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Os 8 pilares da gamificação: conheça o Octalysis Framework de Yu-kai Chou

Quando o assunto é gamificação, poucas pessoas no mundo possuem tanta autoridade para falar quanto o empresário taiwanês Yu-kai Chou. Com apenas 37 anos de idade, Chou estuda o tema desde 2003, quando criou uma empresa focada em conectar profissionais por meio de um sistema gamificado.

Em duas décadas de trajetória, Yu-kai Chou conseguiu vencer a resistência de empresários que viam uma possível influência dos jogos no mercado de negócios como algo infantil. Hoje, ele é amplamente reconhecido como um pioneiro da gamificação, tendo compartilhado suas ideias com empresas como HP, Google, Cisco, Uber e Tesla.

Uma das grandes contribuições de Chou para o universo da gamificação foi a criação do Octalysis Framework, uma metodologia desenvolvida após 17 anos de pesquisas sobre gamificação e design comportamental.

Yu-kai Chou, o criador do Octalysis Framework

O objetivo principal do Octalysis Framework é servir como base para a organização de um processo gamificado capaz de cumprir a função de engajar e motivar as pessoas que farão parte dele. Por ser extremamente completo e versátil, ele pode ser utilizado no ensino, no marketing, na gestão de pessoas e em praticamente qualquer outra situação em que haja a intenção ou a necessidade de gamificar algo.

Nos próximos parágrafos, vamos destrinchar cada lado do Octalysis e mostrar como ele pode ser um aliado poderoso na criação de experiências gamificadas instigantes e positivas.

Começando do começo: o que é gamificação?

Nas palavras do próprio Yu-kai Chou, gamificação é aquilo que ele define como Human-focused design, ou seja, um design que foca no fator humano em detrimento de uma abordagem puramente voltada para o lado da funcionalidade e da eficiência.

Chou diz que a maior parte dos sistemas possui uma abordagem centrada no Function-focused design, ou seja, são desenhados unicamente com o intuito de fazer com que uma tarefa seja feita de forma rápida. O Human-focused design, por outro lado, busca engajar as pessoas levando em conta seus sentimentos e aquilo que as motiva.

Gamificação e o comportamento humano

Poucas indústrias dominam tão bem a ideia do Human-focused design quanto a dos jogos. Encontrar maneiras de engajar os jogadores com elementos motivadores é a principal meta dos designers de games. Derrotar chefões, salvar princesas em apuros, acumular itens e passar de fase não são, por incrível que pareça, os objetivos principais de um jogo. O propósito maior desse tipo de entretenimento é simplesmente agradar quem o consome e impulsioná-lo a consumir cada vez mais.  

Jogos são divertidos porque apelam para elementos emocionais que motivam as pessoas a realizarem atividades, seja por se sentirem empoderadas e inspiradas, seja por estarem sendo “manipuladas” e obcecadas por um objetivo. A esses elementos, Yu-kai Chou dá o nome de Core Drives.

Ao perceber tudo isso, o autor começou a mergulhar cada vez mais nesse universo para tentar entender as diferenças entre cada tipo de motivação. O resultado desse mergulho foi o Octalysis Framework, metodologia que hoje é referência mundial quando se fala em gamificação.

Apresentando o Octalysis Framework

Essa e outras imagens que ilustram este artigo foram adaptadas e/ou traduzidas de Yu-kai Chou. Todos os direitos são reservados ao autor original.

O Octalysis Framework foi desenhado pelo próprio Yu-kai Chou como um octógono em que cada lado representa um dos 8 Core Drives da gamificação, as forças motrizes por trás da motivação humana. 

1) Epic Meaning & Calling (Significado Épico)

O primeiro Core Drive do Octalysis é chamado de Epic Meaning & Calling. Como o próprio nome sugere, esse é o Core Drive responsável pelo sentimento de que o jogador está realizando algo grande e épico, maior até do que ele mesmo. 

O Epic Meaning & Calling pode ser observado ou implementado em qualquer momento da jornada; Porém, ele costuma ser mais observado nas etapas iniciais, quando a pessoa está começando a descobrir o jogo e é acometida pela famosa “sorte de principiante”, que frequentemente a faz se ver como possuidora de alguma espécie de dom que ajuda seu desempenho a ser acima da média.

2) Development & Accomplishment (Desenvolvimento e Realização)

O Core Drive número dois é o de Development & Accomplishment. Ele é o principal responsável pela nossa vontade de progredir, desenvolver habilidades e superar desafios. Também é o Core Drive mais fácil de ser aplicado à gamificação, sendo observado, por exemplo, em sistemas de pontuação e recompensas.

3) Empowerment of Creativity & Feedback (Empoderamento da Criatividade e Feeback)

O Core Drive número três diz respeito ao engajamento do jogador em um processo de descobertas e experimentações de coisas novas e diferentes. Jogos também são uma forma de expressão da criatividade, e os usuários gostam e se sentem ainda mais motivados ao ver os resultados dessa criatividade.

4) Ownership & Posession (Propriedade e Posse)

O quarto Core Drive é o da posse. Ao sentir que é dono de algo dentro do jogo, o usuário automaticamente se sentirá motivado a cuidar daquela coisa e se empenhar para torná-la ainda melhor e mais valiosa. 

Sabe aqueles jogos em que um dos principais objetivos é coletar moedas ou acumular itens? Esses títulos são excelentes exemplos da utilização desse Core Drive no design de games.

5) Social Influence & Relatedness (Influência social e identificação)

Os elementos sociais da gamificação estão todos reunidos no Core Drive número cinco. Sentimentos positivos, como aceitação, mentoria, companheirismo e reciprocidade, e negativos, como competição e inveja, estão diretamente conectados a ele.

O elemento motivador deste Core Drive reside no fato de que ele impulsiona o trabalho em grupo, a identificação e uma competição que, nas doses certas, ajuda os usuários a se superarem. Em tempos de presença massiva das mídias sociais, esse Core Drive se tornou um dos mais estudados.

6) Scarcity & Impatience (Escassez e Impaciência)

Quando não podemos ter algo, passamos a querê-lo ainda mais. É isso que diz o Core Drive número seis do Octalysis Framework. Sabe quando um produto ou serviço novo é lançado paulatinamente no mercado e essa escassez faz com que a procura por ele dispare? Esse é um exemplo prático desse Core Drive em ação. Esse sentimento de imediatismo é o que faz com que não consigamos esquecer alguma coisa enquanto não pudermos pôr as mãos nela, seja um produto ou item de jogo, por exemplo.

7) Unpredictability & Curiosity (Imprevisibilidade e curiosidade)

E já que falamos em desejo, o sétimo Core Drive também diz respeito a esse sentimento. Estar envolvido em uma situação e querer saber o que irá acontecer em seguida é uma vontade natural de toda pessoa, e isso também se aplica a um jogo ou qualquer outro sistema gamificado.

Quantas vezes você assistiu um seriado, por exemplo, e a curiosidade de saber o que aconteceria na história o motivou a continuar vendo os episódios? Quando situações como essa acontecem, quer dizer que estamos sob influência direta desse Core Drive.

8) Loss & Avoidance (Perda e Prevenção)

Por fim, o último Core Drive de Octalysis diz respeito ao nosso impulso de fugir se situações que podem nos fazer perder alguma coisa ou nos colocar em uma posição negativa. 

O medo é um dos sentimentos mais primitivos do ser humano e guia, mesmo que de forma inconsciente, uma grande parte das ações que tomamos. Quando jogamos algo, sentimos medo em diversos momentos, inclusive o de perder todo o progresso que conquistamos. É o Core Drive que nos impede de desistir, por exemplo.

Os outros níveis do Octalysis

Tudo isso que acabamos de descrever é apenas o chamado nível 1 do Octalysis Framework. As duas décadas de trabalho de Yu-kai Chou criou um framework em que quanto mais as pessoas avançam, mais avançados são os níveis que elas conseguem alcançar. Coincidência ou não, essa é exatamente a forma como funciona um jogo.

O nível 2 do Octalysis Framework

O segundo nível do framework traz um novo elemento da gamificação à tona: a jornada do jogador, que Yu-kai Chou divide nas quatro etapas abaixo. 

1) Descoberta (por que as pessoas querem começar a jogar?)

2) Onboarding (como ensinar aos usuários as regras e ferramentas do jogo?)

3) Scaffolding (agir de forma cíclica em torno de um objetivo)

4) Endgame (como reter jogadores veteranos?)

O nível 3 do Octalysis Framework

No terceiro nível do framework, Yu-kai Chou revela mais uma faceta que compõe a gamificação. Estamos falando da divisão dos jogadores em quatro tipos diferentes: os Achievers (Realizadores), Explorers (Exploradores), Socializers (Socializadores) e Killers (Matadores).

Essa nova camada oferece a possibilidade de observarmos como diferentes tipos de pessoas se comportam através dos diferentes estágios da gamificação, ajudando a personalizar cada experiência.

O caminho mais longo é também o mais seguro para uma gamificação de qualidade

Aplicar a gamificação em um processo é uma tarefa muito mais complexa do que nossas palavras podem fazer parecer. 

O Octalysis Framework é uma excelente base e ponto de partida, mas gamificar envolve muito mais do simplesmente despejar Core Drives e esperar que eles sozinhos façam seu trabalho de motivar os participantes da dinâmica. Uma gamificação realmente eficiente requer muita análise, estudo, testes e ajustes.

Ter uma equipe que realmente deseja realizar o seu trabalho e ser produtiva é um dos grandes desafios das empresas nos dias de hoje. E a gamificação proposta por Yu-kai Chou pode ser a chave para tornar mais tênue a linha que separa aquilo que as pessoas querem fazer daquilo que elas precisam fazer. Se um dia isso for alcançado, podemos garantir que a qualidade de vida e sociedade como um todo serão muito gratas aos jogos.

Fonte: The Octalysis Framework for Gamification & Behavioral Design

Jogos na educação de negócios – como transformar games em ferramentas de aprendizagem

Diversão, entretenimento e socialização costumam ser as primeiras palavras que vêm à mente quando falamos sobre jogos. Mas é possível ir além, utilizando, inclusive, os jogos na educação de negócios.

Métodos como a gamificação e o game-based learning adotam os games para um fim diferente dos objetivos recreacionais para os quais eles foram originalmente pensados. Por meio dessas metodologias, jogos ganham o poder de alterar e influenciar o comportamento de um indivíduo, além de educá-los sobre conceitos e assuntos. Isso é especialmente útil no segmento profissional e de negócios, que cotidianamente encontra dificuldades em treinar e capacitar pessoas.

Além de existirem jogos especialmente desenvolvidos para esse contexto, é possível pegar um título feito originalmente para entreter e adaptá-lo para educar. Mas como fazer isso? Essa é uma dúvida que muitos possuem e é a pergunta que queremos responder com este artigo.

Afinal, por que usar jogos na educação de negócios?

Jogos na educação de negócios são uma maneira de impulsionar o aprendizado de novos conceitos.

Existe uma razão principal pela qual as pessoas jogam: jogos são divertidos. A metodologia game-based learning (em bom português, aprendizado baseado em jogos) tira vantagem dessa diversão ao transformá-la em experiências que ajudam pessoas a desenvolverem conhecimentos e habilidades úteis para a vida, principalmente a profissional. 

A aplicação dos jogos na educação de negócios frequentemente começa em pegar um jogo e adaptá-lo para que se torne um meio de ensino e aprendizado. A intenção é que essa não seja uma iniciativa temporária ou isolada, mas sim parte de uma abordagem de ensino e treinamento mais holística. Da mesma forma, os jogos não vêm para substituir as formas de orientação tradicionais, mas sim complementá-las.

Em suma, podemos dizer que essa metodologia se baseia principalmente no aprendizado por meio da experiência. Por meio dos jogos, é possível ensinar conceitos na prática em um ambiente onde, diferentemente de uma empresa real, os erros não apenas são corrigíveis como também toleráveis. 

Além disso, o uso de jogos é capaz de tornar o processo de aprendizagem muito mais motivador, divertido e, graças à sua enorme gama de formatos e modalidades possíveis, versátil.

Desafios para a aplicação

Antes de escolher um jogo para utilizar em um curso ou treinamento, é preciso levar alguns fatores em consideração. O primeiro é analisar se o jogo cogitado é adequado ao público e ao conteúdo que vai ser ensinado.

Outro desafio é lidar com as noções pré-concebidas que a maioria das pessoas têm sobre jogos. O participante de uma dinâmica de game-based learning pode chegar esperando algo que não necessariamente será aquilo que ele irá encontrar.

Além disso, os jogos não são uma ferramenta de ensino linear, mas sim um processo com final aberto baseado na experimentação e na interação. Por isso, a flexibilidade deve ser uma característica presente tanto em quem ensina quanto em quem aprende.

Adaptando jogos de forma estratégica

Apesar desses desafios, há vários caminhos viáveis para transformar jogos em legítimas ferramentas de ensino. Um deles é selecionar um título que seja de fato adequado ao público que se deseja ensinar, seja do ponto de vista pessoal ou profissional. 

