbloquear missões mais complexas e apuradas.

A franquia Diablo é uma das mais populares do gênero RPG.

Nos títulos da franquia Diablo, uma das mais populares do gênero, por exemplo, o jogador assume a identidade de um aventureiro que deve cumprir os diferentes desafios que surgem durante a história do jogo, geralmente centrados em explorar novos territórios, matar monstros e derrotar chefões. À medida em que esses desafios vão sendo cumpridos, o personagem evolui e passa a receber missões cada vez mais avançadas. 

Qualquer semelhança com o curso natural de uma carreira profissional não é mera coincidência. E as correlações não param por aqui. 

Em um RPG, é papel do jogador completar as tarefas com o mínimo possível de interferência externa. Se um monstro está muito difícil de matar, é o jogador quem deve reforçar seus ataques até a derrota do adversário. Dentro de uma empresa, existem diversas situações análogas a essa. Se você recebeu a incumbência de resolver um problema técnico, por exemplo, é possível buscar a orientação de colegas ou especialistas, mas a tarefa de agir para solucionar a questão ainda assim será sua.

Além disso, os RPGs possuem uma mecânica parecida com o processo de capacitação de um profissional. Enquanto de um lado se coletam itens e recompensas que fazem o personagem evoluir, do outro se buscam cursos, treinamentos, workshops, palestras e outras formas de aperfeiçoar suas habilidades e crescer no trabalho.

Outra similaridade está no foco. No RPG, o jogador tem a opção de focar em uma tarefa específica de acordo com suas intenções. Se seu desejo é aumentar o nível de seu personagem ou obter itens mágicos, ele pode continuar matando monstros repetidamente. Do mesmo modo, se um profissional possui uma tarefa que precisa de um pouco mais de foco, é mais fácil se dedicar exclusivamente a ela sendo um colaborador individual do que um líder com diversas outras atribuições para dar atenção.

Jogar StarCraft é como ser um gestor

Diferentemente dos RPGs, os jogos de estratégia em tempo real (RTS) não são centrados em um único personagem, mas em um exército inteiro. Geralmente, são títulos ambientados em um campo aberto onde dois adversários batalham e constroem bases em tempo real. O papel do jogador é desempenhar o papel de líder, criando estratégias para comandar o exército e derrotar o oponente.

Um dos títulos de RTSs mais populares é a franquia StarCraft. As ligações que podem ser feitas entre StarCraft e o ambiente corporativo são tão fortes que vários empreendedores de sucesso já expressaram publicamente sua admiração pelo jogo. Além de StarCraft, também podemos citar a série Age of Empires como exemplo do gênero.

StarCraft é uma franquia de RTS que faz sucesso no mundo dos negócios.

O fato é que há muito em comum entre jogar um game de estratégia em tempo real e desempenhar um papel de liderança profissional. 

Em ambos os casos, o objetivo final nunca é conquistado sozinho. Tanto um jogador de RTS quanto um líder precisam delegar funções e garantir que todos os componentes de seu exército/equipe trabalhem na mesma sintonia para que a batalha/projeto dê certo. Os resultados do trabalho também levam um pouco mais de tempo para serem observados, e a busca de evolução e capacitação não é mais estritamente individual, mas sim visando as habilidades e performances de todos.

Diferente de um jogador de RPG ou um IC, quem joga um RTS ou coordena um time frequentemente se vê responsável por diversas coisas ao mesmo tempo, e as atividades dos dois contextos muitas vezes são equivalentes.

Se numa partida de StarCraft é necessário enviar unidades de trabalho para coletar recursos, numa empresa o líder precisa solicitar orçamentos e fazer headcount. Enquanto as novas unidades do exército do jogo precisam ser treinadas, funcionários recém-contratados também necessitam de orientação. Se de um lado o monitoramento do oponente deve ser constante, do outro é preciso se manter consciente em relação às necessidades de negócios.

Cargos híbridos e intermediários

Dentro das empresas também existem cargos que parecem estar em algum lugar entre o IC e o líder. Tech Managers, por exemplo, costumam dividir seu tempo entre as tarefas comuns de um contribuidor individual e a gestão de um time pequeno. 

No mundo dos videogames há títulos como Spellforce 3, que combina elementos tanto de RPG quanto de RTS. Nesse jogo, o jogador controla um personagem criado por ele e até 3 companheiros, cada um com habilidades diferentes, como nos RPGs. Ao mesmo tempo, alguns mapas requerem a construção de bases de operações e construções avançadas para coletar recursos, além de ser necessário recrutar unidades para lutar contra grupos maiores de inimigos ou completar certas tarefas, situações comuns aos RTSs.

Jogos do gênero japonês Musou são uma espécie de híbrido entre RTS e RPG.

Além desse, há também os jogos do tipo Musou, um gênero de games japoneses em que se controla um personagem muito forte, capaz de lutar contra centenas de inimigos simples. O objetivo das missões quase sempre consiste em ganhar a batalha, encontrar uma rota de escape ou defender alguma fortaleza.

Mas apesar de o jogador ser capaz de controlar apenas um personagem de cada vez e passar a maior parte do tempo lutando sozinho, é possível interagir e instruir outros personagens (geralmente controlados pela própria inteligência artificial do jogo). Essas interações são importantes para o sucesso das missões, já que o jogador está liderando todos em direção ao mesmo objetivo. Mas caso os personagens do jogo não sejam capazes de completar o desafio, o jogador pode entrar em ação para evitar que a derrota aconteça. Percebeu as semelhanças com a administração de uma equipe profissional?

Definir sua vida profissional é como escolher um jogo

Nossa intenção com esse artigo foi mostrar que, tanto em um jogo quanto na vida profissional, não existe exatamente uma escolha melhor ou pior. Existem escolhas diferentes.

Alguns jogadores que são bons em RPGs não necessariamente conseguirão desempenhar bem as missões de um RTS. Porém, também existem alguns com habilidades mais híbridas que podem se destacar nos dois gêneros.

No mundo empresarial, acontece o mesmo: um ótimo IC nem sempre será um grande gestor, e vice-versa. O que não significa que não existam profissionais que se destaquem nas duas posições ou ainda aqueles que ficam confortáveis com um meio-termo.

Em geral, somos levados a crer que passar de IC para gestor é um grande upgrade na carreira. Mas a realidade é que, dependendo do mercado e do perfil do profissional, isso nem sempre é o caso. Não existe uma fórmula certa para atingir os seus objetivos, e isso é uma máxima tanto nos jogos quanto na vida.

Referência

Should I become a manager? Playing StarCraft can help you decide

Graduado em Publicidade e Propaganda, atua desde 2018 como redator de marketing, conteúdo, mídias sociais e publicidade. Possui em sua bagagem passagens por importantes agências e empresas, onde pôde ter contato com diferentes mercados e temas. Atualmente, cria conteúdos sobre gamificação para o blog Fapuga News.
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