Dinâmicas típicas dos jogos, como cooperação e competição, podem proporcionar uma experiência capaz de transformar a relação entre a pessoa que está aprendendo e o conteúdo que está sendo ensinado. Experiência essa que pode surpreender quem está acostumado com abordagens de ensino tradicionais.

O papel do educador nesses casos é garantir que o contato com o ensino baseado em jogos seja o mais orgânico possível. Uma boa maneira de se fazer isso é começar a explorar o método com a aplicação de atividades mais simples para depois partir para desafios mais complexos.

O uso de histórias e narrativas também é uma maneira eficiente de integrar os jogos ao ambiente de aprendizagem. De qualquer forma, é preciso ter em mente que, a partir do momento em que um game é escolhido para ser usado em um contexto de aprendizado, entreter deixa de ser o seu foco principal. Os objetivos do jogo devem estar alinhados com o que se deseja ensinar, e não o contrário.

Exemplos práticos para aplicar o game-based learning

O número de jogos que podem ser adaptados para uso como ferramenta educacional só é limitado pelo número de jogos existentes no mercado. Porém, a maneira mais fácil de se implementar uma abordagem de ensino baseada em games é utilizar títulos com premissas mais familiares aos jogadores. 

Como mencionamos no tópico anterior, escolher um jogo para fins de ensino e treinamento envolve, principalmente, se certificar de que o enredo, design, mecânicas, jogabilidade e objetivos do mesmo estejam de acordo com o conceito ou conteúdo que se deseja passar.

Por exemplo: se a intenção é ensinar a habilidade de administrar um negócio em meio a um ambiente extremamente competitivo e hostil, o jogo de RTS StarCraft 2 é uma ótima opção de jogo para ser utilizado no método. 

Agora, se o objetivo for treinar habilidades mais comerciais, como negociação, supply chain, precificação, vendas e investimentos, um bom aliado pode ser o MMORPG de mundo aberto World of Warcraft.

Jogos de simulação de negócios, por outro lado, podem fornecer experiências ainda mais parecidas com as do meio corporativo real. Títulos como Two Point Hospital, Capitalism II e Planet Coaster colocam o jogador no comando de empresas de segmentos que também existem na realidade, ensinando tarefas rotineiras e muitas vezes complexas de forma prática.

Além dos videogames, há também os jogos de tabuleiro, que ajudam a aprimorar a cognição e podem ser relacionados a conceitos de negócios como trade-offs, investimentos e skills analíticas.

Por fim, as plataformas on-line gamificadas, como a Kahoot e a Quizizz, também são uma possibilidade para ensinar diferentes modalidades de uma forma leve e instigante.

Avaliando o aprendizado por meio de jogos

As avaliações dentro do game-based learning devem ser utilizadas tanto para medir tanto o desempenho dos participantes quanto para determinar a efetividade da dinâmica. Alguns tipos são mais fáceis de ser implementados, como testes e questionários que desafiam os alunos a aplicarem na prática as habilidades que aprenderam.

Outros tipos de conteúdo, por sua vez, podem pedir que os participantes passem por desafios que, alinhados com os temas do jogo, exige que eles apliquem seus novos conhecimentos. 

O fato é que no game-based learning, a avaliação do aprendizado é uma tarefa muito mais complexa do que seria no contexto de uma metodologia tradicional. Por mais que os jogos sejam excelentes em desafiar os jogadores a colocar suas habilidades à prova e desenvolver novas, é preciso também saber medir de forma concreta o quanto um jogo é capaz de se conectar com o assunto que se busca ensinar.

A intervenção de quem ministra o conteúdo, seja um professor ou mentor, também é muito importante para assegurar o engajamento e a evolução do jogador/aluno. É muito fácil, principalmente para um jogador mais inexperiente, se sentir desanimado e até mesmo incompetente quando a progressão do jogo se torna mais lenta ou quando ele fica “preso” em um certo ponto do game.

Os instrutores podem se aproveitar de situações como essa para fazer ligações entre o que acontece no jogo e o que pode ser tirado daquilo. Esse tipo de abordagem é valiosa para incentivar o jogador a tentar táticas diferentes e aprender a partir de suas próprias falhas. 

O futuro da metodologia de ensino através dos jogos reside em uma adaptação dinâmica dos games às necessidades e características dos estudantes. Isso é mais fácil de ser obtido por meio de jogos digitais, que são capazes de detectar e se adaptar aos comportamentos do jogador e igualar seu nível de habilidade com desafios apropriados que os ajudam a maximizar o aprendizado. 

Como você viu, adaptar um jogo para que ele se transforme em uma verdadeira ferramenta de ensino de negócios é uma tarefa que pode ser muito desafiadora, mas que costuma gerar ótimos resultados quando realizada da maneira correta. 

A metodologia de game-based learning oferece possibilidades praticamente ilimitadas. Explorá-la pode ser a resposta para os desafios que muitas empresas enfrentam para ensinar conceitos, soft skills e hard skills para os seus colaboradores. Que tal apertar o start e se familiarizar com essa forma de desenvolvimento profissional?

Soft skills – como os gamers estão virando o jogo e se destacando no mercado de trabalho

Estima-se que, dia após dia, aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo reservam alguns minutos ou horas de sua rotina para jogar algum jogo. A indústria de videogames é uma das mais lucrativas que existem. Só no Brasil, ele movimenta em torno de R$13 bilhões por ano.

Com uma comunidade tão grande assim, é natural que os gamers sejam uma parcela considerável dos atuais profissionais e candidatos a vagas de emprego. E as experiências que essas pessoas adquirem jogando podem ser muito valiosas para seus perfis enquanto colaboradores.

Jogos eletrônicos são um campo amplo e cheio de possibilidades para o aprendizado de soft skills. As comunidades gamers são extremamente ativas em todo o planeta e seus membros, muito por causa do tempo que já passaram e passam jogando, costumam possuir a combinação de qualidades mais visada pelos recrutadores: competências digitais e habilidades sociais.

Afinal, o que são soft skills? E por que elas são tão importantes?

Soft skill é um termo utilizado por profissionais de recursos humanos para definir as habilidades comportamentais de um indivíduo. Inteligência emocional, empatia, ética, comunicação, liderança, criatividade e resolução de conflitos são alguns dos principais e mais valorizados exemplos.

Em um mundo cada vez mais colaborativo e voltado para uma cultura que valoriza o trabalho em equipe, esse tipo de diferencial se tornou um elemento fundamental dentro do ambiente corporativo. 

Na maioria dos processos seletivos atuais, as soft skills de um candidato são tão levadas em conta quanto sua formação acadêmica, experiências anteriores e conhecimentos técnicos.

Mas ao mesmo tempo em que as empresas dão muito valor às soft skills, muitas delas sentem dificuldade em ensiná-las. Isso porque, diferentemente das hard skills, que são habilidades técnicas facilmente desenvolvidas por meio de treinamentos e cursos, elas estão atreladas à personalidade de cada um e não são facilmente mensuráveis.

E onde entram os jogos?

Videogames são uma poderosa ferramenta para adquirir e treinar habilidades. O ato de jogar ajuda nosso cérebro a criar melhores modelos cognitivos, estimulando o aprendizado contínuo e lapidando nossa capacidade de prever e reagir a situações novas e inesperadas.

Gamers ao redor do mundo têm levado suas soft skills para o mercado de trabalho.

Embora alguns ainda não entendam (ou não queiram entender), o universo dos jogos é muito parecido com o dos negócios. Aptidões necessárias para a convivência e eficiência em um ambiente corporativo, como cooperação, pensamento estratégico e consciência das próprias escolhas e suas consequências.

O processo de ensinar conceitos e habilidades por meio de jogos tem até um nome próprio: gamificação, uma metodologia adotada tanto por instituições de ensino quanto por empresas com um olhar mais aberto.

A Nestlé, por exemplo, aplica a gamificação nas primeiras etapas de seu processo de seleção de trainees. Diferente do que acontece tradicionalmente, os recrutadores só avaliam o currículo dos candidatos no final do processo. A intenção é reconhecê-los não só pela jornada acadêmica, mas também por suas competências.

Há também no mercado uma crescente valorização do profissional que joga videogames. A Komplett, empresa norueguesa de e-commerce, por exemplo, decidiu reforçar seu time de atendimento contratando funcionários gamers capazes de realizar múltiplas tarefas e trabalhar em vários canais. Além disso, a companhia constatou que muitos jogadores possuíam uma habilidade natural para liderar, o que fez com que muitos deles atingissem cargos de gestão.

Os tipos de jogos e as skills de negócios inerentes a cada um

Uma das melhores coisas em utilizar jogos para desenvolver habilidades profissionais é a ampla variedade de gêneros e opções. Há, inclusive, jogos desenvolvidos especialmente com a intenção de simular a realidade dos negócios. Porém, eles não são os únicos que podem ser integrados ao mundo corporativo, e os exemplos abaixo provam isso.

Jogos de estratégia, quebra-cabeça e quiz

StarCraft 2

Games desse gênero ajudam a desenvolver skills de planejamento, criatividade, concentração e persistência. Esse tipo de jogo exige táticas bem pensadas de resolução de problemas, o que aprimora a capacidade do jogador de pensar de maneira crítica e analítica. Exemplos de games do tipo incluem League of Legends, StarCraft, Portal e Dota.

Ação, aventura e RPG

Fortnite

Títulos baseados na ação, em especial os que oferecem o modo multijogador, refletem as nossas relações sociais. Por isso, eles auxiliam na lapidação de skills como colaboração, trabalho em equipe, comunicação, deliberação e tomada de decisões. Dentre os jogos mais populares do gênero estão os fenômenos mundiais Fortnite e Overwatch e o clássico Tomb Raider.

Mundo aberto

Minecraft

Jogos de mundo aberto são aqueles em que o jogador consegue circular livremente e explorar aquele universo virtual onde está inserido. Isso ajuda a aprimorar a percepção social e, principalmente, desenvolve a capacidade de visualizar o movimento de objetos no espaço, uma skill fundamental para profissionais das áreas de ciências e engenharia. Um grande exemplo de game do gênero é o famoso Minecraft. 

Jogos em equipe, de esportes e corrida

Need For Speed

Esse tipo de jogo é uma boa alternativa para quem deseja ou precisa desenvolver suas skills de planejamento, tática, colaboração, avaliação de sistemas, enfrentamento de adversidades e consciência espacial. As opções disponíveis são inúmeras e incluem títulos consagrados como as franquias Need For Speed, focada em corridas de rua, e FIFA, que coloca o jogador para defender grandes times de futebol.

Música e dança

Just Dance

Há um elemento comum a quase todos os tipos de jogos, mas que salta ainda mais aos olhos em títulos de música e dança: a necessidade de praticar e se aprimorar sempre.

Isso porque esses títulos costumam ser os mais difíceis de se vencer logo na primeira tentativa. E é justamente na capacidade de aprendizagem aliada ao desejo de evoluir que reside a principal lição ensinada por eles. Esperar a perfeição leva à frustração e ao insucesso. Por outro lado, a persistência e a prática levam a níveis mais altos. Essa é a principal lição de jogos como Just Dance e o sucesso dos anos 2000 Guitar Hero. 

Hora do start

Com a era digital a pleno vapor, as empresas não podem mais fechar os olhos para as inúmeras possibilidades que a tecnologia proporciona. E isso também inclui olhar com mais atenção para os jogos. 

Como pudemos ver com muita clareza nos tópicos deste artigo, jogar videogame já não é mais uma simples brincadeira de criança. Os jogadores de hoje também são profissionais atuantes no mercado de trabalho. E é justamente na vivência deles com os jogos que reside seu maior diferencial: enquanto muitas empresas têm dificuldade em treinar as habilidades comportamentais de seus colaboradores, os gamers já as desenvolveram jogando.

A demanda por pessoas cada vez mais prontas e qualificadas é uma tendência que não deve recuar. E se aproximar do universo dos jogos pode ser uma ótima forma de se preparar para sua próxima partida profissional. 

O que os jogos de tabuleiro têm a ensinar sobre negócios

Jogos de tabuleiro estão presentes na vida das pessoas desde tempos remotos. Senet, o jogo de tabuleiro mais antigo já registrado, tem sua origem traçada ao ano 3100 a.C., época da Primeira Dinastia dos faraós egípcios.

Com o passar do tempo, os jogos foram evoluindo junto com a humanidade. Atualmente, eles são utilizados como forma de entretenimento e também servem de ferramenta de aprendizado, capacitação e desenvolvimento.

A relação entre jogos de tabuleiro e os negócios pode ser traçada desde o início do século passado.

A relação entre os jogos de tabuleiro e a educação é antiga. Monopoly (também conhecido no Brasil como Banco Imobiliário), por exemplo, foi pensado inicialmente como uma ferramenta educacional. Sua criadora, a designer de jogos americana Lizzie Magie, o desenvolveu no início dos anos 1900 com a intenção de ensinar sobre o Georgismo, uma antiga doutrina econômica da qual era adepta. Ao longo dos anos, Monopoly foi se modificando e perdendo seu cunho original. A versão que conhecemos hoje começou a ser comercializada na década de 30 é um dos jogos mais populares do mundo, tendo vendido 275 milhões de cópias até 2015.

Entretanto, as alterações sofridas por Monopoly ao longo dos anos não eliminaram completamente seu valor educativo. O jogo ainda é capaz de ensinar e exemplificar conceitos e processos relevantes para os negócios, como ROI e, é claro, a arte de negociar.

A aprendizagem por meio de jogos de tabuleiro pode ser tão eficiente que já foi empregada até nos momentos mais críticos. Chester W. Nimitz, Comandante Supremo das Forças do Pacífico dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, chegou a dizer que os jogos tiveram um papel importante na preparação tática e estratégica do exército antes e durante a guerra.

Neste artigo, vamos destrinchar um pouco a utilização dos jogos de tabuleiro na educação de negócios. Tome seu lugar no time e explore esse universo conosco.

Aprendendo a enxergar o todo

O tabuleiro de um jogo é como uma grande visão geral, o todo, o cenário onde a ação se desenrolará. Nenhum detalhe está ali por acaso e uma boa leitura deles é fundamental para o desempenho do jogador.

No mundo corporativo, não é raro encontrarmos profissionais que se isolam em seus próprios casulos, não interagem, não vêem o que acontece no restante da empresa e muito menos entendem o impacto que suas ações podem ter nos outros. É um comportamento arriscado, especialmente para quem desempenha cargos de administração e liderança. 

Em cenários como esse, uma dinâmica baseada em jogos de tabuleiro pode ser uma maneira eficiente de desenvolver olhares mais amplos e até mesmo mais empáticos entre a equipe. 

Mapeando investimentos

Descobridores de Catan é um jogo que possui diversas relações com o mundo dos negócios.

Na maioria dos jogos de tabuleiro, podemos observar uma complexa cadeia de relações e imprevisibilidades muito parecida com a que existe no mercado empresarial.

Voltemos ao jogo que abordamos na introdução deste texto, Monopoly. Quando um jogador de Monopoly compra, por exemplo, um hotel, ele, ao invés de esperar meses até começar a obter algum retorno sobre seu investimento (como ocorreria no mundo real), começa a lucrar assim que outro participante cai com sua peça no lugar em que a propriedade está localizada. Essa situação é uma ilustração clara da relação que há entre investir e lucrar com o investimento. 

Outros jogos também trabalham com a ideia de investir em ativos e receber uma recompensa mais tarde por aquele investimento. Em Descobridores de Catan, por exemplo, o jogador deve coletar recursos (representados por cartas) para construir estradas e alojamentos. Posteriormente, várias dessas cartas podem ser trocadas por itens de desejo do participante, em mais um grande exemplo de ROI (retorno sobre o investimento).

Entendo as particularidades dos trade-offs

Dentro de uma empresa, limitações de tempo e dinheiro são empecilhos comuns na hora de obter recursos. Por esse motivo, muitos negócios recorrem à prática do trade-off, que consiste em optar por uma coisa em detrimento de outra. Saber fazer trade-offs de forma inteligente costuma ser uma skill valorizada em cargos como liderança, supervisão e vendas.

Esse processo é constantemente emulado pelos jogos de tabuleiro. Em uma partida de xadrez, por exemplo, o jogador pode ter que trocar um peão por uma posição melhor no tabuleiro ou, em casos mais extremos, precisar se desfazer de uma peça valiosa (a rainha, por exemplo) para proteger o rei.

Tanto em um jogo quanto em situações corporativas, cada decisão deve ser vista e analisada de todos os ângulos possíveis antes de ser tomada. Porém, nos dois contextos, a lição ensinada é a mesma: em algum momento, um trade-off precisará ser feito independentemente da vontade do responsável.

Além de Monopoly: outros jogos de tabuleiro e as skills de negócios que cada um ensina

Monopoly, o jogo que abordamos no início do nosso texto, é, sem dúvidas, um dos primeiros que vêm à mente quando pensamos na relação entre jogos de tabuleiro e empreendedorismo. Mas ele não é o único.

Imagem & Ação, adaptação brasileira do popular jogo americano Pictionary, por exemplo, ajuda a desenvolver duas habilidades muito valorizadas no meio dos negócios: capacidade de análise e observação, criatividade e empatia. 

Já em Ilha Proibida, os quatro jogadores devem se unir para lutar não contra si mesmos, mas contra o próprio jogo. Cada um possui um papel específico com seu próprio conjunto de habilidades, mas também deve aceitar a ajuda dos outros para chegar à melhor decisão para o grupo. Se todos trabalharem juntos, a vitória é muito provável. Mas se o time não estiver em sintonia para coletar todos os tesouros antes que a ilha seja tomada pelas águas, todos acabam perdendo. Uma lição básica e divertida como trabalhar em equipe.

Power Grid é outro jogo de tabuleiro com inspiração direta no mundo dos negócios. Seu objetivo é que o jogador administre uma estação de energia elétrica, balanceando a manutenção da infraestrutura já existente e o investimento em novas e mais eficientes tecnologias, um desafio comum à maioria dos empreendimentos.

Cranium, por sua vez, não tem uma premissa diretamente ligada aos negócios, mas também nos ensina uma lição ao mostrar que cada um possui seus pontos fortes e pode contribuir com o todo. Mensagem parecida com a de Trivial Pursuit, jogo que exemplifica o quão valioso é ter um time diverso em termos de visões e conhecimentos.

Como você pôde ver, jogos de tabuleiro são muito mais que uma simples forma de espantar o tédio em uma noite chuvosa com os amigos. Por meio deles, é possível aprender sobre tópicos complexos e desenvolver habilidades muito visadas pelo mundo dos negócios.

Além disso, jogos de tabuleiro são uma ferramenta versátil. É possível, inclusive, desenvolver jogos personalizados para as necessidades de cada empresa. Se a organização identifica a necessidade de aprimorar a proatividade de seus colaboradores, por exemplo, ela pode criar um jogo voltado para essa skill.

E você, já passou pela experiência de aprender sobre negócios por meio de jogos de tabuleiro? Compartilhe sua perspectiva com a gente.

7 jogos de simulação de negócios para alavancar o aperfeiçoamento profissional

Quando a maioria das pessoas escuta a palavra “jogos”, logo pensa em entretenimento, diversão e hobby. Os games de fato proporcionam tudo isso, mas não apenas.

Jogos de todos os tipos são utilizados para fins que vão muito além do passatempo. Um desses fins é o aprendizado e capacitação de profissionais. Nesse contexto, universos fantásticos ensinam lições sobre liderança e economia, batalhas interestelares servem de exemplo para empreendedores e as táticas de um jogo de tiro ajudam negócios a mirar mais certeiramente em suas estratégias.

Existe também um tipo de jogo cuja ligação com o mundo corporativo é ainda mais estreita. Estamos falando dos jogos de simulação de negócios, que, como o próprio nome já sugere, colocam seus jogadores no comando de empresas fictícias e os desafiam a criar estratégias que levem suas empreitadas ao sucesso.

Jogos de simulação de negócios podem ser utilizados para desenvolver skills.

Apesar de muitos terem sido desenvolvidos com o objetivo inicial de entreter, esses jogos são altamente valiosos para a área de negócios (do mundo real). Muitas vezes, o cotidiano corporativo pode ser estressante e cansativo. Jogos de simulação oferecem aos profissionais a chance de aprimorar suas skills em um ambiente mais leve e seguro, onde o risco de errar existe mas carrega poucas consequências.

4 vantagens de incluir os jogos de simulação na rotina

1) Prática de soft skills

Jogos de simulação de negócios permitem que um profissional ponha em teste suas habilidades sem arriscar sua posição profissional. É possível praticar skills como comunicação e liderança e até mesmo cometer erros que não terão real impacto na sua carreira.

2) Aprimoramento de hard skills

Além das soft skills, os jogos de simulação são ótimos para treinar hard skills específicas de certos segmentos ou funções. Há uma enorme variedade de títulos disponíveis no mercado atualmente, cujos temas vão da gestão hospitalar à influência digital.

Reprodução: Núcleo do Conhecimento

3) Team building

Team building (ou, em tradução livre, formação de equipe) é um nome que se dá a diversas atividades que são promovidas por empresas com o objetivo de fortalecer a integração entre a equipe.

Jogar jogos que simulam estratégias de negócios é uma maneira descontraída e produtiva de fazer com que pessoas de distintas personalidades e visões se unam em torno de objetivos em comum.

4) Espairecer 

Para um profissional apaixonado, deixar o escritório para trás no final do dia nem sempre é uma tarefa simples. Jogos de simulação podem ser uma ótima ferramenta para ajudar esses profissionais a espairecer sem deixar o seu lado profissional de lado. 

7 títulos para mergulhar no universo dos jogos de simulação de negócios

Atualmente, o gênero de simulação de negócios conta com centenas de títulos disponíveis. De segmentos específicos a sistemas econômicos inteiros, é possível controlar uma infinidade de situações diferentes e desenvolver uma ampla gama de skills. Abaixo, reunimos 7 deles que podem ser boas opções para quem deseja dar o seu start nesse universo.

1) Planet Coaster

Construir e gerenciar seu próprio parque de diversões. Essa é a principal premissa e objetivo de Planet Coaster. Lançado originalmente em 2016, esse game coloca o jogador na pele de um administrador que deve trabalhar para que seu parque seja bem-sucedido.

Apesar de emular um segmento de mercado específico, Planet Coaster traz situações universais do mundo dos negócios: obter o melhor produto (atrações), atrair clientes (visitantes), administrar orçamentos muitas vezes apertados e gerar o máximo de lucro possível.

2) Youtubers Life 2

Apesar de ser uma profissão relativamente nova, os youtubers e criadores de conteúdo digital já possuem um jogo de simulação para chamarem de seu.

Lançado em 2021, Youtubers Life 2 é a continuação/atualização de um título de 2016. O objetivo aqui é administrar um canal do YouTube de forma que o mesmo se torne lucrativo. Trata-se de um verdadeiro mergulho em um dos segmentos mais rentáveis da atualidade, o da influência digital. O jogador começa da estaca zero, com equipamentos modestos e sem uma grande base de seguidores, e é desafiado a galgar seu caminho rumo à fama virtual, com todos os processos que isto envolve.

3) Crossroads Inn

Um dos títulos mais curiosos da lista, Crossroads Inn é um jogo que funde dois gêneros populares: simulação e fantasia.

Ambientado em um mundo fantástico medieval semelhante ao dos RPGs, o game dá a seus jogadores a missão de criar, administrar e expandir sua própria taverna. Isso inclui montar o ambiente, definir os serviços e menu e tudo mais que envolva a satisfação dos clientes – viajantes que vêm de lugares distantes.

4) Transport Fever

Transport Fever é, ao mesmo tempo, um exercício de administração de negócios e uma viagem pela história dos meios de transporte.

O jogo começa em 1850, época em que os trens e ferrovias predominavam. À medida que o jogador avança, aviões, automóveis, portos, rodovias e aeroportos começam a surgir. O objetivo é se tornar um magnata da área, construindo redes de transporte complexas e lucrando por meio delas.

5) Rise of Industry

E já que estamos falando de tempo e história, não podemos deixar de mencionar Rise of Industry.

Situado na primeira década do século XX, Rise of Industry desafia os jogadores a construírem seu próprio império industrial em uma época em que o conceito de industrialização ainda estava começando a se formar. Além de skils, o jogo ensina que, por mais que o tempo passe, há elementos do mundo corporativo que se preservam: a necessidade de saber negociar e o faro aguçado para novas oportunidades.

6) Motorsport Manager

Jogos de corrida são um gênero popular desde o surgimento dos videogames. Mas e se os jogadores pudessem guiar além do volante? É essa a proposta de Motorsport Manager, um jogo em que o objetivo principal não é correr, mas sim administrar um time de corrida de alta performance.

A experiência oferecida por Motorsport Manager é ampla e detalhada. Na posição de gestor, o jogador deve contratar pilotos capacitados, construir carros potentes e até mesmo participar de decisões relacionadas às regras e regulamentos do esporte. Ou seja, uma verdadeira imersão no mundo dos negócios esportivos.

7) Game Dev Story

Para encerrar nossa seleção, que tal um jogo que simula justamente a carreira de um desenvolvedor de jogos?

Game Dev Story coloca o jogador no comando de um estúdio de jogos pequeno, mas com uma grande aspiração: criar um título que venda milhões. Ou, quem sabe até, o seu próprio console.

Com gráficos que emulam a estética 16-bits de aparelhos clássicos como Super Nintendo e Mega Drive, o game engloba todos os aspectos da produção de um jogo: contratação e treinamento de pessoal, montagem de escritório, desenvolvimento, divulgação, licenciamento e participação em convenções. Além disso, há diversas referências a consoles e eventos que fizeram parte da história dos jogos eletrônicos, o que ajuda a engajar os mais nostálgicos.

Como você viu, jogos de simulação de negócios podem ser muito mais do que simples ferramentas de entretenimento. Com o foco e direcionamento corretos, esses títulos podem ser utilizados para potencializar as skills profissionais de quem ocupa ou deseja ocupar posições de administração e liderança.

Além dos títulos que mostramos nesse artigo, existem muitos outros disponíveis no mercado, cada qual com seu tema e particularidades, mas todos com uma coisa em comum: a proposta de fazer entretenimento inspirado e que inspire a vida real. E você, já explorou algum jogo do tipo?

O que as raids de World of Warcraft podem ensinar sobre administração de negócios e liderança

Administrar um negócio pode ser uma tarefa um tanto quanto complexa. O gestor perfeito costuma ser descrito como alguém que detém um conjunto de soft skills e hard skills que o torne capaz de planejar, resolver problemas, cuidar de orçamentos, mitigar riscos e administrar o tempo. Tudo isso além, é claro, de ser comunicativo, conciliador, empático, adaptável e saber negociar.

É um desafio grande e até mesmo intimidador. Encontrar alguém com tantas qualidades assim é algo extremamente raro. Profissionais como esses costumam ser especialmente valorizados pelo mercado de trabalho.

Felizmente, essas skills são, em grande parte, treináveis, seja por meio de cursos, leituras e até mesmo jogos.

Desde sempre, os jogos virtuais são criticados por supostamente influenciarem uma série de problemas sociais, do sedentarismo dos jovens a atos de violência. Porém, quem enxerga o tema para além do superficial logo percebe que não só essas acusações são infundadas como também os jogos trazem inúmeros benefícios para quem os joga.

São muitos os estudos que comprovam o papel eficaz dos jogos no aprimoramento de capacidades cognitivas como foco, atenção, raciocínio e memória. Características essas que são importantes em um bom administrador.

World of Warcraft e sua relação com a administração de negócios

World of Warcraft é um dos jogos mais populares do mundo. O MMORPG (Massively Multiplayer Online Role Playing Game) desenvolvido pela empresa Blizzard Entertainment conta com milhões de jogadores espalhados pelo pelo planeta.

Ao entrar no jogo, esses jogadores devem escolher um personagem e controlá-lo por um mundo extremamente amplo e repleto de atividades e eventos. Um desses eventos são as famosas “raids”. 

Raid no mundo dos games, especialmente em MMORPGs (Massively Multiplayer Online Role-Playing Games), é uma missão ou atividade em grupo que envolve jogadores unindo forças para derrotar inimigos poderosos ou completar desafios complexos. Raids, são consideradas como incursões ou ataques coordenados realizados por uma equipe que, geralmente, requerem estratégia, liderança e habilidade elevada de execução, com a finalidade de obterem recompensas valiosas.

Dentro do universo de World of Warcraft, uma raid é um evento onde um grupo de jogadores (geralmente entre 5, o número mínimo, e 40 pessoas) se reúnem para derrotar certos chefões. O que isso tem a ver com administração de empresas? Muito. Toda raid possui um líder e as skills que são colocadas em prática nesse tipo de situação são muito parecidas com as que um gestor emprega em seu dia a dia.

Tais “raids” dos jogos eletrônicos têm algumas semelhanças interessantes no contexto empresarial, como por exemplo: estratégias e dinâmicas no mundo dos negócios.

Logo abaixo, estão alguns pontos em que essas atividades se assemelham ao ambiente empresarial:

Planejamento

A maioria das raids envolvem os jogadores tendo que aderir a uma série de táticas para terem mais chances de vencer. Esse plano quase sempre é criado e apresentado pelo líder antes do início da raid. Dentro de uma empresa, o processo de planejamento se desenrola basicamente da mesma maneira.

No mundo dos negócios, o sucesso de projetos ou o lançamento de novos produtos também depende de planejamento estratégico e análise cuidadosa do mercado e da concorrência.

Resolução de problemas

Durante uma raid, os problemas devem ser resolvidos de forma rápida e com a cabeça do líder fria e imune aos calores do momento. No jogo corporativo, a irracionalidade também não costuma gerar resultados positivos.

Os gestores mais admirados são justamente aqueles que conseguem encontrar o balanço perfeito entre rapidez e racionalidade em sua tomada de decisões.

Agendamento

Apesar da imagem do gamer que passa o dia inteiro em casa na frente de um monitor ser um estereótipo idealizado por muitos, jogadores de World of Warcraft são pessoas comuns com vidas comuns. 

Isso significa que, além de jogar, suas rotinas envolvem atividades como trabalho, estudo e tempo com a família e amigos. Por esse motivo, é essencial que o líder de uma raid seja alguém que saiba planejar o evento de uma forma que todos os membros do grupo se adequem à agenda do time. 

A mesma coisa acontece com frequência no ambiente empresarial. Colaboradores têm compromissos individuais e de equipe, e cabe a cada membro cuidar das suas prioridades para o rendimento e a comunicação do time fiquem dentro do nível de performance esperado.

Gestão de equipes e liderança

O grupo que executa uma raid frequentemente se encontra em situações que ameaçam o sucesso de sua empreitada. O papel do líder é avaliar esses riscos e tomar a decisão mais inteligente possível para superá-los. Um raid líder geralmente sabe como organizar e fazer uso das competências e habilidades de cada membro.

A rotina corporativa também é repleta de riscos e situações de incerteza que exigem uma análise meticulosa por parte dos gestores. As raids exigem uma coordenação de equipe e liderança eficaz para superar desafios complexos, assim como no ambiente empresarial, onde o trabalho em equipe e uma liderança forte são cruciais para o sucesso de projetos e para alcançar metas de negócios

Ser líder de uma raid no jogo pode ser um treino valioso para lidar com esses momentos decisivos da vida real.

Gestão de tempo

O tempo que os jogadores conseguem dedicar a uma raid varia muito e pode ser curto em muitos momentos. Para conseguir extrair o melhor de seu time, o líder deve aguçar sua habilidade de administrar o tempo. Garantir que o que deve ser feito será realizado no momento certo e definir pausas para descanso são algumas das atribuições relacionadas a essa skill.

No mundo dos negócios, tempo é dinheiro. Por causa dessa máxima, a skill de gestão de tempo costuma ser muito visada pelo mercado. Assim como um líder de raid, um administrador deve estar sempre pronto para utilizar o tempo a seu favor, e não o contrário.

Comunicação

A comunicação do grupo costuma significar a diferença entre o sucesso e o fracasso, e isso se aplica tanto a uma raid de World of Warcraft quanto à rotina de trabalho em uma empresa.

Jogadores têm muita familiaridade com comunicação colaborativa. Geralmente, usam softwares de comunicação por voz, como Discord, TeamSpeak ou Ventrilo, para facilitar a comunicação em tempo real. Tais softwares são muito semelhantes e, quem sabe, superiores aos softwares corporativos como MS-Teams e Slack.

Isso permite que, tais membros, enquanto trabalham em equipe numa empresa, compartilhem informações instantaneamente, coordenem ações e reajam a eventos inesperados de forma mais eficaz do que através da comunicação baseada em texto.

Quanto melhor a comunicação entre um líder e sua equipe (seja ela real ou virtual), maiores as chances de todos alcançarem o objetivo proposto. 

Liderança

Pelos tópicos anteriores, já deu para perceber que a habilidade de liderar é algo de extrema importância em uma raid. Quem participa desses eventos costuma, invariavelmente, recorrer ao seu líder em busca de conselhos e direcionamentos. 

No mundo real, as raids são os desafios, dificuldades e inseguranças que os profissionais enfrentam todos os dias. E assim como o jogo, as empresas precisam de um líder capaz de acolher e guiar seus liderados de forma clara e precisa.

Adaptação

Até os melhores planos às vezes não dão tão certo quanto se imagina. Surpresas e imprevistos acontecem o tempo todo na vida, seja a real ou a virtual. Um bom administrador – de raids ou empresas – deve ter a inteligência e o tato necessários para reagir a essas circunstâncias de forma rápida e, ao mesmo tempo, cautelosa e eficiente.

Tanto em raids quanto no mundo dos negócios, a capacidade de se adaptar a situações inesperadas e ser flexível diante de desafios é fundamental. Estratégias podem precisar ser ajustadas rapidamente em resposta a novas informações ou mudanças no ambiente.

Liderança e senso de comunidade

Os raiders mais avançados de World of Warcraft geralmente promovem raids juntamente com os outros membros de sua guild, que é um grupo de jogadores que se aliam em comunidade com a intenção de superar juntos os desafios mais difíceis do jogo.

Uma guild de World of Warcraft

A maioria das guilds são formadas por jogadores de diferentes lugares, cada um com suas próprias habilidades e traços de personalidade. Um bom líder de guilds e raids sabe reconhecer isso e utilizar os pontos fortes e fracos de cada liderado em favor dos objetivos do grupo. 

Deu para perceber que o tipo de liderança que se encontra em um jogo multijogador é o mesmo do mundo corporativo, não é mesmo? Liderar um grupo de jogadores equivale praticamente a um treinamento para desenvolver skills como:

  • Empatia: um líder deve buscar entender como seu time se sente e mantê-los motivados a dar o melhor de si;
  • Negociação: uma raid bem-sucedida gera loots (pacotes de recompensas) para a equipe. Nesses momentos, um líder deve ter sabedoria para negociar enquanto é feita a distribuição dos itens entre toda a equipe;
  • Resolução de conflitos: como as guilds são formadas por um grande número de pessoas, é inevitável que surjam conflitos aqui e ali. Ser imparcial e saber resolvê-los de forma satisfatória para todos é uma habilidade basilar de liderança.

Qualquer semelhança entre essas situações e o dia a dia de uma empresa não é mera coincidência. Por mais fantasiosos que possam parecer, os jogos utilizam inúmeros elementos da vida real para criar seus mundos. 

Aprender essas skills de negócios por meio de World of Warcraft possui duas grandes vantagens. A primeira delas é o fator lúdico, divertido e leve que acompanha o aprendizado. A segunda é o fato de que, diferentemente da vida real, não existem riscos reais em um jogo. O objetivo de uma raid pode não ser atingido em alguns momentos e isso, é claro, gera consequências dentro do jogo, mas não chega a prejudicar nossas vidas fora das telas.

Correr riscos em um ambiente como esse é uma experiência extremamente valiosa para um administrador. Os jogos que jogamos, os filmes que assistimos e os livros que lemos fazem parte da nossa bagagem, que é fundamental em vários aspectos da vida, inclusive o profissional. Por isso, que tal ir agora mesmo começar uma nova partida de World of Warcraft?

As ligações de Overwatch com o mundo do empreendedorismo em 6 lições

Em maio de 2016, o universo gamer foi impactado pelo lançamento de um título que logo se tornou um fenômeno: Overwatch, jogo de tiro em primeira pessoa desenvolvido pela Blizzard. Trata-se da mesma companhia por trás de Warcraft, Diablo e StarCraft, franquias que desafiam a ação do tempo e seguem sendo populares décadas após o lançamento de suas primeiras versões.

Porém, um nome consolidado não garante o êxito por si só. Além de sua própria reputação, a Blizzard se utilizou de uma estratégia muito bem formatada para conquistar o público. Antes mesmo de ser lançado, Overwatch já era um sucesso. 

Overwatch é um dos jogos mais populares dos últimos tempos.

O segredo desse hit instantâneo se deve muito à habilidade da Blizzard em entregar um produto de excelente qualidade e criar um buzz capaz de deixar os aficionados por games ansiosos e entusiasmados para conhecer o título.

Analisar Overwatch e todo o universo – real e virtual – que o envolve é mais que estudar um simples case. É uma verdadeira aula sobre empreendedorismo e marketing. Confira abaixo 6 lições que o jogo pode ensinar a quem pretende dar tiros mais certeiros na hora de desenvolver e administrar seus negócios. 

1) Atirar rápido e para todos os lados pode não ser uma boa ideia (seja nos negócios ou no Overwatch)

No mundo do empreendedorismo, a busca por resultados a todo custo costuma ser uma mentalidade predominante entre os líderes e administradores. Mas ao mirar esse alvo, muitas empresas acabam, ironicamente, sofrendo com a falta de foco, seja por lançar muitos produtos e empreitadas ou por abandoná-los antes do fim.

A Blizzard Entertainment é um excelente exemplo de empresa focada. Entre o lançamento de Warcraft: Orcs and Humans, seu primeiro sucesso, em 1994 e os dias atuais, a companhia só iniciou outras três franquias de jogos: Diablo, StarCraft e Overwatch. Antes de Overwatch, o último grande lançamento da Blizzard havia sido o terceiro título de Diablo, quatro anos antes.

A estratégia da Blizzard é clara e inteligente: por ser seletiva com seus lançamentos e realizá-los após grandes intervalos de tempo, cada jogo desenvolvido pela empresa se torna único, o que aumenta o interesse e o desejo do público por novidades.

Dessa forma, a empresa nos ensina algo que pode e deve ser seguido por empreendedores de qualquer área: ter foco e trabalhar em torno de um objetivo fixo é um dos elementos cruciais do sucesso.

2) Conte histórias com o seu produto

Na época do lançamento de Overwatch, a Blizzard produziu e divulgou uma série de vídeos animados curtos (com no máximo 10 minutos de duração) em que alguns personagens do novo game eram apresentados e tinham sua história contada.

Apesar de serem apenas um complemento para divulgar o jogo, esses curtas chamaram a atenção pela riqueza de detalhes e o cuidado com que foram feitos. Foi um grande exemplo do poder de engajamento de um bom storytelling.

Storytelling é um termo muito utilizado no marketing para definir uma estratégia que consiste em contar histórias capazes de criar uma conexão genuína entre uma marca e seu público. 

Vídeos, textos e imagens revelam muito mais do que podem parecer. Esses recursos são ferramentas poderosas para transmitir tudo o que há por trás de uma marca ou produto. A Blizzard entendeu isso muito bem, se utilizando do storytelling para impulsionar o engajamento e criar uma base de fãs apaixonados por Overwatch antes mesmo do título estar disponível para ser jogado.

3) Preste atenção nas tendências

Overwatch foi lançado em maio de 2016, poucos meses antes do início das Olimpíadas do Rio de Janeiro. 

Atenta ao momento, a Blizzard decidiu embarcar no hype e, em agosto do mesmo ano, lançou o Summer Games, um evento sazonal que trouxe para o jogo skins temáticas, desafios especiais e até mesmo um modo de jogo exclusivo, o Lúcioball, baseado no futebol e estrelado por Lúcio, o personagem brasileiro do game. O Summer Games fez tanto sucesso que acabou se tornando uma tradição anual.

Se aproveitar do marketing sazonal é mais uma lição de gestão de negócios que Overwatch – e o mundo dos jogos on-line em geral – pode nos dar. 

Um bom administrador é também um grande observador do mundo à sua volta. Acompanhar as tendências que vêm e vão é essencial para não deixar o seu negócio ficar para trás. Assim como também é uma ótima ideia se aproveitar de datas e eventos comemorativos para criar ações que atraiam mais público e impactem positivamente os resultados.

4) Evolua constantemente

Desde 2016, Overwatch tem evoluído constantemente. Tanto que, em outubro de 2022, o jogo original foi substituído pelo lançamento de Overwatch 2, uma sequência que expande o número de personagens, mapas e modos de jogo disponíveis.

Tanto a Blizzard quanto outras empresas de games promovem incrementos, mudanças e expansões de forma frequente em seus títulos. Essas iniciativas ajudam a não tornar o jogo monótono ou repetitivo, mantendo o interesse dos jogadores.

Por exemplo: em Overwatch, existem atualmente 39 personagens jogáveis, cada um com personalidades e habilidades únicas. Isso também significa que há 39 estratégias de jogo diferentes para aprender, já que cada personagem carrega a sua.

Um dos motivos do sucesso dos produtos da Blizzard é o fato de eles saberem o que os seus consumidores querem, e isso é algo que todo empreendedor deve ter em mente

Dia após dia, muitos negócios acabam se tornando obsoletos simplesmente por não conseguirem se adaptar às demandas do público e do mercado. Se você quer que sua empreitada seja bem-sucedida, tente fazer com que seu produto ou serviço seja o melhor possível para o nicho em que você atua.

5) A perfeição não existe, mas podemos nos aproximar dela

Apesar de ter sido lançado em 2016, a história de Overwatch começa quase uma década antes. Em 2007, a Blizzard anunciou um jogo diferente de tudo que a companhia havia apresentado até então. Porém, o projeto acabou cancelado após 7 anos de desenvolvimento.

Titan, o jogo que nunca aconteceu, não se perdeu por completo. Alguns dos conceitos, personagens e mapas que haviam sido criados para ele acabaram sendo reaproveitados em um novo game da Blizzard, anunciado em 2014: Overwatch.

Gameplay de Overwatch quando o jogo ainda estava em seus primeiros estágios de desenvolvimento.

A Blizzard preferiu descartar parte de um trabalho que vinha sendo desenvolvido há anos em prol de um objetivo maior: entregar para o seu público um produto ainda melhor do que aquele, buscando atingir a excelência ou pelo menos se aproximar dela.

Por isso, cada detalhe de Overwatch, dos gráficos à jogabilidade, foi pensado para entregar a melhor experiência possível para os jogadores. O esforço da Blizzard em criar algo de extrema qualidade é o mesmo que qualquer outra empresa emprega (ou deveria empregar) ao desenvolver seu produto ou serviço. 

Porém, é importante ressaltar que buscar a perfeição não é e nem deve ser uma desculpa para a procrastinação. Como vimos no tópico anterior, melhorias podem (e devem) continuar sendo implementadas mesmo depois que o produto já está no mercado. É preciso balancear as duas coisas para gerar resultados positivos.

6) Transforme seus clientes em uma comunidade engajada

Por mais que títulos como Overwatch, World of Warcraft, StarCraft e League of Legends sejam jogos muito diferentes entre si, há um elemento que os conecta: ao longo dos anos, todos foram formando grandes e fiéis comunidades de jogadores.

Os fãs são um elemento vital da cultura gamer. Esses jogadores aficionados se reúnem em fóruns virtuais, grupos de redes sociais e até mesmo pessoalmente para trocar dicas, debater ideias ou simplesmente conhecer outras pessoas que também compartilham de seus interesses. 

Esse movimento ajuda a manter o público engajado, conectado entre si e, principalmente, ativo dentro do jogo. 

Público reunido para assistir a um campeonato profissional de Overwatch.

Mas engana-se quem pensa que essa comportamento só existe entre consumidores de jogos ou outros produtos culturais. Uma breve olhada nas redes sociais nos coloca em contato com grupos e mais grupos de pessoas que se conectam em torno de temas como moda, cosméticos, gastronomia, saúde e muitos outros. Essas comunidades seguem a mesma dinâmica daquelas formadas pelos gamers: pessoas que gostam tanto de algo que sentem a necessidade de descobrir outros com o mesmo interesse.

Criar uma comunidade em torno da sua marca ou produto é uma estratégia que quase sempre gera grandes resultados . Há muitos meios que permitem isso: redes sociais, fóruns de discussão, grupos de WhatsApp ou qualquer outro ambiente em que seja possível reunir todo o seu público em um só lugar. 

Ao fazer isso, você, além de fidelizar sua clientela, consegue obter insights para melhorias diretamente da fonte mais confiável possível: as pessoas que consomem o que você oferece.

Como vimos, a indústria dos videogames é, em essência, igual à qualquer outra. As estratégias desenvolvidas pela Blizzard com Overwatch podem servir de espelho para qualquer empreendimento, seja qual for a sua área de atuação.

Empresas grandes e experientes são sempre o melhor exemplo para qualquer empreendedor que deseje crescer e evoluir. O mundo dos negócios é um grande jogo em que vence aquele que montar as melhores estratégias. Por isso, que tal se inspirar nas lições que mostramos neste artigo e otimizar as suas?

Saiba por que os jogos de simulação de negócios podem ser uma poderosa ferramenta de formação profissional (e conheça 5 deles)

Jogos que simulam a realidade não são exatamente uma novidade. Games de tabuleiro como o clássico Monopoly, lançado há mais de oito décadas, já pegavam conceitos emprestados do mundo real e os transformavam em entretenimento e, por que não, numa forma de ensinar tais conceitos. Na era dos videogames, essa ideia foi expandida em títulos como SimCity e The Sims, bem como nos jogos de simulação de negócios.

Ensinar sobre negócios pode ser uma tarefa difícil, ainda mais dentro do complexo cenário atual, e jogos que emulam os processos e desafios do dia a dia podem ser grandes aliados.

A metodologia de aprendizado baseada em games, consistida principalmente em traçar paralelos entre o mundo real e o mundo dos jogos, tem tantos entusiastas que existe uma ampla gama de videogames especialmente voltados aos negócios.

São jogos que, ao emular a realidade, replicam cenários, processos e/ou funções que são recorrentes na rotina corporativa. Pessoas que não se interessam pelo mundo dos negócios também podem jogá-los, é claro, mas eles são muito utilizados para capacitar profissionais e impulsionar neles uma visão de negócios mais dinâmica e holística.

Jogos de simulação de negócios podem ajudar a formar profissionais mais capacitados.

Essa aproximação entre negócios, educação e entretenimento tem tido impactos muito positivos nos locais em que é implementada. O método gamificado é reconhecido por ser uma maneira eficiente de impulsionar o engajamento dos alunos e ajudá-los a desenvolver soft skills e hard skills fundamentais.

Além disso, jogos que colocam os estudantes em contato com situações que eles provavelmente enfrentarão em sua rotina corporativa fazem com que o aprendizado vá além da teoria. A visão prática das coisas se torna mais aguçada e o profissional se sente mais seguro na hora de tomar decisões no mundo real. 

Continue lendo nosso artigo e descubra como os jogos podem facilitar a formação de profissionais de sucesso no mercado.

Jogar é exercitar a mente acima de tudo

Os estímulos cognitivos causados pelos jogos já são um tema bem documentado por estudiosos e especialistas. Dos 8 aos 80 anos, o contato com os games é comprovadamente benéfico para o nosso cérebro, exercitando a mente e desenvolvendo soft skills como raciocínio, estratégia e resiliência.

Com os jogos de simulação de negócios, não é diferente. Como já dissemos anteriormente, eles podem promover o aprimoramento de habilidades importantes para a carreira e o próprio crescimento pessoal de quem aprende por meio deles. 

O ensinamento de conceitos como contabilidade, marketing e planejamento são apenas algumas das múltiplas possibilidades que esse tipo de jogo oferece. Os benefícios da metodologia gamificada são palpáveis e se revelam de diversas maneiras no cotidiano profissional.

Aprendizado com base em experiências

Uma das vantagens mais divulgadas (e provadas) do ensino de negócios por meio de jogos de simulação é, sem dúvida, o fato de que os games colocam o aluno em contato direto com situações do dia a dia e suas consequências.

A vivência que um profissional adquire em uma experiência como essa se reflete diretamente em suas futuras atitudes no trabalho. 

Tanto a dinâmica em si quanto as trocas que ocorrem com os outros participantes da mesma metodologia acabarão tendo influências nas decisões tomadas pelo profissional no futuro. Por já ter tido contato prévio com certas questões e desafios, esse especialista tenderá a conduzir suas ações com mais assertividade e conhecimento.

Entendendo o funcionamento do mundo real

Engana-se quem pensa que os jogos de simulação podem ajudar apenas profissionais de um determinado mercado ou posição. Áreas como marketing, recursos humanos, educação, operações e serviços financeiros, administração e muitas outras podem se beneficiar da metodologia.

Do ponto de vista didático, esses jogos são úteis pois permitem que o estudante ganhe experiência e teste suas habilidades em diferentes cenários antes de ter que enfrentar as mesmas situações no mundo real. A grande vantagem nisso é que, diferente de uma empresa, o jogo é um ambiente livre de riscos – pelo menos de riscos com real potencial de impacto.

Dessa forma, o profissional termina seu treinamento com os jogos e retorna à sua rotina de trabalho já preparado para quando as mesmas condições que ele enfrentou durante sua capacitação acontecerem no mundo real.

Desenvolvimento de skills

Liderança, habilidades de gestão, trabalho em equipe, resolução de problemas, pensamento crítico e gestão de tempo são apenas algumas das habilidades que podem ser ensinadas e aprimoradas por meio do método gamificado. 

Assim como as corporações, o ambiente de um jogo quase nunca é individual. Nos dois contextos, o trabalho em equipe e a tomada de decisões são coisas constantes. Saber lidar com o outro é uma skill essencial para qualquer um que queira ser um profissional de sucesso, e games que simulam a realidade são uma ótima forma de começar a treinar essa capacidade.

Formação de líderes capacitados

E já que mencionamos a palavra liderança no tópico anterior, não poderíamos deixar de ressaltar o quão úteis os jogos de simulação são na formação de novos e efetivos líderes. 

A liderança em diferentes níveis é um elemento comum a praticamente todos os jogos e dinâmicas do gênero. Problemas recorrentes na rotina de um administrador são emulados com frequência, levando o jogador a exercitar sua habilidade de solucioná-los. Tudo, como dizemos anteriormente, com a vantagem de estar em um ambiente livre de riscos onde os erros se tornam aprendizados, não consequências.

Liderar pessoas e negócios não é a tarefa simples e confortável que pode parecer à primeira vista. Ao ter, por meio dos games, um contato antecipado com os desafios da administração, o profissional se torna mais preparado e experiente para o desafio. 

5 jogos de simulação de negócios para todos os gostos e segmentos

A oferta atual dos jogos de simulação de negócios abrange as mais diversas profissões, funções e áreas de atuação. Confira abaixo alguns dos principais.

1) Two Point Hospital

A área da saúde é uma das mais importantes que existem e cuidar dela pode ser um desafio e tanto para alguém sem expertise.

Two Point Hospital é um jogo de simulação desenvolvido pensando especialmente em quem deseja ou precisa adentrar o ramo da gestão hospitalar. Nele, o participante é colocado na pele de um administrador que deve gerir todas as operações de um grande hospital.

No game, o jogador recebe uma série de tarefas referentes à construção e manutenção do hospital, além de subtarefas que incluem a criação de novos quartos e leitos, a contratação de novos médicos e enfermeiros e a gestão de recursos administrativos e financeiros.

O objetivo principal de Two Point Hospital é treinar o futuro gestor para que ele saiba conduzir sua unidade de saúde de uma forma que satisfaça tanto seus pacientes quanto sua equipe médica. 

Para isso, o jogo emprega elementos lúdicos e muito humor, sua marca principal. Os pacientes virtuais que procuram o hospital costumam apresentar “doenças” um tanto incomuns, como Cubismo e Cabeça de Tartaruga, desafiando o jogador a pensar em novos tratamentos e soluções eficazes.

2) Two Point Campus

Two Point Hospital foi tão bem recebido que acabou gerando um spin-off: Two Point Campus. Sai o hospital, entra a universidade.

A premissa de Two Point Campus é a mesma de seu jogo irmão, trocando, porém, a área da saúde pela educacional. O participante do game é desafiado a construir e administrar seu próprio campus universitário, com todos os desafios que a função envolve.

As atividades do jogo incluem construir salas de aula (e outras instalações essenciais, como banheiros, dormitórios e refeitórios) adequadamente equipadas, recrutar e treinar colaboradores e, é claro, garantir que os estudantes estejam felizes e satisfeitos.

O humor característico de Two Point Hospital também não poderia deixar de estar presente. A universidade de Two Point Campus oferece alguns cursos um tanto insólitos, como Bruxaria, por exemplo, e o comportamento dos estudantes é tudo menos ortodoxo.

3) Job Simulator

O título Job Simulator já é suficiente para dar uma ideia clara sobre do que o próximo jogo da nossa seleção se trata.

O que diferencia Job Simulator de outros jogos de simulação de negócios é que ele não coloca o jogador na posição de administrador de empresa fictícia. Aqui, os papéis assumidos são os de funcionário de escritório, chef de cozinha, mecânico e balconista de loja de conveniência.

O tom descontraído do jogo é observado logo na premissa: no ano de 2050, os robôs substituíram todos os trabalhadores humanos. O simulador de empregos é uma maneira das pessoas desse futuro terem a chance de viver a experiência de trabalhar.

Assim como nos títulos da franquia Two Point, o humor também dá a tônica de Job Simulator. Funcionários de escritório digitam em um teclado com apenas duas e gigantes teclas, balconistas jogam fogos de artifício nos clientes, chefs arremessam comida e mecânicos colocam bananas em escapamentos para fazer os carros passarem nos testes de emissão de carbono. 

Parece muito fantasioso, e realmente é. Mas a rotina corporativa da vida real também pode ser bastante insólita em diversos momentos e é importante estar preparado para absolutamente qualquer situação.

4) Capitalism II

Um dos jogos de simulação de negócios mais completos disponíveis é, sem dúvida, Capitalism II.

Sequência do jogo Capitalism, lançado em 1995, o objetivo principal de Capitalism II é controlar seu próprio império de fabricação e venda de produtos. Nisso, se englobam praticamente todas as esferas de negócios do mundo real.

O jogador pode escolher entre 60 opções de produtos para fabricar. Têm a opção de escolher seus parceiros de negócios e desenvolver novas tecnologias para produzir suas mercadorias. E precisam criar estratégias efetivas de marketing, vendas, produção, compras, importação e exportação, entre outros.

Um jogo tão completo assim tem o potencial de desenvolver inúmeras skills em quem o joga. Em Capitalism II, se aprende a administrar recursos, negociar, investir e tudo que envolve a rotina de uma empresa. Trata-se de um tutorial de administração de empresas abrangente e, ao mesmo tempo, lúdico.

5) RollerCoaster Tycoon

Quando falamos em jogos, a primeira coisa que passa pela cabeça da maioria das pessoas é diversão. RollerCoaster Tycoon une essa ideia aos negócios ao simular a construção e a gestão de um parque de diversões.

O jogador assume o papel de um membro da equipe de gestão, ficando responsável por construir e customizar montanhas-russas e outros tipos de atrações como carrosséis, carrinhos de bate-bate, rodas gigantes e barcos vikings.

Entre os objetivos do jogo estão impulsionar o lucro do parque, prospectar visitantes e contratar profissionais para cuidar da manutenção, limpeza, segurança e entretenimento do negócio. Além disso, o jogador também deve cuidar das necessidades dos visitantes, construindo banheiros, lanchonetes e balcões de informações em locais estratégicos do parque.

Ao jogar RollerCoaster Tycoon, é possível exercitar, ao mesmo tempo, as skills de administração e a criatividade. Inúmeros tipos de montanhas-russas podem ser construídos, e o jogador pode alterá-los e customizá-los da maneira que sua imaginação mandar.

Errar no mundo virtual te prepara para os erros do mundo real

Errar é humano. Esse ditado popular é também um fato incontestável. Por melhor e mais capacitado que um profissional seja, ele ainda está sujeito às suas próprias falhas.

Como você viu no nosso artigo, jogos de simulação oferecem uma experiência prática dos principais aspectos da administração de negócios, mas com uma diferença crucial: no mundo virtual, o ambiente é livre de riscos.

Erros cometidos no jogo geram consequências dentro daquele ambiente, como perda de pontos ou demora para subir de nível ou fase, mas não impactam o mundo real. Sobre os erros de uma empresa de verdade, infelizmente não podemos dizer o mesmo. 

É por esse e outros motivos que os jogos de simulação de negócios são tão importantes. O ambiente gamificado permite que as pessoas se arrisquem, criem, testem ideias e se preparem para a realidade, e o mercado necessita de profissionais cada vez mais capacitados, principalmente em cargos de administração. Que tal aprender isso jogando?

6 valiosas lições de negócios que World of Warcraft pode nos ensinar 

Quando alguém decide aprender mais sobre negócios, alguns meios logo vem à mente: cursos livres, graduações, pós-graduações, livros, palestras e jogos. Não, você não leu errado. Jogos, sejam analógicos ou eletrônicos, treinam a nossa mente e desenvolvem skills fundamentais para profissionais de negócios.

Um grande exemplo disso é World of Warcraft – WOW, o MMORPG (Massive Multiplayer Online Role-Playing Game) da Blizzard que há duas décadas faz sucesso entre os gamers – muitos deles profissionais destacados em suas áreas. 

Parte da franquia Warcraft, WOW é um jogo online em que criam e controlam personagens/heróis em um mundo de fantasia aberto. Isso significa que não há um único objetivo no sentido restrito da palavra, mas sim uma série de missões, duelos e interações com monstros e outros jogadores e explorações.

As semelhanças entre os mundos do jogo com o do trabalho, supostamente distintos, surgem logo de cara. No início do jogo, o jogador se vê em um horizonte limitado, sem grandes conhecimentos e recursos do que lhe cerca, em um mundo gigante e complexo, repleto de criaturas e inimigos (ou seriam concorrentes?) para superar. Nada muito diferente de um empreendedor que está começando um negócio ou entrando em um novo mercado.

Além disso, o mundo de um MMORPG tem um sistema econômico que emula o da vida real. Os jogadores compram, vendem e negociam itens, suprimentos, mão-de-obra, moedas e etc, de um jeito muito parecido com o do nosso dia a dia. 

Siga em frente neste artigo e explore conosco 6 lições valiosas que podemos importar do mundo de World of Warcraft para o nosso profissional.

1) Tudo tem seu preço – seja no mundo de World of Warcraft ou no real

Quem já teve que precificar um produto ou serviço sabe muito bem que isso não é uma tarefa tão simples quanto parece. 

Geralmente, o processo de precificação envolve três fatores: custos de criação do produto, valor de mercado e geração de caixa. No WOW, a mesma lógica se aplica aos itens que podem ser comprados e vendidos pelos jogadores.

Por exemplo: dentro do game, o jogador pode escolher entre diversas profissões para o seu personagem. Uma delas é a de ferreiro, responsável por fabricar e vender ferramentas, armaduras de placas e armas como por exemplo o Machado Forjado em Tempestade.

Se um outro jogador quiser obter esse machado, uma boa maneira de saber quanto oferecer por ele é descobrir o quanto de recursos um ferreiro gasta para obter o material e adicionar a esse valor uma margem referente ao tempo gasto e à expertise do colega. Para tanto, o ferreiro terá de comprar suprimentos do profissional minerador, que por sua vez, coleta veios de diversas qualidades de metais espalhados aleatoriamente pelos mapas do mundo aberto, e que gera as matérias primas como barras de metais, tão necessárias para o ferreiro transformá-las nesses equipamentos diversos.

Mapa detalhando algumas profissões e itens do mundo de World of Warcraft.
Reprodução: Reddit

Outro exemplo: diferente do Machado, alguns itens do jogo só podem ser obtidos por meio da Casa de Leilão. Nesses casos, o preço que o jogador vai pagar irá depender do valor de mercado acumulado por esse item com o passar do tempo. Se um Escudo do Crânio Flamejante é vendido na Casa de Leilão por 200 moedas de ouro, por exemplo, dificilmente será possível encontrá-lo por um preço menor.

Por fim, mais uma tática de precificação encontrada tanto no mundo real quanto no universo de WOW é aquela que leva em conta a rentabilidade do produto a longo prazo. A receita de uma Poção da Rapidez, por exemplo, costuma ser vendida por 10 moedas de ouro, valor relativamente alto para uma receita de nível iniciante.

Entretanto, dúzias (grupos grandes) dessa mesma poção podem ser vendidas entre 4 e 5 moedas de ouro por unidade, pagando o investimento inicial na receita e gerando lucro em escala para o jogador.

No mundo real, um processo muito parecido com o que foi descrito acima é o da compra de maquinário por uma indústria de manufatura. Antes de realizar tal aquisição, a empresa faz uma avaliação minuciosa que leva em conta inúmeros fatores relevantes como:

  • Comparar e analisar as diversas opções do mercado para avaliar se os preços cobrados pelos fabricantes condizem com os recursos oferecidos, a tecnologia empregada e os custos que envolvem o desenvolvimento desse tipo de equipamento;
  • Estudar o retorno que esse investimento pode gerar para a empresa, não só em produtividade como também em operação e ganho de eficiência;
  • Considerar os riscos que envolvem a compra. Assim como itens de jogo, máquinas também podem se tornar obsoletas e perder eficiência e valor de mercado na medida em que a jornada indústria (e da tecnologia de forma geral) evolui para novos níveis.

E assim, como na economia do mundo real, uma relação em cadeia de mantimentos (supply chain) ocorre no mundo do WOW.

Reprodução: edecoração

Percebeu a semelhança? É por essas e outras que podemos afirmar sem medo que alguém que joga World of Warcraft acaba desenvolvendo hard skills importantes no campo da economia.

2) Preço é diferente de valor

Warren Buffett, considerado por muitos o maior investidor de todos os tempos, costuma dizer que “o preço é o quanto você paga, enquanto o valor é aquilo que se obtém daquele produto ou serviço”.

Tanto no mundo dos negócios quanto em um jogo de MMORPG, esse é um balanço com o qual nos deparamos constantemente.

À primeira vista, itens caros podem soar apenas como um gasto desnecessário. Mas o que muitos se esquecem é que os benefícios a longo prazo daquela compra acabam fazendo com que o investimento valha a pena no fim das contas.

Tomemos como exemplo uma situação comum em World of Warcraft: os itens de montaria do jogo não costumam ser baratos. Porém, eles fazem com que o personagem do jogador ganhe até 100% mais em velocidade de movimento, tornando o investimento vantajoso.

Podemos fazer inúmeros paralelos disso com a rotina corporativa. Um exemplo simples: algumas pesquisas mostram que, quando um colaborador utiliza mais de um monitor ao mesmo tempo, sua produtividade pode aumentar exponencialmente. Sendo assim, o investimento em novos monitores acaba sendo vantajoso pelo valor gerado a médio e longo prazo para os resultados da empresa.

A lição que podemos tirar disso é clara: às vezes, vale a pena gastar um pouco mais em upgrades que de fato terão um impacto escalonado e positivo nos resultados de suas operações.

3) Vale a pena investir na própria capacitação

O mundo corporativo está mais competitivo a cada dia que passa. E para se sobressair neste cenário, um profissional precisa estar em constante aprimoramento

Como muitos jogos do mesmo gênero, World of Warcraft também tem uma jornada baseada na evolução do jogador. Quanto mais o personagem é capaz de se aperfeiçoar nas profissões que desempenha no game, mais ele poderá se rentabilizar criando itens raros, complexos e altamente valorizados e procurados.

Podemos até mesmo dizer que, se há algum objetivo principal no jogo, é justamente o ganho de experiência. À medida em que se sobe de nível, os desafios se tornam maiores e o número de pontos, moedas, títulos e reputação que o jogador precisa acumular para continuar avançando aumentam.

Em World of Warcraft, upgrades de personagens são um elemento fundamental da mecânica do jogo.

O valor do trabalho de uma pessoa – seja no mundo real ou em WoW – é determinado pelo tempo que ela investe em si, pela demanda do serviço que ela oferece, pelo seu nível de habilidade e pela escassez de profissionais de alto nível de habilidades no mercado.

Por isso, nós, assim como os personagens de World of Warcraft, devemos investir sem medo no nosso próprio aprimoramento. O jogo nos mostra que quanto mais especializado um profissional se torna, mais valor, seja financeiro ou de outro tipo, ele poderá agregar ao seu trabalho.

4) Táticas reais de venda também existem no mundo virtual

Voltando às semelhanças entre a economia do mundo de World of Warcraft e a gestão de negócios da vida real, é interessante sublinhar o fato de que, nos dois universos, as atividades promocionais são uma prática constante.

Uma rápida visita ao canal de conversa de comércio do jogo nos expõe a diversos jogadores tentando comprar ou vender itens de forma direta, sem ter que passar pela Casa de Leilão.

Nesse canal, os jogadores que desejam gerar demanda mais rápido pelos seus itens costumam se utilizar de táticas muito familiares para quem lida com negócios no mundo real. 

A primeira delas é a criação de um senso de urgência que leva o colega a agilizar a decisão de compra. Geralmente, isso é feito por meio de uma redução, por tempo limitado, nos preços. A outra estratégia é a de agregar valor ao item com base no fato de o mesmo ser raro ou mais difícil de encontrar no jogo.

Além disso, esses jogadores também buscam acumular uma boa reputação, pois esse também é um fator importante para quem compra.

Quer um exemplo simples? Em marketplaces como o Mercado Livre, a reputação do vendedor costuma ser um quesito relevante e, em muitos casos, decisivo para que o cliente compre o produto de X ou de Y. No canal de vendas de WoW, o esquema é bastante parecido e pode ser um ótimo treino para quem deseja empreender.

5) A lei da oferta e da demanda 

Lei da oferta e da demanda é um dos conceitos econômicos mais básicos que existem e também um dos mais presentes na nossa rotina – seja quando estamos administrando um negócio, seja quando estamos na posição de consumidores e, sim, quando estamos jogando World of Warcraft também.

Por exemplo: o pano de linho é um item muito comum de ser encontrado no jogo, figura carimbada na Casa de Leilões. Por esse motivo, ele é visto pelos jogadores como um objeto de pouco valor, sendo geralmente vendido não muito mais do que alguns pedaços de cobre.

Por outro lado, o pano de etertrama é muito raro e difícil de encontrar, o que o torna um item caro e muito disputado quando é oferecido.

Não é preciso pensar muito para perceber que a economia do jogo pega emprestada a mesma lógica com a qual lidamos diariamente no mundo real. A lei da oferta e da demanda rege o nosso dia a dia em inúmeros aspectos. 

Como tudo na vida, existem, é claro, algumas variáveis. Voltando ao exemplo citado acima, se há, por algum motivo, muitos panos de etertrama disponíveis na Casa de Leilões, é normal que o preço caia temporariamente até que todos sejam negociados. Entretanto, a regra geral segue clara: quanto mais raro ou mais procurado um item for, maior será o seu valor no mercado.

6) Desafios ajudam a construir o crescimento

Um dos grandes méritos da equipe responsável por desenvolver e manter World of Warcraft é o fato de que, mesmo com duas décadas de existência, a fórmula do jogo até hoje não se esgotou. 

Pelo contrário: o mundo aberto no qual o game se passa é um ambiente onde o jogador é constantemente desafiado para desenvolver novas habilidades e competências. Ao mesmo tempo, os desenvolvedores têm o cuidado de que esses desafios sejam condizentes com o nível de vivência e expertise de cada jogador, para evitar ao máximo que eles se sintam frustrados por não conseguirem realizar algo.

Inércia e crescimento são duas palavras que não existem no mesmo vocabulário, e é nessa ideia que reside uma das principais lições que WoW pode ensinar a empreendedores, administradores de empresas, gestores e profissionais em geral. 

Adotar a mesma ideia de desafios e aprimoramentos constantes vista no jogo é uma ótima maneira de impulsionar inovações dentro de um ambiente corporativo e na carreira individual de um colaborador. Quando a perspectiva de algo a mais existe, todos se tornam mais dedicados a se superar para atingir o próximo nível.

World of Warcraft não é um sucesso duradouro por acaso. Com milhões de jogadores ativos todos os dias, o jogo está longe de demonstrar sinais de cansaço, tendo seu espaço já sedimentado entre os games mais populares da história.

A razão desse sucesso não é tão difícil de se entender. Em um mundo tão amplo e aberto, a criatividade dos jogadores é elevada a uma potência muito maior. Quem joga World of Warcraft dificilmente se vê entediado ou estagnado no mesmo lugar. Sempre há algo novo a explorar e skills para desenvolver.

O mundo corporativo ideal é parecido com o de World of Warcraft: cheio de possibilidades, etapas para desbravar e coisas para aprender. Vamos gamificar esta jornada?

SEO e StarCraft 2 – como os jogos de estratégia podem ajudar no ranquamento do seu site

SEO. Para leigos, três letrinhas aleatórias. Para muitos administradores de negócios, um elemento fundamental na rotina dos seus negócios.

Sigla em inglês para Search Engine Optimization, SEO é um conjunto de técnicas e práticas que visam garantir que uma página tenha um bom posicionamento nos resultados dos motores de busca – como o bom e velho Google, por exemplo.

Em tempos em que o digital é tão (e às vezes até mais) importante quanto os canais de negócios tradicionais, uma estratégia de SEO se torna mais que um investimento, mas sim uma necessidade. E de todas as formas pelas quais se pode aprender mais sobre o assunto, uma pode surpreender: jogar StarCraft 2.

O uso de jogos como ferramenta de aprendizado não é exatamente novo. Estima-se que os chineses e indianos que viveram há mais de 3.000 anos já utilizavam jogos de tabuleiro parecidos com o xadrez moderno para desenvolver habilidades de pensamento crítico, estratégia e planejamento a longo prazo.

Games de estratégia em tempo real (RTS), como StarCraft 2, são o equivalente moderno ao tabuleiro de xadrez de séculos atrás. E isso não é algo que estamos simplesmente supondo: estudos científicos mostram que jogar videogames estratégicos é um exercício para o cérebro.

StarCraft 2 e SEO: mundos distintos, mas interligados.
Reprodução: Artur Piszek

Mas afinal, o que tudo isso tem a ver com SEO? É simples: jogadores de RTS desenvolvem diversas skills importantes, como pensamento crítico, gestão de informações e capacidade de gerenciar múltiplas tarefas. Essas habilidades são exatamente as mesmas que se esperam de um profissional capaz de executar uma estratégia de SEO eficiente.

SEO e StarCraft 2: negócios distintos, mundos paralelos

StarCraft 2 e outros jogos de RTS bombardeiam seus jogadores com dados o tempo todo. Todas essas informações são úteis para a estratégia de jogo, mas nem todas devem ser usadas de imediato. O jogador precisa de um faro aguçado para filtrá-las e definir o que é mais importante naquele determinado momento. Além disso, ele também deve estar preparado para mudanças bruscas de foco e atividade.

A rotina de um profissional de SEO também é marcada por um volume intenso de dados e tarefas. Ter que manejar uma dezena de ferramentas ao mesmo tempo, como planilhas, ferramentas de análise, dashboards e dados de ranqueamento, não é uma situação incomum.

Para não perder o foco e conseguir dar conta de tudo isso mantendo a produtividade, é preciso traçar uma estratégia (além de alguma dose de instinto) para definir o que deve ser priorizado em cada momento. 

Ao analisar as duas situações, logo enxergamos o paralelo: quem joga StarCraft 2 treina sua mente para gerenciar um grande número de dados, além de desenvolver a habilidade de lidar com diversas tarefas ao mesmo tempo. Hard skills essas que são extremamente valorizadas no universo do SEO.

O que alguém que deseja construir uma carreira em SEO pode tirar disso? Juntamente com os estudos e cursos, algumas partidas de StarCraft 2 (ou algum outro game de RTS) podem ser extremamente úteis na sua formação.

No jogo do SEO, estratégia é palavra de ordem

De todos os ensinamentos que StarCraft 2 pode oferecer, talvez o mais importante para a área de SEO seja este: tentar diversas coisas para “depois ver o que funciona” não é uma opção para quem almeja resultados sólidos. Conseguir um bom ranqueamento em um motor de busca é, antes de tudo, algo estratégico.

Desenvolver um planejamento estratégico inteligente é uma das pedras fundamentais do SEO. E as estratégias preferidas dos jogadores de StarCraft 2 podem ser ótimos exemplos para os marqueteiros da área:

Rushar

Zergs se preparando para rushar
Reprodução: IGN

Na mitologia da franquia StarCraft, os Zergs são uma raça de monstros alienígenas notáveis por sua habilidade de planejar e executar ataques massivos em um curto período de tempo, utilizando um exército menos desenvolvido, porém muito maior em números que o do oponente. Essa estratégia é chamada de Zerg Rush, ou rushar.

Em termos de negócios, essa estratégia pode ser comparada à daquelas empresas que ainda não são muito grandes nem conhecidas, mas que se utilizam de táticas de marketing massivas – distribuição de panfletos, divulgação porta a porta, etc. – para conquistar seus primeiros clientes. 

Práticas de SEO que se assemelham a esse tipo de tática incluem, por exemplo, o rápido e massivo cadastro das páginas em diretórios de busca, links profiles (conjunto de links externos que direcionam a um site) e comentários. Há também o link spam, prática que consiste em criar inúmeros links de baixa qualidade ou irrelevantes que apontam para determinado site.

Essas práticas podem ser eficazes em um primeiro momento, mas, a longo prazo, podem ser um tiro pela culatra. Assim como o exército subdesenvolvido do Zerg Rush de StarCraft 2 precisa ser constantemente substituído, links sem relevância são rapidamente desindexados dos buscadores, tornando sua troca algo frequente.

Tartarugar

Terrans aplicando a estratégia de tartarugar
Reprodução: Play Professor

Em um jogo, costuma-se dizer que, quando um jogador decide focar em táticas de defesa e recuar nos ataques, ele está “tartarugando”, se fechando, ou seja, buscando proteção em sua própria base (casco).

No mundo dos negócios, algo parecido com isso seria se afastar totalmente do mundo interior para trabalhar nas operações internas do seu negócio, deixando de lado a busca por novos clientes para focar em outros projetos, como, por exemplo, na otimização do SEO do seu site.

Diferentemente da Rushar, essa é uma estratégia da raça humana chamada Terran, considerada como lenta, de longo e longuíssimo prazo e até mesmo mais arriscada. Você pode perder oportunidades para concorrentes mais agressivos e os custos definitivamente precisarão ser reduzidos.

Por outro lado, tartarugar pode ajudar a construir uma base mais sólida para quando o negócio (ou o jogo) estiver em uma fase mais avançada e você tiver que repensar suas estratégias. Seus processos já estarão definidos e muitas operações serão automáticas. Assim, será possível se dedicar 100% a utilizar todos os recursos que você já desenvolveu para duelar contra os novos concorrentes que virão.

Teching

Edificações de StarCraft 2
Reprodução: IGN

Quando um jogador de StarCraft 2 começa a construir edificações mais avançadas ou buscar novas tecnologias e atualizações, dizemos que ele está adotando a estratégia teching. Essa é uma estratégia de médio a longo prazo mais comum na raça alienígena dos Protoss.

Essa tática foca na aplicação de recursos em upgrades de estruturas (unidades de produção), bem como nos atributos de qualidade (resistência, força, experiência) das unidades de combate (produtos e colaboradores), sendo necessária porque muitos recursos do jogo não estão disponíveis logo no início.

Para desbloqueá-los, é necessário priorizar a evolução tecnológica e fazer em paralelo todo o tipo de táticas para evitar confrontos no curtíssimo e curto prazo, pois é um momento em que você se encontra vulnerável.

Pioneirismo, resultados rápidos ou preparação a longo prazo: qual caminho seguir?

No mundo do SEO, o equivalente aos jogadores que usam o teching são os profissionais que, antes de todos os outros, perceberam a conexão entre link building e ranqueamento; os que entenderam a fórmula do algoritmo do Google; os primeiros a integrar widgets e plataformas de mídia social em ações de SEO; e os primeiros a adotar a microdata HTML5 antes mesmo de existir um plug-in específico para isso.

Quem adota esse tipo de tática precisa estar atento aos seus processos internos para evitar que seus recursos se esgotem. Entretanto, deve estar também em constante expansão para manter suas engrenagens funcionando e, principalmente, fazendo tudo isso abaixo do radar da concorrência. Pois é possível você fazer campanhas e rankear evitando ao máximo suas exibições de links e conteúdos para os rivais de mercado.

Outra coisa que pode ser dita sobre essa estratégia é que ela é uma espécie de meio termo entre as outras duas apresentadas anteriormente. Apesar de seus resultados serem mais lentos que os do Rushar, são mais rápidos que os do Tartarugar.

Enquanto adeptos do Rushar visam se expandir de forma rápida e econômica, a Teching se caracteriza por um planejamento mais cauteloso e com elaborações mais caras, o que acaba sendo sua principal desvantagem: o alto custo.

No jogo do SEO, não existe tela de game over

Como vimos, trabalhar com SEO é como jogar um jogo de estratégia que nunca é realmente zerado.

Ter um site bem ranqueado demanda um trabalho contínuo. Assim como StarCraft 2 oferece caminhos quase ilimitados para um jogador seguir, o universo da otimização de sites é como um tabuleiro de xadrez em que cada peça se movimenta de forma única, com diferentes resultados e consequências.

A jornada até se tornar um estrategista apurado não é rápida, mas existem atalhos que podem ajudar. Assim como os gamers, profissionais de SEO têm uma sólida comunidade virtual pautada pela troca de informações e experiências. Há uma infinidade de sites, vídeos e posts em que especialistas compartilham seus conhecimentos e visões, que inspiram e auxiliam a trajetória de muita gente.

Por fim, é importante lembrar que, a não ser que você seja um entusiasta do Zerg Rush, os resultados não vêm de uma hora para outra. É preciso ser paciente, abraçar o seu jogo, treinar, experimentar, analisar o próprio cenário e se dedicar de corpo, alma e, principalmente, mente.

Succession – o que a família Roy pode ensinar para os administradores de empresas

Nos últimos anos, os amantes de boas histórias foram arrebatados por uma série de TV que conquistou a admiração de críticos e espectadores: Succession, produção da HBO exibida entre 2018 e 2023.

As quatro temporadas de Succession narram a saga dos Roy, uma poderosa (e disfuncional) família dona de um império de mídia bilionário. Quando a saúde de Logan, o velho patriarca, começa a declinar, seus herdeiros passam a se preparar para a sucessão dos negócios, dando início a uma complexa briga por poder. 

O segredo por trás de Succession é, sem dúvida, a destreza com que a produção une drama e sátira para mostrar que mesmo as famílias mais afluentes e os profissionais mais bem-sucedidos têm suas próprias feridas e conflitos para sanar. Porém, o poder da série vai muito além disso.

Ao retratar os bastidores de um grande negócio, Succession também ensina aos administradores e empreendedores diversas lições bastantes interessantes, principalmente sobre o que não fazer ao administrar um negócio.

Continue com a gente e descubra o que os negócios da ficção podem ensinar para os do mundo real. Prometemos evitar os spoilers.

Sucesso e ego não caminham juntos

Logan Roy, o todo-poderoso fundador e CEO do conglomerado Waystar Royco em Succession, é um homem conhecido pelo seu grande ego e sua enorme ganância, tão intensa que chega a se transformar em egoísmo.

Existem muitos administradores como Logan nas empresas da vida real. Porém, o que a ficção nos ensina é que esse tipo de atitude não é exatamente o melhor para um líder.

Durante o curso da série, fica claro como o orgulho tanto de Logan quanto de seus filhos são prejudiciais para o negócio da família. Mais do que isso: por mais que haja uma luta insaciável por poder, é evidente que os Roy são incapazes de prosperar sem a colaboração um do outro.

A lição que fica para nós é simples: ao invés de cultivar um ambiente corporativo centralizador onde as ações são movidas por interesses próprios, é muito melhor e mais eficaz adotar uma cultura que prioriza o trabalho em equipe e a colaboração.

Liderar é essencial

E já que falamos de liderança, é importante ressaltar que essa é uma das skills mais discutidas em Succession.

A briga entre Logan Roy e seus herdeiros faz com que os negócios nunca tenham um líder muito bem definido. E esse é talvez o principal motivo das constantes instabilidades do conglomerado, juntamente com a arrogância de Logan, que sempre parece sufocar as chances de progresso da companhia.

Um bom líder não é apenas alguém capaz de delegar funções. O papel mais importante de uma liderança é dar o tom da empresa e incentivar os colaboradores a serem mais dedicados e trabalhar pelos objetivos da companhia. 

Navegar um cenário complexo sem um líder capacitado é garantia quase certa de naufrágio. Porém, também é importante lembrar que o líder não trabalha sozinho.

Saber reconhecer as habilidades dos seus liderados e permitir que os mesmos tenham uma participação ativa nas atividades corporativas é uma qualidade essencial de qualquer um que almeja chegar e se manter no topo – algo que os Roy definitivamente não aprenderam.

Logan Roy e seus filhos em Succession
Reprodução: HBO/TechTudo

Medo é diferente de respeito (e inimigo da motivação)

Se tem algo em que Logan Roy pode se considerar um grande especialista, com certeza é instigar medo nas pessoas. 

Alguns diriam que os métodos pouco ortodoxos do personagem foram eficazes. Afinal, ele saiu de uma origem de pobreza para se tornar um dos maiores magnatas da mídia do mundo, com uma fortuna na casa dos bilhões e muita influência política.

Porém, a personalidade de Logan também ajudou a desenvolver uma cultura corporativa extremamente nociva e sem transparência. Na Waystar Royco, motivação não costuma ser uma palavra que faz parte do dia a dia. Muito pelo contrário: os funcionários parecem estar sempre estressados e pouco produtivos. 

Nenhuma pessoa gosta de trabalhar em um lugar onde se sente constantemente intimidada. Colaboradores que atuam sob o domínio do medo dificilmente dão o seu melhor, além de serem muito mais propensos a abandonar a empresa assim que uma nova oportunidade surgir.

Por isso, ao invés de se inspirar em Logan, olhe mais para o seu filho Kendall, que está sempre tentando criar um ambiente positivo onde os funcionários se sintam valorizados e reconhecidos.

Saiba montar um time coeso

Peter Drucker, um dos maiores estudiosos da área de administração de empresas, costumava dizer que a formação de um time coeso é uma das principais chaves para o sucesso dos negócios. Em Succession, acontece o exato oposto.

Os constantes conflitos internos da família Roy causam impactos negativos em todas as esferas da empresa. Essas brigas acabam ressaltando o quão danosos podem ser os resultados de um time disfuncional.

Escolher profissionais que carregam, além das hard e soft skills, visões e valores coerentes com os da empresa é fundamental para a construção de um ambiente corporativo produtivo e de crescimento. 

Outra figura conhecida que já expôs sua visão sobre o assunto é Richard Branson, empreendedor britânico fundador da Virgin. Segundo Richard, a força de qualquer empresa reside nas pessoas que trabalham nela. Por isso, ele sempre se dedicou a contratar funcionários talentosos e que realmente acreditam nos objetivos de sua companhia.

Deixe a racionalidade guiar suas decisões

Administradores de empresas tomam decisões todos os dias, muitas delas com o poder de impactar profundamente as estruturas da organização.

Em Succession, os membros da família Roy muitas vezes tomam atitudes decisivas para o futuro de seu império com base somente nas suas emoções. Esse tipo de approaching é extremamente arriscado e desaconselhado tanto por estudiosos quanto por empreendedores de sucesso.

Um bom exemplo é Mark Zuckerberg, o magnata da Meta. Zuckerberg é conhecido no meio corporativo por ser alguém que, sempre guiado pela lógica, analisa profundamente cada dado disponível antes de tomar uma decisão.

Nossos instintos podem até ser úteis em alguns momentos. É saudável, e muitas vezes necessário, sair da caixa e ousar de vez em quando. Porém, mesmo nesses momentos, é imprescindível pensar de maneira racional. 

Pense no futuro (ou “A Principal Lição de Succession”)

Como vimos na introdução deste texto, o grande conflito que move o enredo dos 39 episódios de Succession começa depois que Logan, o patriarca dos Roy, sofre um derrame que o deixa com a saúde debilitada. A partir daí, o pai e seus 4 filhos começam a batalhar para definir quem o sucederá no cargo máximo do seu conglomerado.

O que ainda não falamos, porém, é que todos esses conflitos poderiam ser evitados (ou pelo menos um pouco minimizados) se Logan tivesse pensado em um plano de sucessão.

A falta de planejamento do magnata não prejudicou apenas a sua já problemática família. Dentro da Waystar Royco, o clima de instabilidade e incertezas passou a ser a norma.

Líderes não são eternos. Seus legados, por outro lado, podem muito bem o ser. Peguemos o exemplo de Warren Buffet, um magnata da vida real: do alto de seus 93 anos de idade, o CEO da Berkshire Hathaway possui um plano de sucessão muito bem definido em curso. Ao longo dos anos, Warren foi identificando possíveis sucessores em pessoas que possuíam as skills necessárias para continuar o trabalho que ele iniciou.

A sucessão é apenas uma das questões que envolvem a importância de se pensar no futuro quando administramos um negócio. Não importa se esse futuro é a curto, médio ou longo prazo. Se não nos planejamos hoje para o amanhã, pode ser que seja tarde demais quando ele chegar. 

O sucesso de uma série como Succession não acontece por acaso. Além de sua qualidade dramatúrgica, a saga dos Roy é relevante porque nos apresenta às nuances e dinâmicas de um jogo corporativo extremamente complexo. Não é à toa que escolas de administração já a utilizam como material de estudo.

Ao analisar as peculiaridades de uma família tão poderosa quanto caótica da ficção, líderes e empreendedores do mundo real podem absorver importantes lições de comportamento, ética, valores, negociação e muito mais. E este talvez seja o grande legado deixado por Logan Roy. 

Agente comunitária volta a estudar em busca de um cargo de liderança em saúde

A Patrícia de Oliveira é agente comunitária em um posto de saúde há 4 anos, e gosta muito do que faz, especialmente por se lembrar de como essa oportunidade de trabalho mudou sua vida. Mas ela tomou uma atitude para expandir ainda mais suas possibilidades de trabalho, voltando a estudar em busca de um cargo de liderança em saúde.

Graduanda em Gestão Hospitalar, a Patrícia relata que voltar a estudar depois de bastante tempo fora do meio acadêmico tem sido um verdadeiro desafio, mas que ela resolveu encarar, encaixando os estudos em meio a sua rotina corrida de trabalho.

E, além do trabalho e estudo, a agente de saúde ainda menciona uma parte importantíssima de sua vida que também motiva seu retorno à sala de aula: sua filha de 16 anos, para quem busca ser uma referência quanto à valorização dos estudos como algo imprescindível para o desenvolvimento profissional.

A motivação por trás da busca de um cargo de liderança em saúde 

Analisando os últimos anos de sua carreira, Patrícia comenta que: “A gente fica muito tempo acomodado com a nossa situação, e chega um dado momento que você quer guinar uma posição, ninguém espera ficar ACS ou secretário para o resto da vida.”

E o curso de GH já tem promovido uma evolução de relevância dentro de seu cargo atual. Somando a experiência como agente comunitária de saúde e as novas noções que tem aprendido, ela já enxerga oportunidades de tornar seu trabalho ainda melhor, sobretudo no sentido da ética e de como lidar com as pessoas.

“Alguns temas da aula a gente acaba levando para o dia a dia, são situações que acontecem no meu dia a dia e outras que a gente percebe que não estão bacanas e que são possíveis de serem melhoradas. Lidar com pessoas é muito difícil, então eu acho que tem muito a ver isso, você saber lidar com as pessoas, o respeito.”

A mudança de vida a partir da realização profissional

A oportunidade de trabalhar com pessoas, se dedicando ao cuidado na área da saúde é algo que a Patrícia se sente muito bem realizando, algo que realmente mudou sua vida para melhor.

Em especial porque ela passou por um quadro depressivo, durante o qual sentia como se tivesse perdido grande parte das conquistas que alcançara até ali, tanto para si como para sua família. No processo de recuperação, porém, ela teve como importante suporte a oportunidade de trabalhar no posto de saúde.

Lidar com as histórias e com as situações de vida envolvendo a saúde de outras pessoas proporcionou a Patrícia novas perspectivas, incluindo um resgate das próprias potencialidades profissionais a partir da abundância de novos aprendizados.

Através da graduação, ela está encontrando agora novas ferramentas para ser cada vez melhor no que faz, e encontrar assim ainda mais realização, inclusive por meio de um cargo ainda mais valorizado.

Agente comunitária volta a estudar em busca de um cargo de liderança em saúde

Os diferenciais da estrutura na prática

Além desses aprendizados de base curricular, que ela já tem aplicado na própria rotina de trabalho, a Patrícia menciona aspectos estruturais da Fapuga, diferenciais que nota como elementos realmente diferenciais para seu aprendizado:

“Chegando aqui eu fiquei bastante impressionada, eu gostei muito, os professores são bem atenciosos, dinâmicos, muito gente boa, a faculdade em si acolhe a gente muito bem, tem uma estrutura muito bacana, que em outros lugares não tem, a gente não vê isso em outras instituições.”

Perguntada sobre o que mais a cativou na instituição, ela salienta ainda a disponibilidade de notebooks para cada um dos alunos, uma tecnologia de que muitos não dispõem e que faz total diferença para realização de trabalhos, para explorar programas e estudar de forma mais completa.

Tudo isso faz a diferença na consolidação de um profissional ainda mais competente, de um gestor hospitalar com uma visão realmente qualificada e, como mencionado, com ferramentas para lidar com as diferentes situações que um cargo de responsabilidade pede.

E ao conhecer um pouco sobre a história da Patrícia até aqui, temos a certeza de que ela está no caminho certo para se tornar uma profissional de referência no que faz, conquistar um cargo de liderança em saúde, e muita mais se seus sonhos e ambições assim desejarem.